Capítulo 10 - Voo

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Selena

E aquela merda de clima se instalou, maldita mentira, deu para ver que Demetria estava desconfortável, e eu também estava. A deixei sozinha com o garoto e fui para o outro quarto, arrumei minhas malas e me deitei, fiquei ali olhando o teto um bom tempo até que ouvi passos, e logo minha porta se abriu.

- Selena? - era o garotinho.

- Oi Henry, está tudo bem? - perguntei e ele veio em minha direção esfregando os olhos.

- Acordei porque tive um pesadelo, daí encostei na Demetria, e ela está muito quente. - Ele falou preocupado e eu me levantei já vestindo um moletom, e fui com ele até o quarto dela. Fiquei preocupada é claro, entramos no quarto e ela dormia encolhida no canto da cama. Henry se sentou na beirada e eu fui para frente dela tocando sua testa que realmente está ardendo em febre.

- Merda. - Falei e Henry me encarou.

- Ela está mal né? Já fiquei assim, lá na outra casa, me colocaram na água gelada. - Ele disse dando de ombros com a última informação.

-Demetria. - Falei chamando-a, ela mal abria os olhos.

- Hummm? - Ela resmungou.

- Você precisa se levantar, tem que tomar um banho. - Falei passando a mão em seus ombros.

- Eu não quero amor. - Fiquei parada alguns minutos estancada no lugar até que Henry tocou meu braço.

- Faz como nos filmes.

- Filmes?

- É, eu vi um uma vez, a moça colava uns paninhos na testa do menino e ele ficava bem bom. - Sorri pra ele e acariciei seus cabelos.

- Você vai me ajudar a cuidar da Demetria hoje ok?

- Ok. - Ele disse feliz e se levantou da cama. Ajeitei Demetria na cama de barriga para cima de modo que ficasse mais fácil de colocarmos os panos em sua testa. Fomos até o banheiro, peguei um pote e uma toalha de rosto dentro do armário da pia, enchi de água gelada, e entreguei na mão dele que colocou cuidadosamente na testa dela.

- Você vai segurar um pouco e eu vou ver se acho algum remédio pra febre tá bom?

- Tá bom. - ele se ajeitou mais perto e pegou uma das mãos dela enquanto segurava a compressa, eu voltei ao banheiro e abri novamente o armário, para minha surpresa tinha remédios até demais ali, e eu não pude deixar de reconhecer um dos rótulos, um antidepressivo super forte, que eu já usei durante um bom tempo, e ao julgar pela quantidade de remédios, a morena vivia dopada quando estava em casa, eu conhecia bem o que era sentir tanta dor a ponto de só querer dormir e esquecer. Peguei um remédio para febre, e voltei pro quarto, Henry continuava fazendo carinho na mão dela, quando me aproximei ela estava abrindo os olhos e me olhou franzindo a testa. Peguei a água no criado mudo e a ajudei com o remédio.

- O que houve? - Perguntou terminando sua água.

- Henry foi me chamar porque você estava ardendo em febre.

- Droga. - Ela tentou se sentar e não conseguiu.

- Fique deitada. - Eu disse enquanto Herry bocejava.

- Acho bom ficarmos todos juntos, aí todo mundo fica bem. - Ele falou se ajeitando na cama, Demetria se virou de modo que seu corpo não doesse e eu fiquei ali um bom tempo olhando para ela, até que ela pegou no sono. A febre estava mais baixa, mas ainda estava presente, então me deitei na cama, entre os dois e Henry logo se agarrou ao meu corpo, mas Demetria seguia de costas, meu telefone tocou e eu atendi rápido para não os acordar.

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