𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎𝐔𝐌 ❝— Então acho que eu não preciso apenas de uma terapeuta, como de um psiquiatra também, pois estou enlouquecendo de vez agora.❞
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EU AINDA PODIA SENTIR MINHA cabeça zonza pelo dia anterior, eu estava completamente atônita. Se ao menos meu pai estivesse em casa ontem à tarde para comprovar que eu não estava ficando louca, que eu realmente cheguei em casa ofegante e apavorada, eu teria algum alívio hoje, mas não é o caso.
Será mesmo que eu estava na floresta? Será mesmo que eu vi aquela mulher de cabelo vermelho? Será que eu podia confiar nas minhas próprias memórias?
Às vezes era como se eu estivesse invadindo o corpo de outra pessoa, como se meus sonhos lúcidos fosse minha vida de verdade e está fosse apenas... não sei... uma ilusão? Entorpecentes? Talvez eu devesse voltar para a terapia.
Não. Eu não sou louca. Imaginação fértil? Talvez. Se eu diminuísse a quantidade de livros de fantasia e mistério que eu consumo, talvez, só talvez, a situação melhorasse. Minha imaginação já estava indo além.
Mas, se o dia de ontem não foi um sonho lúcido, então que porra era aquilo? Como ela se movimentava tão rápido? Por que ela poupou minha vida?
Neguei com a cabeça para mim mesma. É literalmente impossível alguém correr tão rápido assim, nem mesmo Paul Tergat teria conseguido correr tão vertiginosamente como aquela mulher.
Estacionei meu Alfa Romeo 164 de 1992 — fazia menos de um ano que papai havia me dado e isso sem duvidas facilitou minha vida — no vasto estacionamento da Forks High School, peguei minha bolsa no banco do passageiro e abri o bolso menor, pegando meu maço de cigarro e o isqueiro, desci do carro e tranquei a porta.
Deu tempo apenas de pegar um cigarro e acende-lo até que Avery chegasse de fininho até mim.
— Vou sentir saudade de você na faculdade – disse ela, encostando ao meu lado no carro.
— Mudou de ideia sobre a George Washington University? – perguntei enquanto soltava a fumaça, a olhando confusa, tínhamos conversado alguns meses atrás sobre irmos para a mesma faculdade.
