𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐄𝐙𝐄𝐍𝐎𝐕𝐄 ❝Eu estive de frente para a morte e não só isso, como ameacei a sumir com ela. Por deus.❞
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DEPOIS QUE PAUL SAIU DE MINHA casa apressadamente como se tivesse visto um vulto, eu não tive mais coragem para voltar a escrever, por mais que eu quisesse. Eu estava completamente magoada e confusa.
Primeiro, ele me ameaça e eu não sei dizer se fora uma ameaça física ou inocente, e eu tinha medo, muito medo de ter sido física, não pelo medo que eu tinha de Paul — pois ele não existia —, mas o medo dele estar mais diferente do que eu vira. Paul nunca fora um santo ou a pessoa mais calma do mundo, ele era estressado, sempre foi de falar e fazer muita merda, mas um lado meu o entendia - pelo menos na época -, ele nunca teve uma família que o ensinasse o certo e o errado, ele nunca teve alguém que o ensinasse as coisas da vida, sempre foi ele e ele mesmo, até eu entrar em sua vida.
Pensar em Paul violento - não que ele já não fosse, mas o Paul que eu costumava conhecer, jamais sequer aumentaria a voz para mim - me doía de uma forma intensa. Aquele não parecia ele e se aquilo era sua nova versão, então certamente nosso distanciamento fora a melhor decisão. Eu não ia gostar de tê-lo daquele jeito por perto.
Sem contar a forma em como ele saiu de casa, como se tivesse escutado algo lá fora, ou visto algo que não gostou. A forma como ele correu em direção a floresta e simplesmente sumiu fora completamente estranha, será que era assim que as pessoas poderiam me ver caso soubessem das minhas alucinações e afins?
Alucinações. Eu sabia que não se tratava mais disso, mas era doloroso e assustador demais. Será que eu estava pronta para enxergar a realidade por mais louca que ela fosse? Eu duvidava da minha capacidade.
Sentei no sofá outra vez, olhando para TV desligada e forçando minha mente a aceitar alguns fatos.
Respirei fundo e peguei meu caderno outra vez, o abrindo e relendo tudo de novo em voz alta.
O que seria pior, estar realmente louca ao ponto de precisar de uma internação por confundir ficção com realidade ou realmente existir coisas inimagináveis neste vasto mundo e que por um azar do destino, estivessem vindo de encontro comigo? Eu realmente não sabia a resposta para esta pergunta.