Dias atuais
Ele me viu.
Qual a porra do meu problema!
Meu coração não tem que dar malditos pulinhos quando vejo esse... maldito.
Droga, não consigo nem xingar ele direito
Quando você gosta de alguém e essa pessoa vai embora, você espera que depois de três anos ela simplesmente não cause nada em você, seu coração não vai bater mais rápido, nem seu estômago vai torcer, e você não vai reparar como ele está adulto e que o cabelo dele maior esta daquele jeito bom de passar os dedos, e você não vai reparar no maxilar definido e nem que ele parece mais alto do que você lembrava e ..
— Acho que você está precisando de uma bebida?
Rush interrompe meu devaneio, deve ter visto minha cara concentrada e achou que estou de saco cheio de todo esse casamento.
Mas na verdade não estou, amo Athos e ela se casar com uma herdeira mulher, e casar de vestido justo preto.
Porra ela é minha heroína.
— Vem vamos aproveitar então e beber juntos.
Rush é meu acompanhante hoje, já saímos algumas vezes, conheci ele em uma festa em um porão, eu estava dançando aquela noite, foi incrível. Ele dançou comigo, me fez rir...ele é um cara legal, talvez com tempo, meu coração de os malditos pulinhos por ele também.
Você já tentou isso lembra?
Aí, Minha mente não me ajuda.
Rush se aproxima de mim e passa as mãos pela minha cintura, estou com um vestido cinza tomara que caia, deixando minhas tatuagens a mostra nos braços, ele é justo nos lugares certos, e Rush parece adorar isso. Ele me leva com facilidade é um pouco mais alto que eu. E olha que estou de salto.
Me deixo levar e atravessamos o salão, sinto olhos em mim, e minhas costas queimam. Droga Madden.
Rush pede duas taças de champanhe, e me olha sorrindo de lado.
— Sei que prefere as bebidas de moça grande, mas seu pai já me odeia o bastante tavi.
Ele diz isso e se aproxima mais ainda.
Rush é o típico loiro bonito, cabelos claros e bem cortados, maxilar definido, e olhos claros que parecem esmeralda líquida. Eu escolhi uns dos bons.
— Ele não odeia você...só não me quer com nenhum rapaz, se ele sonhar o que você fez comigo no porão, acho que minha mãe vai ter que internar ele.
Rio quando seus olhos se arregalam.
Meu pai é a melhor pessoa que conheço, ele é engraçado, carinhoso, e tem personalidade. Nossa criação,minha e dos meus irmãos, foi a melhor possível, todos nós crescemos livres, podíamos desbravar tudo que quiséssemos, não aceitávamos não. E não pedíamos algo que queríamos, nos tomávamos.
Quando fiz 18 anos, fui na primeira reuniãozinha deles, meu pai quase morreu do coração, eu já lutava desde nova, tia rika me fez uma mestre em xadrez e minha tia banks me ensinou a ser a mais experta em uma sala. Eles tinham planos futuros para mim, e por mais que me encaixe neles completamente, depois que Madden negou entrar para o grupo, me rejeitou, e foi embora... tudo mudou para mim.
"Nós vamos nos apoderar da noite tavi"
Consigo ouvir a voz dele repetindo isso ao longo de nossa infância, mas na hora que íamos começar a conquistar as coisas, ele mudou, idiota escroto.
Rush toma um gole de sua taça e me observa por cima, sei o que está pensando. Vamos repetir.
E quando estou me aproximando dele, para beijar o canto de sua boca, com barba por fazer. Alguém encosta no meu braço.
— Octávia, você quer que seu amigo perca os dedos?
Reviro os olhos suspirando.
— Qual é pai? Como ele vai me fazer carinho de perder os dedos dessas lindas mãos?
Digo isso da maneira mais inocente é falsa do mundo. O sarcasmo escorre em cada palavra. Eu amo infernizar ele.
Meu pai como o psicopata que é, olha para Rush é dá um meio sorriso sinistro, capaz de fazer criancinhas chorarem.
— Rush, pq você não aparece no dojo, para uma luta, ou duas? Podemos nos conhecer melhor? O que acha?
— Não cai nessa Rush.
Digo olhando irritada para meu pai.
— Vou me comportar, deixa o rapaz em paz.
Ele sorri, sabe que venceu.
Preciso de mais umas conversas com a mamãe, só ela para chutar a bunda dele, e fazer ele ficar feliz com isso.O casamento passa rápido, tudo corre de maneira boa, e tranquila.
Me emociono quando vejo o orgulho de Michael levando a filha até o altar.
Bebemos, jantamos. Eu dancei com Rush e aproveitei para beijar ele assim que meu pai sumiu com a minha mãe para uma sala no fundo do hotel. The pope.
Estamos celebrando no salão de festas da hotel, a decoração escura e com velas foi ideia da própria Athos, ela ama o dark como ninguém. Talvez tanto quanto seu pai.
Assim que termino de dançar com Rush, meu pai se aproxima, para dançar comigo. Começa a tocar Daddy Issues, e com a batida ele me gira na sua frente, segurando minha mão bem no alto, ele é o melhor. Me puxa para perto e balança lentamente.
— Vocês nem se falaram tavi, ele não tira os olhos de você. Porque parece que tem algo errado aí?
Só solto um suspiro baixo, estava esperando essa pergunta já, meu pai me conhece melhor que ninguém, por mais protetor que seja com os rapazes, ainda somos muito parecidos.
Mas, acho que nunca conseguiria lidar em contar tudo que realmente aconteceu quando Madden se foi. Então opto pela história que todos sabem.
— Nós crescemos pai, não somos mais tão próximos, ele mudou muito. E depois daquela briga idiota, era como se eu fosse a culpada. Ele que perdeu a cabeça por nada.
Meu pai me olha sério, com o cenho franzido. Droga
— Ele te protegeu daquele merdinha Octávia, ele tinha tentado te tocar a força e teria sido muito pior se Madden não tivesse lá, ele não fez nada de mais.
— ele deixou o rapaz em coma pai.
Digo enfática.
— E eu teria matado ele.
Reviro os olhos, meu pai amava Madden, ele conseguia entendê-lo, e os dois sempre foram próximo. Me sinto mal por não contar toda história pro meu pai, mas nem a pau que vou dizer sobre Madden e eu. O que rolou foi um erro, ele é louco. Eu não preciso que me protejam. Eu sei me virar, e ponto final.
— converse com ele, ele ainda é seu primo. E vocês já foram próximos... O orgulho nunca me ajudou tavi.
E com isso ele sai andando no meio da pista, fico meio puta da vida, qual é pai? Vai me largar aqui? Só pode ser brincadeira.
Até que sinto, o cheiro dele.
Deus eu nunca vou me esquecer?
Ele cheira como se tivesse acabado de sair do banho, sempre me lembrou hortelã.
Limpo e fresco
— Vai me evitar a festa inteira?
Olho para o lado antes de virar, vejo que Rush está distraído no bar, conversando com um amigo de Gunnar. Olho para frente e me viro, olhando direto pros olhos acinzentados mais frios que já vi.
Ele está mais velho, parece que o olhar frio, que as vezes apareciam quando éramos criança, tomaram posse de tudo.
Coloco o sorriso mais falso que posso no rosto, e digo com uma felicidade gélida.
— Olá Madden, quanto tempo? Fez boa viagem?
— não me venha com sorrisos falsos Octávia, não para mim. Eu conheço cada um deles, esqueceu?
Arrrh, quero socar a cara dele imediatamente.
Você não me conhece mais porra.
Essa postura de que ninguém chega aos pés dele sempre me tirou do sério. Ele é o rei do próprio universo, e ninguém nunca conseguiu chegar ao seu nível, nem eu.
E eu tentei. Talvez até demais.
— Acho que podemos seguir em frente. Vamos precisar conviver, eles não vão entender o porque.
— Precisar conviver? Tenho certeza que sua passagem de volta já está comprada. Aliás você nunca foi do tipo que fica.
Minha resposta sai mais dura do que queria, ele consegue me afetar como ninguém falando duas merdas de frases.
Droga, Preciso fumar um cigarro.
Madden não responde, apenas se aproxima tenso e me puxa pela cintura, as mãos grandes apertando bem no fim da minha coluna e sinto o corpo inteiro arrepiar. Ele me puxa e enlaça minha mão no seu ombro, e começa a dança.
Demoro um tempo pra revidar, pelo choque de como ele faz manteiga de mim.
Ele dançando? Madden nunca dança.
Eu respiro música e dança, é tudo que eu mais amo, me faz sentir viva, livre. Sei que minha mãe ama a dança pelo mesmo motivo.
— não estou nem aí se me odeia Octávia, vou passar alguns dias em thunder bay, ficar com meus pais, nossos amigos. E vamos nos ver, vamos levar as coisas de forma civilizada. Não somos mais crianças.
Fico em silêncio, e finjo pensar no que disse, mas minha cabeça não para
Alguns dias? Droga. Droga. Droga.
Preciso urgente de um cigarro.
—Achei que não suportasse essa cidade, e tudo que representamos, Londres deve estar chata.
Digo ironicamente
— Londres não tem tudo que quero.
E seu tom tem um quê diferente, olho novamente em seus olhos e sinto.
Ele não pode estar falando de mim.
Ele me ignorou, deixou claro como me vê.
"Isso é errado tavi, você é uma quase uma criança, minha prima, não posso fazer isso"
Sua mão fica mais firme em minha volta, e minha boca seca enquanto ele me encara como se eu fosse uma de suas telas.
— Posso recuperar minha acompanhante Madden?
Rush está ao nosso lado, sorrindo. Lógico que
não notou o clima tenso que esta no ar, aliás é meu primo. Por que ele ficaria com ciúmes.
Madden para de dançar e me solta lentamente, parece estar confuso. Se afasta de mim e olha diretamente para Rush.
— Ela é toda sua.
Aí.
E sai, sem nem olhar para mim. Reviro os olhos da hipocrisia, isso aí Madden vamos agir como adultos. Otario.
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A blood sin
FanfictionPara você que lê romances insalubres, e acredita que amor e perdição caminham de mão dadas.