Eu estava sentada do outro lado do sofá observando ela a uns bons 15 minutos. Eu queria puxar assunto, manter ela falando comigo, mas eu também ainda estava sobrecarregada com o que descobri na cozinha. Ela ia me deixar beijá-la. Eu preciso falar com ela, não é humanamente possível estar perto dela e não falar com ela.
"Você não está com fome?" Eu resolvi começar pela comida, porque desde o almoço que eu decidi que a agradaria com comidas pelo resto da minha vida.
Eu vinha juntando desde ontem pequenos pedaços da vida da mulher deitada no sofá.
Um dos pedaços mais importantes é que ela gostava de comer. Ela salivou em meus abacaxis, ela comeu seu jantar com Loompa sem nenhuma reserva, muito diferente das garotas magras e frescas que já conheci e só comem salada, não, o bife que ela pediu ontem foi apreciado, então hoje ela almoçou duas vezes e ainda comeu do meu prato, e ela hoje não perdeu uma bandeja de aperitivos na festa, jantou como uma rainha, e ainda reclamou do tamanho ínfimo dos pratos, comeu os sanduíches quando chegamos como se fossem os melhores do mundo. Até o almoço eu só estava fascinada com seu apetite e achando divertido de observar, mas nossa discussão me disse a verdade, ela sabe o que é não ter o que comer.
Meu coração se apertou em mais sentimentos de proteção com essa mulher, ela era esforçada, sabe trabalhar em equipe, trabalhava pelo dela, não aceitava dinheiro que não viesse do trabalho dela, era honesta, era linda e além de tudo era engraçada pra cacete. Ela era perfeita pra mim e eu daria o mundo inteiro pra ela a partir de hoje.
"Eu sempre estou com fome, Czarina..." Eu sorri para o termo que ela me chamou muitas vezes durante o dia.
Passamos boa parte da última hora comigo explicando sobre o trabalho e ela vendo tudo em seu notebook e fazendo anotações, sendo metódica e atenciosa com cada informação. Ela tinha esses óculos que estavam me levando todas as pequenas migalhas de autocontrole que ainda me restam pra não pular nela.
Eu decidi que a comida era um tópico de segurança.
"O que você quer comer exatamente agora, nada é um limite?" Eu ofereci e pela primeira vez ela olhou pra mim como eu olho pra ela, como se eu fosse a porra do papai noel.
"Qualquer coisa?" Ela disse retirando os óculos, sorrindo timidamente.
Eu me aproximei e sentei mais perto dela e dei um toquinho no meu colo pra que ela deitasse ali e comecei a oferecer tudo.
"Você quer uma pizza feita em um forno à lenha de verdade? Um sushi fresquinho?" Eu acariciei seu cabelo perfeito e cheiroso e ela fechou os olhos com a carícia.
Ela está se deixando encantar.
"Bife Porterhouse? Aquele sanduíche de queijo grelhado que é o mais caro da cidade? Pato? Goulash?" Eu me abaixei pra perto dela diminuindo meu tom, tocando o queixo dela.
Ela estava suspirando, eu queria que fosse por mim.
"Peça o que quiser de mim e eu te dou... posso te dar o que você quiser..." Eu finalizei com um pequeno toque do meu nariz no dela.
Eu poderia ter beijado ela bem aqui, foi como na festa, foi como ela agiu agora pouco na cozinha... Ela não estava me rejeitando, ela não estava soltando piadinhas, ela estava somente se deixando encantar, mas eu prometi não tomar mais nada sem a permissão, não posso continuar presumindo com ela, eu tenho que fazer as coisas da maneira certa, então eu me afastei e encostei minha cabeça no sofá olhando pra ela.
Ela somente me olhou por alguns minutos de boca aberta e então fechou a boca batendo seus dentes com força como se estivesse fechando o expediente de loucura enquanto levantava olhando pra mim arrumando o cabelo num coque. Eu não sabia o que se passava na cabeça dela nesse momento, mas eu assisti os olhos dela se transmutando num misto de desejo, curiosidade e depois ela voltou a ficar confusa novamente.
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Pretty Woman
RomanceYelena é dona de um império de defesa de guerra, conhecida como a Czarina da Paz. Ela é como uma Miss, só querendo a paz mundial, ou quase isso. Kate é a melhor, mais legal e mais profissional profissional do sexo da cidade. KittyKate não quer nada...