Elos inquebráveis

𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 13: O Conselho dos Dez

Quando acordei no dia seguinte, tudo estava muito escuro, parecia que ninguém tinha levantado ainda, achei relativamente normal pois eu estava acostumada a acordar cedo por conta da minha rotina na academia, preparei um café para quando todos acordassem e peguei um livro sobre magias que me foi dado de presente pelos mestres lá na academia, este livro falava sobre os conhecimentos básicos da magia que eu já sabia, mas também falava de algumas coisas que eu não tinha muito conhecimento, uma dessas coisas era o jeito natural de se alcançar a quebra de limite, eles utilizavam o termo despertar para se referir a esse estado corporal, parece que a quebra de limite era um feitiço capaz de forçar o estado de despertar, no livro dizia que todos possuem um tipo de poder adormecido dentro de si, e esse poder despertaria em uma situação de emergência para lhe proteger dos perigos, como eu imaginava, forçar esse despertar não era uma coisa boa para o corpo, ao que me pareceu, a quebra de limite nada mais era do que um feitiço que expandia sua mana além do limite para fazer com que seu corpo reconheça uma situação de emergência e entre no estado de despertar antes do momento previsto, por isso o Fang me disse que todas as pessoas que atingiram esse estado morreram logo depois, não foi porque o despertar é algo perigoso para o corpo, foi porque essas pessoas forçaram ele antes da hora, tudo fazia muito sentido naquele momento, eu percebi que era melhor eu deixar esse livro em segredo, me preocupava a possibilidade de algum dos meus amigos tomar conhecimento desse feitiço e acabar se matando por conta disso, eu fiquei tanto tempo lendo esse livro que nem vi o tempo passando, quando eu menos esperava todos estavam sentados a mesa tomando café, guardei o livro na minha bolsa e fui a mesa com eles, todo mundo estava de pijama exceto eu e Luciel, acho que ele ou amava aquela armadura ou nem mesmo tirava ela pois eu nunca tinha visto ele sem ela, todos estarem de pijama a essa hora da manhã era normal mas o que me chamou a atenção foi que o Laikorn não estava com seu capuz para esconder o rosto, pelo contrário ele estava com o rosto totalmente a mostra, e algo que me surpreendeu é que ele era muito mais novo do que a voz fazia parecer, o rosto dele era de um garoto bem novo, aparentava ter por volta de uns 19 anos, ele estava com tanto sono que dormiu na mesa sem dificuldade alguma, perguntei aos outros se isso era normal e eles disseram que sim pois ele não dormia e ficava treinando a noite toda e por isso ele ficava com tanto sono durante o dia, mas isso parecia não afetar as habilidades de combate dele, com certeza não era saudável mas se ele conseguia aguentar o sono para lutar eu acho que tudo bem, ele tinha uma grande cicatriz no olho, parecia que havia sofrido um golpe de espada certeiro no rosto.
Depois que todos tomaram café, Luciel nos disse que precisaríamos ir até o palácio de cristal novamente para o rei nos passar todos os detalhes da missão fomos até lá e quando rei parecia ansioso, acho que ele estava muito confiante de que essa missão daria certo e que nós iríamos conseguir resolver tudo naquele dia, o rei nos disse que se nós quiséssemos ter uma chance de sucesso nessa missão nós precisaríamos trabalhar junto do Conselho dos Dez, alguns do grupo pareciam já ter ouvido falar nesse tal Conselho dos Dez mas nenhum de nós sabia com certeza o que eles eram, o rei nos explicou que eles eram os maiores e mais fortes guerreiros de todo o mundo a força deles parecia estar em um nível incompreensível, do jeito que o rei falava, era como se eles fossem deuses e nós apenas meros mortais, ele nos disse que o Conselho dos Dez era formado por dois guerreiros de cada um dos quatro reinos e mais dois de uma terra muito distante que não fazia parte dos reinos e não passavam de lendas entre as pessoas, esse lugar era chamado por alguns de fim do mundo e por outros era chamado de céu, não se sabia muito sobre este lugar os únicos conhecimentos que existiam sobre essa terra era o que estava escrito nos livros dos tempos antigos, mas pelo que esses livros diziam era um lugar perfeito onde somente um número extremamente restrito de pessoas podia entrar e sair quando bem quisessem, era chamado de fim do mundo porque não existiam registros de alguma pessoa que foi até lá e conseguiu voltar, maioria dos que tentaram, morreram no caminho, era algo assustador, o rei nos disse que esses guerreiros eram nascidos naquela terra e que eles eram os mais fortes do conselho, ele também nos disse que esse lugar tinha um nome e não apenas céu ou fim do mundo como todos conheciam, essa terra se chamava Caelum: A terra onde as almas descansam.
Foi muita informação para absorver de uma vez, mas realmente se eles eram os guerreiros mais fortes do mundo, nós teríamos que trabalhar junto deles para resolver esse problema do território sombrio, afinal, as invasões estavam aumentando a cada dia que se passava e nós precisávamos resolver isso o mais rápido possível, antes que mais pessoas inocentes morressem, perguntamos ao rei onde nós poderíamos encontrá-los, ele nos disse que encontrá-los não era algo tão fácil assim, primeiro o rei precisaria enviar uma carta aos reis de Sonorium e Zephyron sugerindo que a nossa guilda trabalhasse junto do conselho, se ambos os reis acatassem a ideia, seria enviada uma carta ao reino de Astraluna, solicitando a autorização para que nós pudéssemos trabalhar junto deles e após isso, nós precisaríamos ir até o reino de Astraluna e passar por um teste feito pelo próprio Conselho dos Dez, e se eles nos achassem fortes o bastante aí sim nós poderíamos começar a trabalhar junto deles, o rei disse que todo essa processo levaria por volta de seis meses e que nós que teríamos que entregar todas as cartas nos reinos pois eram cartas extremamente secretas e todos os outros três reis precisavam ver nossos rostos e habilidades para ter certeza de que essa parceria com o conselho seria uma boa ideia, perguntamos o porquê de toda essa burocracia existir apenas para nós chegarmos ao Conselho dos Dez, o rei nos explicou que tudo dependia exclusivamente do conselho e do rei de Astraluna, isso porque o conselho era extremamente secreto e não chegava ao conhecimento de quase ninguém, também porque por mais que todos os reinos em tese tivessem o mesmo poder político, o reino de Astraluna sempre estaria no topo de todas as decisões pelo fato de todos os reinos serem apenas fragmentos do antigo reino de Astraluna, percebi que realmente seria muito difícil de nós conseguirmos chegar até o conselho para podermos falar com eles, e ainda existia a possibilidade de nós fazermos tudo isso e quando chegar a hora de mostrar nossas habilidades para eles, o conselho não nos aprovar e então nós teríamos feito tudo isso atoa, mas isso era uma preocupação para outro dia, primeiro nós precisávamos aguardar o rei escrever a carta de sugestão para os reis de Sonorium e Zephyron e depois ir até a capital dos dois reinos para entregá-la, depois de entender que todo esse processo para o verdadeiro início da nossa missão iria demorar bastante, percebemos que se quiséssemos ser aprovados pelo conselho nós precisaríamos treinar e muito, então voltamos para casa, ainda era relativamente cedo, a manhã tinha acabado de se encerrar para dar lugar à tarde, chegamos em casa e o Luke estava na cozinha fazendo o almoço já que ele não foi conosco até o palácio, ele perguntou se tudo havia ido bem com o rei e eu disse que sim, expliquei toda a situação para ele até parecia confiante de que dessa vez a missão iria dar certo, foi bom ver o sorriso no rosto dele e perceber que ele estava com fé de que tudo isso daria certo, ajudei o Luke com o almoço e quando ficou pronto todos nos elogiaram e disseram que nós formávamos o par perfeito em todos os sentidos, até mesmo na cozinha, depois de comer nós passamos a tarde conversando e durante a noite eu e Luke saímos para jantar, me diverti bastante e conforme nós conversávamos eu percebia que havia escolhido a pessoa certa para ficar ao meu lado até o fim, e a melhor parte é que todas as minhas irmãs concordavam com isso, voltamos para casa, conversamos um pouco com todos e depois todos nós fomos dormir, perguntei para a Laylah se ela se incomodava do Luke dormir conosco e ela disse que não e que na verdade achava nossa relação muito fofa, fiquei meio vermelha mas aliviada por não estar incomodando ela, depois dessa conversa nós dormimos e eu continuava muito feliz por poder estar ao lado do Luke novamente.