Meu colega, Thiago Fritz.

"Vai ficar tudo bem".

E.W POV!!!

– Liz acorda pelo amor de Deus!! - uma voz abafada suplicava pela minha consciência – Eu não posso ficar sem você, minha querida. - esse apelido. A voz abafada era Thiago.

   Eu não tinha acordado completamente, haviam algumas sirenes ao fundo. Sentia ele ajoelhado ao meu lado, com o objetivo de mostrar que eu estava acordando, eu passei meus dedos em seu joelho.

– AI MEU DEUS VOCÊ TA ME OUVINDO - Eu o ouvia melhor, sua voz era chorosa, parecia estar com medo e nervoso.

Balbuciei algumas palavras  tentando dizer sim, mesmo não conseguindo. Mas foi o suficiente para o Thiago comemorar e chamar os paramédicos que haviam ali.

Minha visão era meio embaçada ainda, mas via alguns paramédicos me levantando em uma maca, enquanto Thiago estava ao meu lado segurando minha mão, falando repetidamente que ia ficar tudo bem.

No caminho, vi Carina discutindo com Clarissa na presença de dois policiais, minha mãe estava ao lado protegendo a Carina e Brulio também.

Novamente minha pressão cai, e minha última visão embaçada, é Thiago passando a mão em minha cabeça, dizendo algumas palavras, palavras que eu nunca vou me esquecer.

"Eu te amo, por favor, não me deixa"

Sua voz saia mais trêmula que antes, e seus olhos estavam cheio de lágrimas. Suas mãos tremiam e estavam geladas.

...

T.F POV!

   No momento em que Liz viu nosso vídeo e saiu correndo, eu me sentia horrível e culpado por isso, não deveria ter deixado a porta destrancada, odeio ter essa fama de popular, eu não queria estragar a vida de Liz. Mas quando eu vi ela passar pela entrada da escola, eu disparei atrás dela, eu senti... Aquele momento não ia acabar bem, e se eu não fizesse alguma coisa, algo de muito ruim iria acontecer. Eu atravesso a escola ignorando todos os celulares e as risadas, todas as memórias que criei com Liz se passam além de meus olhos.

   O pátio é enorme, e infelizmente quando eu chego na porta da frente já é tarde de mais. Eu vejo no fim do jardim da escola, minha garota de cabelos negros passando pelo portão e sendo atingida por um carro familiar, aquele carro que eu nunca esqueço, o carro de Clarissa.
Eu não escuto mais nada, apenas meus batimentos cardíacos, todo o resto foi abafado, inclusive o berro de Lucille, do outro lado do jardim.

   Aquele momento foi como uma facada, eu estava paralisado, centenas de alunos tiravam fotos minhas, sem remorso, eles não tinham visto o que haviam causado.
Senti a vibração dos passos de meus irmãos em minha direção, e o grito abafado de Beatrice ao meu lado.

   Meu pulmão se encheu, eu não conseguia desviar o olhar, Liz estava jogada no chão e Clarissa parecia rir da cena desesperada de Lucille e Carina tentando salvá-la

   – Thiago? - eu sinto um toque, e escuto a voz abafada de Tristan atrás de mim

   – ELIZA! - Eu solto todo meu ar num berro estridente, que ecoa pela escola e chega até espantar algumas pombas.

   Sem olhar para trás eu desço as escadas já tirando o celular do bolso e acionando os números de emergência. Quando chego próximo, Liz havia caído de costas, era perigoso mexer nela com risco de piorar algo. Eu me ajoelho ao seu lado esperando que ela responde, começo a gritar seu nome desesperado, aquilo era tudo culpa minha.
Meu pai estava estacionando enquanto tudo aconteceu, e viu toda a cena. Preocupado ele corre em minha direção tentando me tirar da cena.

   Era possível ver alunos na grade da escola, gravando e cochichando entre si. Eles não cansam nunca.

   Quando a polícia chega, Carina e Lucille vão explicar toda a situação, desde o vídeo até o momento de agora. Clarissa foi levada para delegacia junto com o motorista do carro, e eu, Carina, Lucille e meu pai fomos ao hospital com Liz. Eu suplicava para que ela acordasse e desse um sinal dizendo que estava bem.