𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 16: Diário de viagem

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Para que esses momentos preciosos com meus amigos ficassem guardados para sempre, eu decidi escrever um diário de viagem, onde eu contava todas as coisas que aconteciam de marcantes conosco, desde as coisas mais simples até as mais grandiosas, desde noites de bebedeira em alguma taverna no caminho até lutas contra dragões e outros tipos de monstros, então aqui vão algumas partes da nossa viagem até a capital real de Sonorium:

Mês 1, Dia 15: Chegamos a uma pequena e amigável vila no caminho, os aldeões pareciam preocupados, seus rostos demonstravam que eles estavam com problemas, questionamos alguns deles mas eles só diziam que eles estavam vindo, que eles iriam destruir tudo e queimar a vila, fomos até a casa do chefe da vila para questionar o que estava acontecendo e ele nos disse que uma vez por mês, um grande grupo de orcs invadia a vila e ordenava que eles entregassem toda a colheita e dinheiro que eles tinham e ameaçavam queimar a vila caso os aldeões não obedecessem, decidimos ficar por ali durante aquela noite para tentar resolver o problema com os orcs, o chefe da vila disse que nos pagaria 500 Lunariuns pela ajuda, ao cair da noite, dito e feito, os orcs apareceram e começaram a aterrorizar os aldeões, eles eram muito mais numerosos que nós então precisamos bolar uma estratégia para pegá-los de surpresa, chegamos a uma conclusão geral de que o Jack seria a isca para atraí-los para nós para aí sim nós podermos acabar com eles, obviamente o Jack não queria ir de jeito nenhum e estava morrendo de medo, mas ele tinha mais medo de apanhar da Laylah do que dos orcs, assim que os orcs chegaram o Jack começou a cantarolar e zombar deles, lógico que o orgulho deles não permitiu que eles deixassem isso passar em branco, eles foram instantaneamente pra cima dele, mas antes que um deles pudesse encostar no Jack, um poderoso relâmpago veio de cima e três orcs em cheio, fazendo com que eles caíssem no chão, os outros orcs vendo essa cena ficaram extremamente irritados e partiram pra cima mais irritados ainda, nós os encurralamos e nos preparamos para um combate surpresa, mas não foi um combate glorioso como nós esperávamos, eu derrubei uns cinco deles com algumas flechas de fogo que nem eram poderosas de verdade, o Laikorn e a sombra esquisita dele que sempre lutava ao lado dele derrubaram vários orcs com um ataque e depois de um tempo, a luta acabou com todos os orcs caídos no chão derrotados, assim que a batalha acabou, Tyr se aproximou daquela montanha de orcs derrotados e gritou de maneira que todos da vila pudessem ouvir: - Levantem-se pedaços de merda, a partir de hoje, vocês servirão a mim, O Grandioso Tyr, Rei dos Orcs. -
Os orcs instantaneamente se levantaram e posicionaram-se enfileirados perante a Tyr, pediram perdão de joelhos aos aldeões por ordem de seu rei e partiram em direção a floresta com uma marcha sincronizada, era realmente algo belo de se ver, mas o que mais me surpreendia era que aqueles orcs estavam muito machucados e mesmo assim tinham força para fazer algo assim, o chefe da vila veio até nós e pediu para ficarmos aquela noite para comemorarmos com um banquete, nós aceitamos e um grande banquete foi servido a todos nós e aos aldeões, e assim se iniciou mais uma longa noite de bebedeira, mas dessa vez não era em uma taverna e sim ao ar livre.
Assim que amanheceu nós nos preparamos para partir, infelizmente demoramos por volta de umas duas horas para tirar o Jack de perto do barril de cerveja de tão bêbado que ele estava, o chefe da vila nos entregou os 500 Lunariuns que nós realmente precisávamos já que o dinheiro que havíamos começado a viagem havia acabado, tudo era tão caro que chegava a assustar.
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Mês 1, Dia 20: Lutamos contra um dragão carmesim extremamente poderoso e o Jack quase foi queimado vivo e o Laikorn quase foi devorado pelo dragão.
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Mês 2, Dia 12: Hoje foi o aniversário de 18 anos da Luna, como tínhamos algumas economias, teve até bolo e ela provou o primeiro gole de cerveja já que era maior de idade, além de não gostar pois era muito amarga, ela ficou bêbada com apenas um gole, a cerveja nem era tão forte assim.
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Mês 2, Dia 26: Jack se envolveu com uma bela mulher de uma vila em que passamos e teve que sair correndo apenas de cueca para não apanhar dela, tivemos que comprar roupas novas pra ele depois disso, nunca mais falo pra ele que tenho dinheiro sobrando.
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Mês 3, Dia 5: Laikorn tentou pregar uma peça no Luciel assustando ele e acabou levando um soco na cara que deslocou a mandíbula dele. Depois ele levou mais um para colocar a mandíbula de volta no lugar. Surpreendentemente funcionou.
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Mês 3, Dia 19: Um dos cachorros da Morgana misteriosamente apareceu com um fêmur na boca, nunca conseguimos descobrir de quem era, mas se era de algum esqueleto ele com certeza não ficou feliz. (Não posso deixar a Morgana ler isso, ela odeia quando eu chamo os lobos dela de cachorros)
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Mês 4, Dia 8: Depois de sete dias viajando navio, chegamos ao mar destruído, um lugar conhecido por abrigar bestas marítimas ferozes e poderosas, como o lendário Kraken por exemplo, assim que entramos no alcance desse mar, as nuvens escureceram uma tempestade começou, o capitão do navio parecia apreensivo e pediu para nos prepararmos para um combate longo e mortal, perguntamos a ele porquê e ele disse para prestarmos atenção à nossa volta, assim que paramos para olhar, estávamos cercados de feras marítimas, haviam pelo menos cinco delas ao redor do barco sedentas por sangue, eram quatro serpentes marinhas gigantes e um tubarão imenso, ele era tão grande que chegava a ser maior que o navio, só a barbatana dele já era maior que todos nós juntos, o tubarão não atacou o navio, só ficou rodeando-o e espreitando nossos movimentos, nós sentíamos que ele podia atacar a qualquer momento, o instinto assassino dele não nos enganava, mas nós não tínhamos ideia de quando ou como ele poderia atacar, as serpentes continuaram nos observando, o capitão nos disse que elas não atacariam se ficássemos parados, o único problema é que nós não podíamos sair daquele círculo de monstros pois o tubarão gigante estava nos cercando, Luciel pediu para que eu atirasse uma flecha de fogo diretamente no olho da maior das serpentes que estava observando cada movimento nosso, perguntei o que ele pretendia com aquilo e ele gritou comigo para eu apenas fazer, eu deixei que Akemi tomasse o controle da maneira mais cuidadosa possível, assim que ela assumiu o controle deu de cara com aquela serpente enorme encarando ela diretamente, a Akemi não é muito cautelosa mas eu confiei nossa vida a ela, ela cuidadosamente puxou a corda do seu arco enquanto a serpente a encarava, assim que ela havia acabado de puxar, Luciel sacou sua espada e bateu no chão do convés do navio fazendo um barulho intenso, assim que a serpente desviou o olhar para ele, Akemi disparou uma flecha direto no olho do monstro, a serpente pendeu um pouco para frente e abriu uma brecha de ataque, Luciel pulou encima da cabeça dela, imbuiu sua enorme espada em luz e a cravou diretamente na cabeça do monstro, ela começou a cair na direção do navio, se aquela coisa caísse encima do navio, ele seria destruído, Luciel pulou de cima do monstro e Tyr criou duas manoplas de gelo em suas mãos e deu um poderoso soco na serpente que a fez voar para longe, o navio estava seguro mas agora tínhamos um problema, todas as serpentes atacaram o navio ao mesmo tempo prontas devorar tudo em seu caminho, até que Laylah surge no meio das serpentes e recita um feitiço que ela já havia usado na invasão de goblins a capital naquela época eu não havia compreendido o que era aquele feitiço, mas dessa vez eu pude presenciar a magnitude de um feitiço tão poderoso como aquele, assim que Laylah terminou de recitar o feitiço, as feras pararam de atacar e a chuva parou de cair, os mares não se moviam mais e um raio estava parado em pleno ar, finalmente eu havia testemunhado a lendária magia capaz de congelar o tempo.
Assim que Laylah terminou o feitiço, ela parecia ofegante e muito cansada, aparentemente aquela magia consumia muito do poder mágico dela, eu tentei sentir a mana e percebi que naquele momento até mesmo o Tyr tinha mais mana do que ela, isso me deixou em choque pois a Laylah era a maga do nosso grupo e consequentemente era a pessoa com o maior poder mágico e quantidade de mana do grupo seguida por mim e logo após a Luna, aquela magia consumiu quase toda a mana dela, ela já nem consegui se sustentar no ar com sua magia de voo e começou a despencar de muito alto, Luciel segurou ela no colo e impediu que ela caísse, ele a colocou no chão num canto seguro do navio e nós aproveitamos a oportunidade que ela havia nos dado para exterminar todas aquelas feras marítimas, o último monstro que faltava era o tubarão gigante, Laikorn tomou a dianteira e pulou encima do tubarão e enfiou sua espada em um dos olhos dele, assim que ele fez isso o céu em volta de nós começou a rachar, como se nós estivéssemos dentro de uma redoma, Laylah reuniu forças e gritou dizendo que o feitiço estava acabando, dito e feito, a redoma ao nosso redor se quebrou e o tubarão rugiu de dor por ter o olho perfurado e na mesma hora foi para o fundo do mar carregando o Laikorn, a única coisa que se podia ver era o rastro de sangue o tubarão deixou na água, depois de um tempo o tubarão volta e pula fazendo com que seu corpo saísse totalmente da água e mostrando o quão grande ele era, se segurando com a espada fincada no tubarão estava Laikorn, voando junto do tubarão, no meio do ar o tubarão balançou a cabeça e jogou Laikorn para cima e o engolindo na mesma hora, todos nós ficamos desesperados ao ver aquela cena, mas quem mais se abalou foi a Morgana, ela desabou e começou a chorar desesperada, enquanto o tubarão caía de volta na água, um barulho um tanto quanto abafado podia ser ouvido do tubarão, parecia o barulho algo sendo rasgado, quando de uma hora para outra o barulho cessa e o Laikorn sai de dentro do tubarão rasgando seu estômago com seu corpo coberto por uma armadura de sombras com enormes garras e olhos brancos, o tubarão caiu de volta no mar e começou a boiar de barriga para cima morto, Laikorn caiu na água e sua armadura de sombras se desfez, ele começou a afundar enquanto dizia: -Alguém me ajuda, não sei nadar.-
Depois de tudo isso nós pudemos descansar e finalmente sair do mar destruído sem enfrentar mais nenhum monstro gigante.
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Mês 4, Dia 23: Finalmente chegamos a costa do reino de Sonorium, nosso destino estava muito perto, apenas mais um mês e nós estaríamos na capital real de Sonorium, o capitão do navio nos agradeceu pela viagem divertida e nem mesmo cobrou a viagem, ele disse que não havia feito uma viagem tão idiota e divertida como aquela.
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Mês 5, Dia 10: Luciel se envolveu em uma briga de bar por uma caneca de cerveja quente que estava encima do balcão, de acordo com ele a cerveja estava horrível porque era de mal feita e não porque estava quente, o homem que brigou com ele, ou devo dizer, a vítima dessa história deu sorte que a Luna estava por perto para ajudar.
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Mês 5, Dia 31: Finalmente chegamos a capital real de Sonorium, quase fomos proibidos de entrar na cidade pois o homem que apanhou do Luciel era um guarda da capital que estava de férias, no fim de tudo ele nos deixou entrar porque ele gostou da Luna, o tom de voz com que ele disse isso foi um tanto quanto pervertido, por conta disso ele quase apanhou do Luciel de novo, mas eu acho que se ele apanhasse dessa vez ele morreria.

Elos inquebráveisOnde histórias criam vida. Descubra agora