Fox

23

-PARA DE ME CHAMAR ASSIM! -Alef gritou.
Tentei não encara-los, mais percebi que todos já faziam isso.
-Eu só não te mandei embora porque...
-Você me ama!
-Como é?!
-Não finja.
-Não estou fingindo. Não sou você.
Alef se afastou dela.
Não sentia pena dela.
Ele veio em minha direção.
Estávamos um a frente do outro.
-Desculpe por fazer você passar por mais isso. -Alef parecia cansado.
Assenti e ele saiu.
Fui para o outro lado.
Emy me encarava.
Ouvir o barulho do mar.
Era cristalina. Podia enxergar as pedras e sua profundidade.
Não dava para ouvi a voz dos meninos onde eu estava.
Era uma queda livre de uns quarenta metros.
Senti um vácuo me puxando para frente.
Pude me virar enquanto caía.
Emy.
Senti algo forte bater em minha cabeça.
Eu senti medo.
O que aconteceria com eles?
O que aconteceria comigo?
"A sua ingenuidade é tão patética! Como arrisca sua vida por eles?! Idiota! Não acredito que estou confinada a viver com algo como você! Sua burra! Burra! -como sempre, Isabelle usou suas palavras doces e sutis para se dirigir a mim.

***
"A água era fria e eu podia sentir as rochas tocando o corpo de Fox, arranhando-a. Senti-me fraca, se essa idiota não fosse tão estupidamente ingênua não estaríamos aqui.
A correnteza puxava-nos.
Sentia o ar de seu coração indo embora.
Queria ela morta.
Não acredito que estou confinada a morrer com Fox.
E daí que ela tem um pouco do meu sangue?
Eu quero ela morta! Mais não vou morrer com ela.
Sentia o sangue passar por sua mão.
A alma dela estava fraca.
Mais se algo tão insignificante como Emy podia matá-la, como ela governaria um mundo inteiro? Como governaria e organizaria as tribos?
Um dos benefícios de estar dentro de alguém é poder vasculhar sua mente.
Seu oxigênio ficara mais uma vez fraco e distante a cada momento. Eu estava na mente dela, mais, ainda assim, podia mata-la. Usar meus dons naquela posição, ela sendo humana, poderia causar-lhe sequelas, perda de memória. Mais não fazer nada a mataria.
E a mim.
Usei um pouco da força que me restara. Empurrei seu corpo para fora d'água, ouvi gritos. Uma tribo.
Relaxei.
Não acredito que salvara uma inimiga. "

***