The Deal

PARAAAA, VOCÊ VAI MATAR ELA.

Quinta feira, dia 27 de julho (07:00)

Escuto a porta se abrir e vejo Samantha entrando, ela está com um pão e água na mão, ela vem até mim e fica me encarando.

- Se eu soubesse que eu teria que alimentá-la, eu nem teria topado nesse acordo com ele. - fala Samantha botando o pão na minha boca.

- Bom dia pra você tambe-  Samantha enfia a garrafa de água na minha boca. Quando ela termina de me dá água ela enfia um pedaço de pão na minha boca de novo. E assim fica o processo, até ela terminar de me dar o pão e água toda.

Ela não fala nada, apenas sai do porão, eu fico lá sentada. Estou apertada, quero ir no banheiro urina, mas as chances deles deixar eu ir urinar e muito pequena. Então eu prefiro segurar.

Tudo que eu quero é ir embora, não estou mais afim de ficar aqui, tudo que eu quero é sair daqui, já se passou um dia, será que eu vou ficar mais um dia? Está tão difícil assim me achar? Acho que Manuel arrumou uma casa bem longe da cidade, mas é sério isso que eu tenho que ficar aqui. Que saco.

A porta se abre vejo Samantha entra de novo.

- Kelly. - fala ficando parada em minha frente. - Henrique não gosta mesmo de mim né? - pergunto com os olhos cheios de lágrimas.

- Sim, ele não gosta se você. - não vou mentir na altura do campeonato né.

- Por que será? - pergunta.

- Sei lá, você que deveria saber, já que ele não gosta de você. - falo.

- Você é uma vadia mesmo né. - rir.

Ela vem até mim, e bate na minha cara.

De novo isso.

Ela fica batendo na minha cara, por algumas horas, eu não falo nada, apanho calada, já que não tem muito que eu possa fazer. Ela se cansa de bater a minha cara e começa a dar socos na minha barriga, eu fico gemendo de dor, pois ela está dando várias sequências de socos. Ela não se cansa de me bater.

Quando ela termina de bater em mim, ela chaga bem perto do meu ouvido.

- Se você falar pro Manuel que eu bati em você, na próxima vez eu te mato espancada. - susurra em meu ouvido.

Aproveito que ela está perto de mim, e mordo sua orelha, ela grita de dor, ela se afasta pra trás, mas esquece que eu não soltei sua orelha, então a orelha dela rasga um pouco saindo horror de sangue, algumas gotas de sangue cai em mim, eu também sinto um gosto de sangue em minha boca.

- Sua vaca. - fala saindo do porão.

- Achei foi é pouco pra essa puta. - falo cuspindo no chão, pra ver se o gosto de sangue sai da minha boca.

Fico por mais algum tempo na sala. Ninguém aparece, as vezes é bom ficar no silêncio, mas as vezes eu percebo que eu estou em um silêncio perturbador, minha bunda já está doendo de passar dia e noite nessa merda de cadeira, não tomo um banho já faz um tempo, não escovo os dentes também já faz um tampo.

Eu queria que eles pelo menos me deixasse banhar, e escovar o dente, e que eles me desse uma roupa, porque está minha roupa aqui está podre. Se eu conseguir fazer a cabeça de Samantha, talvez eu consiga sair daqui mais rápido, mas o problema é que ela nunca vai me ouvir, pois prefere que Manuel controle ela.

Essa garota é uma otaria mesmo, como pode fazer isso, ela acha mesmo que Manuel vai ser bom com ela, na primeira oportunidade que ele tiver, ele só vai da uma na sua cara, aí ela vai de arrasta pra baixo, porque pro céu mesmo ela não vai. Com tudo que ela está fazendo, se Henrique descobrir que ela está por trás disso também, ela está ferrada.

Henrique já odeia ela, quando ele descobri que ela está por trás disso, ela vai tá ferrada. Quero nem imaginar isso.

[...]

Alguém abre a porta, e entra Samantha junto com Manuel, já é a hora do almoço, pois ela está com um prato de comida e um copo de água. Manuel fica encostado na parede observando Samantha me dar comida, quando ela termina de me dar comida, Manuel chama ela e bate em sua cara. Ele começa a espancar ela em minha frente, Samantha começa a gritar desesperada.

Manuel da vários chutes em sua cara, chuta sua barriga, sua costa, bate em sua cara, da várias sequências de soco na sua cara. Vejo sangue sair da sua cara, Samantha não tem mais voz para gritar, ela só chora agora, ela chora desesperada, seu choro é um pedido para ele parar. Sinto lágrimas sair do meu rosto, começo a sentir pena de Samantha. Não aguento ver ela apanhar.

- MANUEL, PARAAAA. - grito fazendo ele olhar para mim.

Sinto várias lágrimas descer do meu rosto, ele me olha com um olhar de quem vai apanhar agora vai ser eu, estou com medo, muito medo.

- Bate em mim, mas não bata nela. - falo chorando. Manuel rir.

Ele se aproximar de mim, acaricia meu rosto, e enxugar minhas lágrimas.

- Meu amor, não vou bater em você, não agora. - fala rindo maldosamente. - E você. - fala apontando para Samantha. - Não fala pra ninguém que eu que bati em você, diz que apanhou no meio da rua por um doido. - Manuel vai em direção a porta e sai, ele deixa a porta entre aberta.

Vejo Samantha no chão, com a cara toda ensanguentada, meu coração dói em ver ela assim, ela é tão ingênua que acreditou em Manuel.

- Samantha. - chamo sua atenção, fazendo ela me olhar. - Encontra o Henrique e fala tudo para ele. - vejo ela arregalar o olho.

- Tá doida? Ele vai me matar, Manuel vai me matar se eu fizer isso. - fala com medo.

- Não se preocupe, tenta um jeito de falar com Henrique, fala pra ele onde a gente tá, Manuel não vai fazer nada pra você. - falo abaixando a cabeça. - explica tudo pro Henrique, no começo ele vai ficar puto com você mas logo depois ele vai entender, fala pra ele que eu estou bem. - ela afirma. - Seja discreta, não deixa Manuel suspeitar de nada. - falo.

- Tá bom Kelly. - ela fala se levantando, é vai em direção a porta, mas no meio do caminho ela para. - Kelly. - chama meu nome.

- Sim.

- Desculpa, desculpa por tudo, agora eu entendo o porquê Henrique gosta de você. - fico surpresa em ouvir ela falar isso. - Depois que eu consegui te soltar, eu vou deixar vocês em paz e vou seguir minha vida. - ela sai fechando a porta.

Fico sem reação, mas logo dou um sorriso. Fico feliz que ela tenha se achado na vida, Samantha estava perdida, ela não sabia o que fazer da vida, mas depois de hoje, ela aprendeu, da pior forma ela aprendeu, fico feliz que ela tenha aprendido, mas fico mal por ela ter aprendido da pior forma.

Espero que dê tudo certo, espero que ela consiga falar com Henrique e que Manuel não desconfie de nada, se ele descobrir ele vai matar eu e Samantha, ele não vai matar só ela, e sim nós duas. Espero que corra tudo bem.

[...]

Samantha e Manuel entra no porão, já estava na hora do jantar, Samantha estava com um prato de comida, ela me dou comida na boca quando ela terminou, Manuel bateu nela, bateu muito, fechei o olho com força e rezei para que aquilo acabasse logo, pois não aguentava ver ela apanhar, eu não aguentava ver aquele mostro bater nela.

Quando ele terminou de bater nela, ele veio até mim, ele bateu na minha cara várias vezes, minha visão começou a ficar turva, ele derrubou a cadeira que eu estava amarrada, e começou a me chutar, ele chutou minha barriga várias vezes, até eu cuspir sangue. Não satisfeito ele começou a chutar minha cabeça, ele chutou tanto que eu comecei a ficar tonta, minha visão foi escurecendo.

A última coisa que eu ouvi foi Samantha gritar.

- PARAAAA, VOCÊ VAI MATAR ELA. - essa foi a última coisa que eu ouvi antes de apagar por completo.