O velho pastor Lopez, o primeiro pastor de Quedhes faleceu no mesmo ano em que Daniel morreu. Jhonny ficou em seu lugar e teve problemas com Arthur, que ao contrário do seu pai, se intrometeu nos assuntos da igreja.
Arthur mandou fechar as fronteiras de Quedhes e ninguém mais poderia entrar na cidade. Ele contrariou seu pai e seu avô que queiram que Quedhes fosse uma cidade de refúgio.
Jhonny lamentou o ocorrido e começou a preparar o seu filho André para substituí-lo nos trabalhos da igreja.
O controle sobre a população aumentou e assim seria impossível haver uma revolta como houve dez anos atrás.
Ao assumir o poder, Arthur tinha um filho de 7 anos chamado Nicolas, que fora criado de forma enérgica pelo pai.
Arthur criou um plano de expandir a cidade para o lado de fora e algumas casas começaram a ser construídas. As pessoas não sentiam muita segurança em morar do lado de fora, mas Arthur ordenou que algumas famílias ficassem por lá.
Alguns anos se passaram e o pastor Jhonny morreu com 56 anos devido a uma epidemia de gripe que matou muitas pessoas em Quedhes.
André, seu filho, ficou em seu lugar e ganhou o apelido de pastor Peniel porque quando criança foi umas das primeiras palavras que aprendeu a falar.
As pessoas que moravam fora da cidade foram mortas pela gripe e quem sobreviveu foi assaltado por ladrões e malfeitores.
Arthur não tinha a mesma paciência de seu pai e não escutava os conselhos dos homens de Deus como seus antecessores faziam.
Nicolas foi estudar fora e voltou muito diferente. Ele não tinha muita admiração por seu pai e dizia que não herdaria o seu lugar como prefeito.
A família Lester entrou em crise devido Nicolas dizer que não herdaria o poder e que passaria o poder para alguém escolhido pela população.
Nicolas se envolvia em confusões e brigas constantemente e o pastor Peniel tentava aconselhá-lo.
— Meu filho, seu bisavô foi o fundador deste lugar e sua família é uma referência para todos aqui. Suas ações contribuem para que as pessoas se revoltem contra o seu pai e contra a igreja.
— Isso é problema meu, pastor. O senhor deve cuidar da igreja e não da minha vida.
— Calma Nicolas, eu quero apenas o seu bem.
— Eu sei o que é melhor para mim.
— Apenas Deus sabe o que é melhor para nós jovem.
— Eu faço o que quiser da minha vida, o senhor usa essa desculpa para controlar a vida das pessoas dizendo que elas só podem fazer o que Deus quer, na verdade o senhor está enganando a todos, mas a mim não.
— Eu não engano ninguém filho, apenas ensino a palavra.
— Você é muito ousado pastor, mas tenha uma certeza. Eu não quero ser o líder deste lugar, mas se for, o senhor pode ter certeza de que a igreja daqui terá um novo líder.
— Meu futuro está nas mãos de Deus.
Peniel viu que não adiantava conversar com Nicolas e se retirou.
Os anos passaram e a cidade continuou a prosperar. Quedhes não era mais um lugar tão agradável como havia sido com Zacarias e Daniel, mas ainda era muito rica e cobiçada.
O comportamento de Nicolas era cada vez pior e Arthur percebeu que ele seria um péssimo líder.
Arthur conversou com o pastor Peniel e pediu conselhos. O bondoso pastor disse que ele deveria preparar seu filho mais novo para assumir o comando da cidade e mandar Nicolas para outro lugar.
O líder de Quedhes estava decidido a mandar seu filho para longe, mas sua esposa amava muito seu filho mais velho e pedia para ele rever sua posição.
Arthur avisou aos seus homens de confiança que dentro de poucos dias ele mandaria seu filho Nicolas embora de Quedhes, mas algo terrível aconteceu.
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Refúgio, a cidade perdida.
EspiritualNossa história conta a origem da cidade de Quedhes, mais conhecida como Refúgio. Fundada por cristãos que fugiam de perseguição, ela será palco de várias histórias. Em mais de um século veremos milagres, traições, mortes e destruição. Neste livro v...