lembre de mim

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- Pelo oque eu acabei de escutar, vocês estão ficando bem próximas... Então por que não rolou um beijo!? Caramba, vocês sempre se esbarram, trocam olhares, carícias e nunca se beijaram!? Você está mesmo me falando a verdade, Cabrita?- perguntou perplexa. - me falando a verdade sobre só ter "assistido" com ela?

- Eu não vou responder, Você sabe muito bem a resposta.- Somos melhores amigas, Não quero bagunçar a vida da Jenna e tenho medo de perder nossa amizade. Será que é tão difícil de entender?- Mas hoje foi muito legal, Principalmente a parte que ela tocou o violoncelo. Me senti bem.

- E ainda diz que não está apaixonada- ela murmurou. Mas consegui escutar perfeitamente. Não respondi, apenas fiquei de bobeira. Segui até o quarto enquanto conversava com a Isabel sobre como estão indo as coisas. Tanto aqui quanto na Califórnia. Ela me falou que está frequentando a auto escola e que está indo muito bem, e nas aulas de coreano também. Eu estou muito feliz por ela. Enfim, papo de irmãs.

- Anh... Desculpa, Emma. Eu vou ir na mãe - Isabel falou me interrompendo quando eu finalmente comecei a falar sobre o trabalho.

- O que tem ela?

- Ela está daquele jeito. Estou escutando o choro... isso é muito doloroso, eu não posso deixá-la assim.

Minha mãe nunca passou por isso quando tinha o meu pai ao seu lado. Agora as coisas mudaram. Em quase todas as noites, depois do suicídio do meu pai, ela se trancara no quarto e começava a chorar.

Nunca aguentei vê-la assim. Ela sempre insistia dizendo "está tudo bem, me deixem sozinha". Então, eu saía de seu quarto, me trancava no meu, e também chorava.

- Desculpa...- sua voz parecia embargada. Ela sempre se desculpa por chorar.

- Por favor, Cuida dela Bel.- ignorei meu celular deixando-o em cima da cama. Abracei um travesseiro e me segurei para não chorar.

Abri a porta de vidro que dava a varanda do quarto, e me apoiei no parapeito. Olhei para a lua cheia cercada de estrelas e fechei os olhos ao sentir a brisa gelada. lágrimas começaram a cair lentamente sobre minhas bochechas. Quando me dei conta, o meu choro estava completamente descontrolado. ter a ausência de minha respiração controlada nessas horas já era... Costume.

- Pai, Oi.- Forçei um sorriso, ainda olhando para o céu.- Desculpa se não desabafei com você nesses últimos meses. Minha vida está... seguindo. Como nós sempre queríamos... Ou... você queria. Eu estou grata ao meu trabalho. Mas você não está aqui como me prometeu, JeryJery.- Sorri em meio às lágrimas. Gostava de chamá-lo assim quando pequena.- Você consegue lembrar? por favor se esforce para lembrar.
Lembre de mim.

- Quando falou... "Vou te acompanhar na sua primeira entrevista. Nem que me expulsem, eu vou entrar com você. Sei que vai estar nervosa. Mas vai ter a mim segurando sua mão" mas e agora? Você não está mais aqui.
Você não se esqueceu, né? Por que pareceu quando se matou. Na verdade, não parecia ser você. Parece que de uma hora para outra você se esqueceu que tinha uma vida, amigos e uma família.
- Mas você acredita que... eu ainda lhe amo? Você pôde ter tido qualquer motivo para ter partido. O motivo poderia ter sido eu! Mas eu não vou e nunca irei deixar de te amar. Não vou deixar de amar a pessoa que você era. Não só eu, como as meninas e a mamãe também.

Meus olhos estavam inchados e minhas bochechas avermelhadas. O ar desaparecia a cada segundo e parecia que nunca mais iria voltar. Uma dor no coração se tornava cada vez mais presente, a saudade se tornava mais presente.

Eu saí da varanda e me joguei na cama abraçando o travesseiro fortemente.
eu iria chorar até conseguir dormir.

(...)

O verdadeiro significado do amor (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora