‣ Capítulo vinte e três

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— Léo

Julho de 2022

Desde o instante em que acordou, tudo que Léo pensava era encontrar uma maneira de surpreender Anna. E bem, ele já não conseguia mais esconder o fato de estar perdidamente louco por ela.

No caminho para a floricultura em que se conheceram, ele mergulhou em pensamentos sobre a trajetória que tiveram. Ele ria sozinho ao se lembrar da discussão e de como ela havia ficado visivelmente furiosa com a situação.

O tatuado pensou em nas ondas esvoaçantes de Anna e em sua risada contagiante enquanto montava o melhor buquê de flores.

— Obrigado, Beth — Agradeceu, acenando para a operadora do caixa, assim que o arranjo lhe foi entregue.

Com um sorriso no rosto, sentia que nada o poderia abalar naquele momento. Estava de bom humor, e qualquer um que o visse era capaz de perceber.

Com vigor, abriu a porta principal do estabelecimento e, ao sair, seus olhos se fixaram diretamente na mulher que dominava seus pensamentos nos últimos tempos. 

Foi pura coincidência.

Ela ainda não tinha percebido sua presença, pois toda a sua atenção estava voltada para a pequena criança que segurava pela mão.

— Mamãe, podemos levar essa aqui hoje?

— Hoje não, filha. Se continuarmos assim, não teremos mais espaço em casa! — Explicou paciente.

— Mas essa é tão pequenininha... — disse a criança, fazendo um biquinho adorável capaz de derreter qualquer coração.

Anna pegou a pequena em seus braços, e carinhosamente negou seu pedido. Ao ver a carranca estampada no rosto de sua mini-versão, ela achou graça.

Tudo isso aconteceu em questão de segundos, mas para Léo, parecia acontecer em câmera lenta. Ele estava em transe com a cena que acabara de presenciar e não sabia muito bem como agir.

— Anna? — Foi tudo que conseguiu dizer.

A moça pareceu enrijecer seus músculos numa descarga de tensão e virou seu corpo lentamente em direção a ele.

— Léo? O que está fazendo aqui? — Apressou-se em perguntar, segurando as mãos da criança que observava a cena com bastante atenção.

— Ah... estava comprando para você — entregou o mini buquê.

— Minha mãe disse que não tem mais espaço para flores em nossa casa. Acho que ela não vai querer essas também — A pequena se intrometeu.

— Victória! — Protestou Anna — Olha, eu posso explicar!

— Não precisa — Cortou — Podemos conversar em outro momento, pode ser? Tchau, Victória. — Disse se despedindo e recebeu um tchauzinho amigável da garotinha.

Léo seguiu seu caminho para casa, sentindo-se completamente perdido e confuso com o que acabara de presenciar. Ele se perguntou se teria entendido errado, mas minutos depois, a ficha caiu e era mesmo aquilo, não havia espaço para outra interpretação.

Por que Anna teria escondido algo tão importante? 

O pensamento de que ela poderia ter mentido sobre outras coisas o deixou ainda mais triste e inseguro em relação ao futuro de seu relacionamento. Será que ele poderia confiar nela novamente?

Tudo o que sabia, era de que precisava de tempo para processar seus sentimentos e decidir o que fazer com a nova informação.

• • •

‣ Nota da autora: 

Eita, que agora a coisa ficou séria kkkkk rindo de nervoso

A gente não tem um minuto de paz com a Anna, né? Quando tá começando a simpatizar, ela toma as decisões mais erradas e bagunça tudo de novo. No final das contas, ela é a pessoa mais real dessa história. É a que se mete em confusões e tenta consertar, a que deseja amar, mas não quer se entregar. Ela personifica a complexidade.

Quanto ao Léo e essa dúvida sobre o futuro do relacionamento deles, nada tem a ver com Anna ser mãe. A questão está nela ter omitido essa informação e na insegurança que gera ao não compartilhar esse fato tão importante com ele. Eles já estavam num envolvimento legal, e, na minha opinião, era de bom tom ela ter contado.

O que vocês acham? 

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