CAPÍTULO VINTE E SEIS ❝— Me atraio pelas pessoas erradas, aquelas que possuem um letreiro neon enorme escrito "eu não valho nada" na testa.❞
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EU ME ARRASTAVA PELOS corredores de Forks High School, sem ânimo algum. Eu me sentia completamente sem alma, apática. Eu mal conseguia ouvir as vozes ao meu redor, como se estivessem longes demais ou como se eu estivesse embaixo d'água, me afundando lentamente enquanto a água salgada entrava em meus pulmões, me matando da forma mais dolorosa possível.
Eu ponderava se estava exagerando - meus sentimentos diziam o contrário. Não era algo simples ou pouca coisa. Minha irmã estava se apaixonando por um vampiro. Um vampiro. Ela confiava tão cegamente nele que beirava ao patético e o pior: eu não poderia fazer nada para mudar isso, para salvar ela. Bella não queria ser salva.
Eu os via andarem juntos pelos corredores e desviava o olhar. Faziam dois dias que eu não falava com Bella, ela passou a vir para escola com Edward ou às vezes em sua caminhonete, parecíamos colegas de quarto - ou nem isso, pois estávamos mais para desconhecidas e isso doía. Muito. Charlie parecia descontente com isso, mas eu não tinha forças para me importar com isso agora.
Eu não conseguia agir como se estivesse tudo bem, como se eu achasse o casal lindo. Eu não conseguia ser desleal com a situação e com os meus sentimentos. Eu não gostava de vê-lo tão perto dela. Eu não confiava nele.
Todas as vezes que Alice e Emmett Cullen vinham em minha direção no corredor, eu desviava o caminho. Em nossa aula conjunta, troquei de lugar. Eu sentia raiva, muita raiva. Todas as vezes que Avery falava de Rosalie Hale, eu apenas concordava e tentava não ouvir com clareza. Eu sentia raiva desta família. E como não sentir? Estavam compactuando com uma loucura! Estavam colocando a vida de uma humana em perigo.
Eu esperava ansiosamente para o dia em que eu simplesmente não me importasse mais com isso - será que demoraria quanto tempo? Eu não aguentava mais, verdade seja dita.
Eu não odiava vampiros, por deus, eu amava ler sobre eles na ficção. Mas na vida real... era assustador pra caralho. Eles não deviam ser reais, deviam ficar apenas nos livros, era o certo, o normal.
