Posso confiar em Agatha?

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-Olha, fizeram as pazes. -disse Emy sorrindo.


-Vai a merda. -falei.


-Calma Fox, foi apenas uma brincadeira.


-Estou calma. Não queira me ver nervosa.


-Ok.


-Ok.-sorri falsamente.


Não aguentava mais aquela situação.


Não tinha escolha.


Precisava de uma fuga. Um jeito de dar um jeito.


Fui deitar mais cedo.


Leandra se aproximou.


-Não precisa ficar contra ela por minha causa.-disse Leandra ao meu lado.


-Não estou. Ela não desse pela minha garganta e você não pode mudar isso.


-Então o fato de ela estar com Alef não te afeta.


-Podemos mudar de assunto? Não quero sujar minhas mãos hoje.


-Fox. Eu não ia dizer mais... você está diferente a cada dia.


Ela estava certa.


O que acontecera comigo?


Mais um sol com um alaranjado fosco surge no sol.


Emy e Alef davam risadas altas. Eu os observava.


Era triste ver Leandra engolir aquilo.


Ver o Alef ser manipulado.


Idiota!


Alef me avistou e veio sorrindo em minha direção. Quando ele estava próximo o suficiente, eu o contorne e fui ao carro.


Eu me sentia tonta e confusa.


Agatha estava no carro, no último banco.


Sentei ao seu lado.


Precisava resolver tudo.


-Fox?! Já aqui? O que ouve?


-É... as coisas estão meio complicadas e esquisitas...
-Emy.


-Finalmente... de que lado está?


-Do lado das pessoas que me salvaram do precipício. E pelo o que me lembro a Emy nem se importa.


-Valeu.


-Não está pensando em voltar está?


-Não. É só que...


-O que?


-Não sei...


-Fox!


-Guarda segredo?


-Preciso da sua confiança ne.


-E sobre o soco...


-Não me deixe mais mal. Não se desculpe. Eu...eu mereci.


-É...


-Fox.


-Sinto a Isabelle. Sinto o mesmo do dia em que machuquei Arthur.


-E não vai contar a ninguém?!


-E nem você.


Silêncio.


Ela parecia resolver um cálculo em sua mente.


Pôs a mão embaixo do banco e tirou um par de luvas cor de vinho. Elas era de algodão, e couro nas pontas dos dedos.


-Usa. -ela falou.


-O que?!


-Protegia as pessoas de mim quando eu era mais nova.


Coloquei as luvas e ao mesmo tenpi os meninos chegaram.


Arthur abriu a porta do carro onde eu e Agatha estávamos e ficou me encarando por um tempo.


-Porque as luvas? -perguntou ele.


-Nada.


-Sei...


Acho que ele já tinha a resposta.


-Mesmo? -perguntou Alef.


-Você é surdo? -perguntou Agatha.


Alef levantou as mãos e Arthur fechou a porta.


-Valeu. -sussurrei.


-Para onde vamos? -perguntei.


-Mundo gênios. Mais precisamos passar pelo mundo das chamas.


-"mundo das chamas"? Meio ridículo não?


-Não. -começou Agatha.-Há cento e cinquenta e sete anos o mundo todo foi destruído ao colidir com o mundo das trevas. Apenas uma parte dele sobrou, então ele se deslocou com o tempo para perto do nosso sol e tudo nele é morto e sua água em certas estações é evaporada.

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