Acordei em um lugar estranho, parecia o quarto da casa de Kayn, mas eu sabia que não era, pois estávamos muito longe da casa dele, levantei de minha cama, e ouvi vozes alegres vindas da sala de jantar, meu corpo não tinha nenhum machucado mas minha cabeça estava doendo muito, assim que cheguei na sala de jantar, vi uma cena que meus olhos não acreditaram que era real, minhas irmãs estavam todas reunidas comendo, bebendo e rindo, como se nada daquilo que aconteceu fosse real, comecei a chorar me perguntando se aquilo era realmente verdade, quando uma voz doce ecoou em minha mente dizendo: — Acorde, acorde Aurora, ACORDE! — Desesperada, meus olhos se abriram, eu estava na floresta, que nem se podia chamar de floresta mais, estava queimada, cheia de pessoas mortas ao redor, e sem vida ou alegria alguma presente naquele lugar, quando olhei para o lado, o corpo de minhas irmãs não estavam mais lá, e meus ferimentos da batalha estavam curados, uma entidade apareceu na minha frente dizendo: — Aurora, você deve carregar o legado de suas irmãs em seu corpo —, aquela entidade abriu a mão e quando ela abriu a mão eu vi três brilhos lá, aquelas coisas brilhantes que pareciam mágica vieram em minha direção em adentraram meu peito, em minha mente, eu vi flashes de memória de minhas irmãs, desde a infância até suas mortes, após isso eu desmaiei novamente, e quando eu estava quase fechando os olhos, eu percebi, aquela entidade, era minha mãe.
Quando eu acordei, não tinha noção de quanto tempo eu havia dormido, mas não estava mais na floresta, eu me lembrava de tudo que aconteceu, desde a morte delas, até a entidade que na verdade era minha mãe me dizendo várias coisas, eu estava em uma cama, quando eu acordei um homem que aparentava ter uns vinte anos, me disse: — Ah, finalmente você acordou, você dormiu por duas semanas desde que eu te trouxe até aqui, não sei desde quando você estava desmaiada naquela floresta, mas o que aconteceu lá, seja lá o que for, foi brutal. —
Eu não tinha palavras para processar o que ele havia acabado de falar, mas concordei com a cabeça sobre a parte de que foi brutal, eu não conseguia me mover muito bem ou mesmo falar, mas depois de uns dias em repouso e reabilitação eu estava bem de novo, agradeci a ele e disse meu nome, ele disse que seu nome era Luke, ele disse também que ter me ajudado não era nada e que ajudar pessoas era algo que ele gostava de fazer, aquele sorriso gentil dele quase fez eu me apaixonar, mas eu não podia me render a um sorriso ou ações, ainda não tinha processado os últimos acontecimentos na minha vida, perguntei a ele se eu podia tomar um banho antes de sair, ele disse que não havia problema, então eu entrei no banheiro para tomar um banho e acabei pensando por um tempo em quem tinha me dado banho nessas duas semanas em que eu fiquei desacordada se só havia eu e o Luke naquela casa, meu rosto ficou extremamente vermelho de pensar nisso e quando eu olhei no espelho, uma voz ecoou na minha cabeça, parecia a voz da Akemi dizendo: — Ihhhhh alguém tá toda envergonhadinha uiuiui —, depois disso outra voz que parecia a da Aira dizendo: —Ele até que é um bom partido, bem gatinho né —, e depois uma voz parecida com a da Aqua dizendo: — Não achei grande coisa não, a Aurora merece alguém muito melhor que esse cara, tá bom que ele cuidou dela e tal, mas o que que tem, a gente não sabe se ele é boa gente mesmo né —, eu fiquei completamente em choque sem entender nada do que eu havia acabado de ouvir.
Sem entender nada e muito em choque, eu olhei no espelho de volta, e minhas 3 irmãs estavam bem atrás de mim, em carne e osso, sem pensar duas vezes eu corri e abracei todas elas e elas retribuíram o abraço, ficamos ali por alguns longos minutos, chorando e nos abraçando, elas estavam perfeitamente bem, sem nenhum ferimento ou algo do tipo, questionei elas sobre isso e elas disseram que as nossas almas ficaram ligadas mesmo após a morte delas, fazendo com que a alma das três ficassem no meu corpo, elas me explicaram que podiam se comunicar comigo e até mesmo mudar a aparência do meu corpo, mas apenas com a minha permissão, Akemi pediu a minha permissão, e eu acenei com a cabeça que sim, no mesmo momento eu me vi com as minhas roupas de sempre e não mais de toalha pronta pra tomar banho, na verdade quem estava com a toalha era a Akemi, que ficou se admirando no espelho apenas de toalha, era como se nós duas tivemos trocado o controle do corpo, depois de tudo isso explicado, eu estava quase explodindo de felicidade por poder ver minhas irmãs de novo, voltei ao controle do corpo e perguntei a elas se mais alguém podia ver elas ou só eu, elas disseram se alguém entrar em contato com meu corpo de qualquer forma uma única vez, poderá ver e ouvir elas, achei muito estranho mas tudo bem, tomei meu banho e quando saí do banheiro já estava noite, Luke me disse para passar mais uma noite lá e partir no dia seguinte, e de novo aquele sorriso gentil me desestabilizou um pouco e ele parecia ter ficado um pouco mais feliz por me ver.
Passada a noite, eu arrumei minhas coisas no dia seguinte bem cedo e desci para ir embora, Luke estava me esperando com a mesa de café posta e sorrindo enquanto dizia: — Antes de partir, pelo menos tome um último café comigo —, eu não pude resistir aquele sorriso e cada vez que eu ficava boba com aquele sorriso minhas irmãs começavam a falar de novo, coisas como tipo: — ela tá apaixonadinha — ou algo do tipo.
Quando eu sentei a mesa, Luke pois uma xícara de café para mim, e eu tomei, enquanto tomava meu café, percebi que ele me lançava olhares de minuto em minuto enquanto conversávamos, eu, sem perceber também estava olhando para ele de vez em quando, como se ambos quisessem a mesma coisa, nós sabíamos muito bem o que era, mas não tínhamos coragem de falar, até que eu tomei coragem, mas coincidentemente ele também e ao mesmo tempo nós dissemos um para o outro: — Eu acho que me apaixonei por você nesse pouco tempo que passamos juntos —, ambos ficamos sem graça e nos encaramos por algum tempo, quando eu menos esperava, ele estava me beijando, eu fiquei surpresa, mas não queria que aquele momento acabasse nunca, eu senti que aquele era o melhor momento da minha vida, não é à toa que dizem que o primeiro beijo a gente nunca esquece, nós ficamos ali por alguns minutos, mas nem mesmo eu sabia quantos minutos haviam sido, minha cabeça estava nas nuvens quando aquilo aconteceu, quando acabou, Luke me olhou ofegante e perguntou: — Você já vai embora mesmo? — Inconscientemente eu acenei que não com a cabeça e ele parecia aliviado, nos beijamos de novo, e minha mente foi para outro lugar novamente, depois de tudo isso, eu pensei que era um pouco errado pois eu já era muito velha pra ele, mesmo que não parecesse pelo fato de eu ser uma elfa, mas eu ignorei isso.
Dois meses se passaram e eu não fui embora, continuei ali na companhia de Luke, pois ele me fazia bem, depois de tudo isso, eu pensei bem e percebi que eu não podia ficar junto dele para sempre, expliquei para ele e ele entendeu, eu precisava ir embora e seguir minha vida, eu não tinha um objetivo claro, mas eu sabia que precisava seguir minha vida sozinha e que não podia ficar para sempre dependendo do Luke, depois desse tempo que passamos juntos, eu parti, Luke se despediu de mim com mais um beijo e foi incrível como os outros, mas o adeus é inevitável, encerrei este capítulo da minha vida que foi um momento feliz e eu não quero esquece-lo, mas mesmo com este momento da minha vida acabando, nunca deixei de amar o Luke e guardar boas memórias dele em meu coração, espero que o destino faça com que nos encontremos novamente em um futuro próximo.
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Elos inquebráveis
AdventureAurora, Akemi, Aira e Aqua, 4 irmãs elfas, extremamente poderosas e felizes, vagando pelo mundo em busca de fazer o bem e ajudar quem precisa com seus poderes. De um dia para o outro, Aurora está vagando sozinha por este mundo, ou talvez nem tanto. ...