E se eu te pagasse em amor?

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"Não, Yelena, eu não posso ir pra Rússia com você, eu tenho meu encontro com Peter agora, e há Marcus na quinta-feira, eu e ele não nos vemos a alguns meses, ele é um cara interessante de Wall Street que precisa de alguma massagem pra não foder com o dinheiro de pessoas como você..." Ela me explicou didaticamente e eu só consegui estalar meus dedos e esfregar meus olhos rudemente para conter meus ciúmes.



Estávamos nisso que estamos fazendo exatamente agora a alguns meses, nossa pequena guerra pessoal sobre quem cede primeiro.



Eu já havia ido e voltado da Rússia muitas vezes depois que a conheci, ela nunca quis me acompanhar, e eu entendia, realmente entendi, nas primeiras vezes... nós tínhamos algo novo... Depois isso apenas parecia irritante pra caralho... porque além de sermos algo muito sério... poderia ser sobre trabalho, e ela trabalha comigo, certo? Errado. Nem assim...



Isso era algo importante mas o incômodo era sobre algo maior... a verdade é que eu estava tendo um momento difícil de aceitar alguns aspectos do nosso relacionamento de uma maneira mais abrangente. Hoje por exemplo, a confusão foi porque eu resolvi chamá-la para viajar e talvez fazermos as pazes, esquecer as confusões anteriores, mas ela contra atacou com a notícia de que isso não seria possível porque além de me atacar com sua negativa, ela também usaria um dos meus dias da semana destinados por ela como oficiais para nós para outro cliente.



"Eu achei que você tinha dito que as quintas, sextas e finais de semana eram meus... você não quer viajar comigo, você nem mesmo conhece meu apartamento... e agora você vai apenas usar um dos meus preciosos dias com esse cara... eu não me sinto uma cliente feliz agora, Kate! Você já foi uma negociante melhor..." Eu tentei apelar para o bom senso trabalhista dela e recebi um olhar sujo.



Ela bufou uma risada jogando uma caneta em mim. "Yelena, por favor, não faça isso, nós já conversamos milhares de vezes sobre isso... Eu não fui no seu apartamento porque eu não durmo na casa de ninguém, é uma regra pessoal, respeite... já falamos sobre como viajar é realmente algo fora de questão, é caro e desnecessário e você não é minha cliente... E sobre os dias, sejamos honestas... você tem muito mais do que só esses dias que você disse, quando você está na cidade dorme praticamente todas as noites no meu apartamento, eu e você temos café da manhã juntas todos os dias, nos vemos aqui na Antey... eu só pedi a você uma exceção, essa semana, um caso isolado, eu preciso pagar minhas despesas, você sabe que eu vivo disso..." Ela disse baixinho apontando para mim, quase frustrada demais.



Eu quase cedi ao ver o olhar cansado dela. Eu sei que é cansativo discutir o tempo todo. Eu estou nos ouvindo bem aqui. Isso não é paz, mas eu também não posso recuar do meu ponto aqui, então eu resolvi continuar, porque eu estou realmente sendo prejudicada bem aqui.



"Você combinou quinta à domingo comigo, somos selvagens agora? Não cumprimos nossas palavras? E sobre o dinheiro e suas despesas, não precisaria ser tão difícil... você poderia estar recebendo um salário pelo seu trabalho na Antey, eu posso pagar um salário confortável pra você para cobrir todas as despesas e muito mais... você tem trabalhado tão duro aqui, Kate, você merece isso... me deixe fazer isso... por favor?" Eu ofereci o que venho oferecendo a meses. Ela não parecia nem mesmo minimamente interessada na minha oferta como sempre. Ela merece esse dinheiro.



Bem recentemente eu vinha intensificando minhas tentativas. Ela precisa entender que a vida que ela quer viver não virá nunca enquanto ela estiver estacionada nesse orgulho cego e pensando na "profissão" dela como o único meio de renda.



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