𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 10: A invasão.

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No dia seguinte, quando acordei decidi ir até a academia para ver se as coisas já haviam se ajeitado, afinal, o festival havia sido um desastre por conta do acidente com o filho do rei, quando cheguei na academia, Fang, Atlas e Adrian estavam me esperando na sala dos mestres, perguntei a eles se as coisas haviam sido resolvidas e se eles tinham alguma notícia do filho do rei, eles me disseram que o rei ainda não havia feito um pronunciamento sobre esse caso e que não haviam notícias do garoto, eu percebi aquela magia estranha no garoto mas decidi não comentar com eles pois o rei já parecia saber daquilo e também eles próprios disseram para deixar esse situação toda de lado e isso incluía esquecer as coisas que eu sabia e que havia visto, depois de um tempo conversando na sala todos nós fomos até o pátio da academia para realizar a premiação do festival, Aghata havia ganhado de Ythan por decisão e ordem do rei, então, nada mais justo do que entregar o prêmio a ela da maneira correta, os alunos todos se reuniram e Aghata subiu até o palco para receber seu prêmio, todos os alunos a aplaudiram com fervor, o que a deixou claramente muito feliz, ela fez um pequeno pronunciamento aos alunos que estavam presentes dizendo que ela nunca havia sido parabenizada por algo tão grande assim, ela até mesmo se emocionou e lágrimas saíram de seus olhos inocentes, a felicidade e orgulho que ela estava sentindo eram verdadeiros e o orgulho que eu sentia dela também era totalmente verdadeiro, na multidão de alunos, eu não via Ythan em lugar nenhum, o que me deixava ainda mais preocupada, definitivamente eu não conseguiria esquecer essa situação toda se eu tivesse que ficar de braços cruzados, conversei de novo com Atlas, Fang e Adrian e eles me deram um sermão me explicando que eu não podia me envolver em assuntos da família real, eles me disseram que eu ainda era muito nova e que com certa idade você percebe que é melhor apenas deixar passar certas coisas, mesmo que em tese eu tivesse quase a mesma idade deles, eles só não sabiam disso e também não sabiam do meu segredo, todos tem segredos né, se a família real tem os seus eu também tenho os meus e eles com certeza também têm inúmeros segredos, passei o resto da manhã conversando com Aghata e andando pela cidade, nem ao menos tocamos no assunto de Ythan pois combinamos que esse assunto havia morrido.
Quando a noite caiu eu decidi ir até a taverna pois fazia tempo que eu não aparecia por lá, Hagar ficou até surpreso de me ver por lá e eu também estava com saudade de beber um pouco e conversar com alguém que não fossem os mestres ou Aghata, Hagar e eu ficamos ali um bom tempo jogando conversa fora e durante essa conversa eu comecei a sentir uma sensação estranha, era desconfortável mas eu decidi ignorar, achei que eu podia ter bebido demais e isso era só consequência de ter bebido muito, até porque eu nunca fui resistente para bebidas mesmo, mas essa sensação começou a ficar pior, era um frio que eu sentia na ponta das orelhas, como se alguém estivesse soprando bem perto do meu rosto, decidi ir lá fora para ver o que era mas não avistei nada, comecei a ouvir muitos barulhos vindo de fora do portão da capital, subi em uma casa próxima da taverna para ver se eu avistava a fonte do barulho, quando vi por cima dos portões da capital, avistei um enorme exército de goblins, eram muitos deles, acho que eram centenas de milhares de goblins, cogitei em descer para avisar a todos mas não ia dar tempo, eles iriam invadir antes, pedi ajuda das minhas irmãs e cada uma se posicionou em cima de uma casa, estávamos prontas para atirar assim que eles entrassem, pouco antes deles chegarem até o portão, um homem de orelhas pontudas e chapéu, saiu da taverna de cabeça baixa arrastando uma cadeira, ele se sentou em frente a uma fonte que havia no centro daquela área da capital e pegou um alaúde, depois de observar um pouco percebi que aquele homem era o Jack, tentei avisá-lo para sair dali mas ele parecia não me ouvir, ou estava apenas me ignorando, ele começou a tocar uma bela canção em seu alaúde e aquela música entrou em meus ouvidos e parecia limpar minha alma, nunca havia me sentido daquele jeito, ele continuou tocando enquanto os goblins golpeavam o portão prestes a entrar, aos poucos aquele grupo que sempre estava com Jack saiu da taverna, todos eles de cabeça baixa, Laylah saiu e ficou ao lado mas um pouco à frente de Jack que disse: - Uau, que bela vista não é mesmo? -

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