- 𝐅𝐢𝐧𝐞 𝐋𝐢𝐧𝐞 -

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23:06

Envolvo meu corpo em um vestido preto elegante que se ajusta apenas o suficiente para acentuar cada curva sútil em meu corpo, mas ainda me permite respirar. Meus lábios e minhas unhas são vermelhos. A visão de mim mesma vestida assim, faz com que eu me sinta diferente. Não é o meu habitual mas Laura praticamente me obrigou a comprar esse vestido. Pessoalmente acho um tanto quanto exagerado, mas afinal, é o aniversário dela.

As festas de Laura são o evento do ano. Ela nem sequer precisa convidar ou lembrar as pessoas sobre isso. Todos já esperam ansiosamente pelo aniversário de Laura Stevens. Todos são convidados, ela nem se importa com quem entra ou sai. Ela apenas quer garantir que está no auge de sua popularidade, sempre. Eu odeio festas, especialmente essa. Todos do colégio estarão lá, oque irá me gerar alguns encontros indesejados.

Meus pés se erguem acima do chão, presos por um par de saltos pretos. Estou pronta, e essa noite será longa.
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Tom Pov:

"Quem é essa?" Bill me pergunta, enquanto eu busco pelas chaves do meu carro.

"Alguma vadia rica do colégio." Digo revirando as almofadas do sofá.

"Aqui, meu bem." Uma voz feminina soa atrás de mim, me viro para ver Lisa com minhas chaves.

Agarro as chaves. "Posso ir com você?" Ela diz.

"Tanto faz." Digo saindo pela porta, posso ouvir o som dos saltos dela cantando atrás de mim, na tentativa de me alcançar.
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23:55

Me aproximo dos grandes portões da propriedade. O esplendor da casa é um farol de elegância. O som da música alta e do riso enchem o ar. Ao entrar, vejo muitas pessoas. Algumas dançando, algumas nadando na grande e luxuosa piscina e outras se agarrando em algum canto da festa. Posso dizer que todos aqui certamente estão bêbados ou quase.

Lisa vem logo atrás de mim enquanto me dirijo para um pequeno bar no interior da casa. Ela instintivamente pede um drink, oque me irrita, já que ela não consegue se controlar e é minha responsabilidade hoje.

Examino a multidão observando as imagens e os sons da festa. Através da multidão, eu a vi. Seu vestido preto justo, tão elegante. Uma visão, seus lábios vermelhos, oque faz de seus olhos parecerem ainda mais atraentes. Ela é uma obra de arte, uma obra-prima em exibição. Uma visão de beleza que me deixou de joelhos. Me sinto incapaz de desviar o olhar, eu preciso falar com ela.

Nossos olhos se encontram, e tudo se perdeu. As luzes, os sons, as risadas, a dança. Tudo acabou e se perdeu. E naquele momento, naquele olhar, vejo sua beleza, vejo a mulher por trás da máscara. A mulher que me pertencerá.

Meu transe é interrompido pela sensação de lábios em meu pescoço, Lisa.

Eu me afasto, voltando minha atenção para Stella, mas ela já não estava lá.
"Volte para a casa." Falo para a loira que me acompanhava, me afastando antes que ela ouse me questionar. Vou a encontro da menina dos olhos de esmeralda.

Passo pela multidão de adolescentes bêbados, o cheiro de álcool enchendo minhas narinas. Quando finalmente a alcanço, vejo que ela já estava acompanhada.
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Stella Pov:

Eu sinto uma picada, como uma faca no meu peito. Eu jurei a mim mesma, que nunca investiria neste homem, mas aqui está ele. O pensamento dele com outra pessoa faz meu estômago revirar e meu sangue ferver. E eu juro para mim mesma que eu o odeio com todo o meu ser, mas quando eu olho para eles, juntos, eu percebo, que eu não o odeio, mas sim, estou me apaixonando por ele. E esse pensamento, esse sentimento, me domina. Eu não quero, não posso. Isso não pode estar acontecendo.

Eu me afasto, indo a parte externa da casa. Meu nome se perdeu. Eu jurava odiá-lo, mas acho que sou uma mentirosa, isso está me cegando para o jeito que estou agindo, para o tóxico em minha mente. Sinto que poderia fazer qualquer coisa, para recuperá-lo, mesmo que ele nem sequer já tenha me pertencido. É uma força que pode ser destrutiva. Estou andando em uma linha tênue entre o amor e o ódio.

"Stella?" Uma voz familiar me faz acordar. Eu olho para Tyler, meu amigo de infância. Não consigo ter clareza, minha mente está completamente em branco. Sem pensar, eu beijo ele.

Me afasto dele ao perceber o que eu tinha feito. Eu agi de cabeça quente, sem pensar. Eu nunca faria isso em sã consciência, eu nunca olharia para ele dessa forma.

Ele está me encarando com a boca entreaberta. Eu balanço a cabeça em negação, tentando pensar em como me desculpar por esse momento constrangedor.

"Você não sabe o quanto eu esperei por esse momento." Ele diz, me fazendo arregalar os olhos.

Oblívio - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora