⚠️
Esse capítulo pode ser sensível para algumas pessoas, alerta gatilho!
Indício de abuso sexual e pedofilia!______________________________________________
Quando o calor do verão começou a diminuir e as folhas começaram a ganhar tons vibrantes de laranja e vermelho, é uma manhã fria. Me espreguiço, sentindo meus músculos doerem de exaustão pela longa noite de preocupação e dor. Faz mais de uma semana desde que Tom foi baleado. Tom teve sorte de estar vivo, mas agora foi forçado por mim a se curar de seus ferimentos em repouso na cama, o que significa que ele não têm frequentado a escola.O dia já está cheio de incertezas, e a idéia de não poder ver Tom na escola pesa muito na minha cabeça. Eu também tenho lutado com outras questões. Tyler. Respiro fundo e reuno toda a coragem que tenho dentro de mim. Eu sei que terei que enfrentar meus amigos. Não posso continuar fugindo deles, especialmente hoje. Estamos organizando um baile de outono. Ao sair do quarto, ouço meu celular em minha mochila. Era o número de Tom. Atendo hesitante, me sentindo ansiosa. Com a organização do baile, não tenho tido tempo para visitá-lo. Quando ouvi a voz dele do outro lado da linha, meu coração se encheu de emoção. Eu não posso acreditar o quanto sinto falta dele. De repente, o peso de tudo mais que está acontecendo parece evaporar. A voz de Tom e o conhecimento de que ele está se recuperando, me alegra instantaneamente.
Prometi a mim mesma, estarei ao lado dele no momento em que ele voltar para a escola, mesmo que isso significasse enfrentar conversas estranhas ou difíceis com outras pessoas.Ao chegar na escola, posso sentir imediatamente a tensão no ar. Não é apenas a ausência de Tom que faz as coisas parecerem estranhas, mas também a percepção de que eu tinha que enfrentar meu erro daquela noite. Eu vejo Tyler no corredor, olhando para mim. Sinto um nó se formar em minha garganta. Ele se aproximou de mim, mas não serei capaz de enfrentar ele agora. Eu rapidamente ando na direção contrária.
Apesar da tensão, consegui passar pelas aulas normalmente para minha surpresa. Quando o dia escolar finalmente chega ao fim, o trabalho para mim, ainda sim não acabou. O baile está muito próximo então é hora de ajudar com a decoração do ginásio. Ao entrar, vejo algumas pessoas. Algumas em escadas, colocando fitas coloridas no teto. Outras recortando algumas formas em cartolina, para enfeitar as paredes. Por sorte, não vejo nenhuma forma conhecida. Me aproximo de alguns alunos para ajudá-los. Não posso evitar de checar meu celular frequentemente, para garantir que não há mensagens de Tom.
Após cerca de 24 minutos, vejo alguém familiar. Antony, meu professor de inglês. Ele sempre me pareceu estranho mas realmente o admiro como professor. É definitivamente um dos meus favoritos. Ele parece estar vindo em minha direção. "Stella?"
"Oi, professor. Como vai?" Ele está como sempre. Um blazer xadrez, seu cabelo grisalho penteado para trás e seus olhos azuis, estranhamente frios.
"Bem, bem... Na verdade, eu gostaria da sua ajuda na correção de algumas redações. Você é minha melhor aluna e eu não terei tempo para corrigir todas. Confio em você para fazer isso. E então, o que me diz?" Não é a primeira vez que recebo esse tipo de pedido. Ser uma aluna acima da média, traz esse tipo de consequência.
"Bem, eu preciso organizar as coisas para o baile mas, tudo bem. Eu posso ajudar." Ele acena, me guiando até a sala dele. Os únicos alunos que ainda não haviam ido embora, estavam no ginásio. Ao entrar, sinto cheiro de cigarro e café. Escuto o som da porta se trancando atrás de mim mas antes que eu possa reagir, minha cabeça já havia sido batida com força contra a mesa. Minha visão fica turva. É como se eu perdesse a consciência por alguns segundos. Posso sentir um gosto metálico, muito forte em minha boca. Em seguida, sinto meu cabelo ser agarrado com força e puxado para trás, me fazendo levantar da mesa e uma mão cobre minha boca antes de ser substituída por um pano pequeno, acredito que seja uma meia. Esse pano é enfiado em minha boca agressivamente. Minhas mãos são seguradas com força atrás de minhas costas.
Minha cabeça é batida contra a mesa novamente. Meus olhos começam a arder em lágrimas. Meu pulmão passa a ser incapaz de inalar algum ar. Sinto as mãos dele agarrando minha saia, acho que ele pensa que estou inconsciente por causa das pancadas. Antes que ele consiga fazer qualquer coisa, eu consigo soltar uma de minhas mãos, arrancando o pano de minha boca e começando a gritar. Ele se assusta e me solta, então eu disparo dois socos no rosto dele. Quando ele cai no chão, eu chuto seu estômago. "Seu porco, nojento! Eu vou acabar com a sua vida!" Antes de sair da sala, eu posso ouvir ele falar entre grunhidos de dor. "Não importa o que você fale. Ninguém vai acreditar em você."
Ele está certo. Ele é um professor impecável, com uma família linda e perfeita. Todas amam ele. Ninguém acreditaria em mim.
Bem, exceto uma pessoa.
Ao sair pela porta da sala, eu caminho rapidamente até o lado de fora da escola. Laura iria me buscar apenas daqui a 2 horas para que eu dormisse na casa dela, mas eu não quero ficar aqui por mais nem um segundo sequer.
Eu odeio me sentir vulnerável e por mais que ele não tenha conseguido fazer o que queria comigo, eu ainda sim me sinto tão mal. Como se ele tivesse arrancado algo de mim.
Eu preciso me sentir segura.
"Alô, Stella?"
"Oi. Me desculpa por te ligar assim, tão tarde..."
"Você está bem? Aconteceu alguma coisa?"
"E-eu... Só queria falar com você."
"Stella, onde você está?""Na escola. Eu falei que teria que sair mais tar-"
"Não saia daí, eu vou te buscar."
Ele desliga, antes que eu possa falar qualquer coisa. 14 minutos se passam e já posso ver o carro de Tom. Respiro fundo pensando em como encarar ele. Eu nunca havia agido assim antes com ele. Nunca havia mostrado vulnerabilidade, não verdadeira.
Enquanto caminho até o carro dele, o vejo sair e abrir a porta para mim. Entro no carro sem olhar nos olhos dele. Ele dá a volta e entra logo em seguida.
"O que aconteceu?" Continuo olhando para frente mas sei que ele está me encarando como sempre. "Só... Me leva embora daqui, tá?" Minha voz sai mais baixa do que eu gostaria e posso dizer que ele entendeu a mensagem, já que não respondeu, apenas me levou até a casa dele. Foi uma viagem silenciosa mas podia sentir a preocupação dele no ar.
Ao chegar na grande casa e entrar, vejo Gustav dormindo no sofá. Passamos direto, subindo as grandes escadas até o quarto de Tom. Ao entrar, ele tranca a porta e olha para mim, eu ainda me sinto incapaz de fazer contato visual com ele. "Agora me fala. Me fala o que aconteceu."
"Nada, não aconteceu nada."
"Stella, não minta para mim. Você nunca havia me ligado antes e nem falado daquele jeito comigo. Você nem sequer consegue olhar para mim."
"Eu... Só tive uns problemas." Ele dá um passo para perto de mim.
"Que tipo de problema?"
"Não foi nada, Tom. É sério..." Escuto ele suspirar alto.
"Stella. O que aconteceu?" O tom de voz dele aumenta ligeiramente.
"Eu tive uns problemas, tá? Só isso. Eu... Tive uns problemas com meu professor de inglês, mas..." Minha voz fica trêmula e minha respiração irregular.
"Que tipo de problema, Stella?"
Eu não consegui falar então apenas olhei nos olhos dele e pela expressão em seu rosto, eu soube que ele havia entendido.
Eu não sei qual vai ser reação dele mas sei que vai ser ruim. Mantenho contato visual com ele já esperando por uma explosão. Eu só me pergunto se essa explosão será direcionada a mim ou não.
![](https://img.wattpad.com/cover/345434619-288-k700265.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Oblívio - Tom Kaulitz
Fanfiction"A humanidade está em uma constante espiral de decadência, cada vez mais miseráveis e decepcionantes. Como a raça mais inteligente pode ser também a mais corrupta? Talvez seja isso o que nos torna capazes de tamanha inteligência, uma criatura imprev...