CAPÍTULO VINTE E SETE ❝Mas talvez aquele ditado seja mesmo verdade: "às vezes, a ignorância é uma benção.❞
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EU DIRIGIA O CARRO ENQUANTO Avery cantarolava a música que passava no rádio do carro, Lia também parecia empolgada no banco traseiro e bom, eu estava ansiosa para ficar bêbada até esquecer o meu nome.
Veja bem, eu não era alcóolatra. Eu juro. Mas a ocasião pedia, não é? Eu estava em uma eterna tormenta e precisava desligar os meus pensamentos antes que eu batesse a cabeça com força contra uma parede de tanta loucura que minha semana têm sido.
Eu sei, eu já disse isso antes. Já tive alguns porres durante os últimos anos, mas foram esporadicamente, não era como se eu enchesse a cara toda semana - só quando eu estava muito animada ou muito deprimida, só nos extremos dos sentimentos.
E bom, eu nunca estive tão deprimida quanto agora.
Avisei à Charlie que eu passaria o final de semana na casa dos Clearwater, é claro que ele sugeriu que eu perguntasse à Bella se ela gostaria de ir, mas eu não o fiz. Eu queria ficar longe dela por pelo menos dois dias inteiros, eu precisava disto.
Se ela queria se jogar no perigo, então eu tinha o direito de escolher não ver a tragédia acontecendo. Eu não estava em condições para isso; mas eu rezava para que Edward tenha levado minha ameaça a sério.
Os altos pinheiros cercavam cada lado da estrada pouco movimentada em direção a La Push, a neblina alcançava o topo, mas ainda não chovia.
Na verdade, chovia sim. Dentro de mim. A chuva torrencial que molhava e pesava minha alma parecia infinita. Bufei comigo mesma, segurando o volante com mais força, obrigando-me incansavelmente a parar de pensar tanto.
Tirei os olhos da estrada por um momento, olhando para a janela ao meu lado, observando o verde da floresta a poucos metros de distância, um incômodo ainda maior começava a pairar por cada célula do meu corpo, franzi o cenho, confusa com a nova sensação.
Não havia nada além de samambaias, pinheiros, grama e caules – e alguns insetos ou pássaros – naquele lugar, meus olhos não enxergavam nada além disso, mas uma espécie de sexto sentido começou a aflorar em mim, contra minha própria vontade.
E então, tudo aconteceu rápido demais, de repente, a música que tocava na rádio parecia distante demais, quase inexistente, a voz de Avery não estava mais melodiosa, agora gritava desesperada palavras inaudíveis, me deixando demasiadamente confusa e apavorada.
Meus olhos primeiro fixaram nela, tentando entender o motivo de sua gritaria, seu olhar pendia para frente, os olhos quase saindo para fora de seu rosto, me fazendo olhar na mesma direção, me deixando ainda mais atormentada.
Pesei o pé no freio, os pneus cantaram com o súbito movimento, meu coração acelerou como se fosse sair do peito, minha boca entreaberta tentando conter a respiração ofegante, enquanto minhas mãos trêmulas seguravam o volante a minha frente.