George entrou na casa de seu amigo de infância e lá dentro estava o pastor Peniel, que o saudou. George sorriu ao ver o bondoso pastor.
— Quanto tempo pastor, não esperava ver o senhor aqui?
— Eu também queria muito o rever filho, creio que as coisas não andam boas para você.
— É verdade, meu pai está cada vez pior e aquele Lúcius o ajuda a ficar pior ainda.
— E você quer ir embora daqui?
George ficou completamente pasmo com o a pergunta de Peniel e o indagou.
— Como o senhor sabe?!
— Deus me revelou filho, Ele sonda as mentes e os corações de cada um. Você está enfrentando uma fase muito difícil, mas Deus pode ajudá-lo.
George sentou-se e confessou que gostava de ir à igreja quando criança e ouvir as histórias da bíblia contadas pelo pastor Peniel, mas que hoje não acreditava em mais nada.
Peniel tentou animar George.
— George, a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Está cidade viveu tempos de glória quando Deus era o Senhor deste lugar. Hoje Deus não pode mais atuar aqui.
— Sinto muito pastor, mas não creio em mais nada. Se Deus fosse tão bom e poderoso as coisas não estariam assim. O senhor mesmo não está mais na igreja por enfrentar o meu pai.
— Na verdade eu não o enfrentei, apenas disse aquilo que o Senhor havia mandado.
— Mas por isso perdeu o comando da igreja.
— A igreja não era minha, a igreja é de Deus e na verdade aquilo que existe no centro é apenas um prédio. A igreja somos nós.
Os dois conversaram por um bom tempo e George foi embora pensando nos ensinamentos do pastor.
Os anos passaram e Nicolas instaurou o terror na cidade. Ninguém entrava ou saia sem sua ordem e a miséria tomou conta da cidade, que outrora tinha sido próspera e feliz.
Nicolas mantinha sua vida de conforto graças a todo o tesouro que sua família tinha acumulado ao longo de décadas, mas todos o odiavam na cidade.
Lúcius manteve as rédeas da igreja que se afastou muito da verdade da bíblia. Muitas pessoas acreditavam nas mentiras do pastor e algumas não gostavam da sua mensagem, mas iam a igreja por medo de Nicolas.
Um novo século chegou em Quedhes e a esperança de dias melhores também. Nicolas fez uma grande festa e bebeu muito. O líder da cidade, muito embriagado, mandou prender ao pastor Peniel e avisou que ninguém mais deveria desafiá-lo na cidade.
Nicolas estava bêbado e Hernandes esperou até ao amanhecer para confirmar se prenderia mesmo a Peniel. Nicolas tinha passado a noite com suas amantes e acordou muito tarde. Ele disse que não queria prender Peniel, mas decretou sua prisão por estar bêbado.
Hernandes disse que ele não deveria mandar prender o pastor, mas Lúcius não concordou.
— Se o nosso líder não cumprir a palavra dele ficará em descrédito com quem o ouviu na festa.
— Mas se prendermos o pastor a população ficará muito descontente.
Lúcius interpelou Hernandes.
— De que lado você está Hernandes? Do lado do nosso líder ou do lado dos moradores?
Hernandes não gostou de Lúcius confrontá-lo e pegou a adaga que tinha em sua cintura para ameaçar o falso religioso.
— Nunca mais fale comigo assim Lúcius, eu acerto uma adaga a metros de distância, imagine de tão perto!
Nicolas levantou-se e mandou Hernandes parar.
— Não briguem por nada meus caros. Vamos fazer o seguinte; prendemos o pastor apenas por alguns dias e depois o soltamos.
Hernandes empurrou Lúcius e derrubou o pastor, causando risadas em Nicolas.
Peniel foi mesmo preso e uma revolta muito grande tomou conta da cidade.
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Refúgio, a cidade perdida.
EspiritualNossa história conta a origem da cidade de Quedhes, mais conhecida como Refúgio. Fundada por cristãos que fugiam de perseguição, ela será palco de várias histórias. Em mais de um século veremos milagres, traições, mortes e destruição. Neste livro v...