Prólogo

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Meu Malvado Favorito

Um romance por Ky Crossfire

PRÓLOGOPoliana

Entrei carregando algumas sacolas com as compras necessárias para fazer o jantar. Meu namorado Beto voltará de viagem hoje, e vou esperá-lo com uma pizza caseira que eu mesma vou preparar e um bom vinho.

— Ah esse sorriso ... — O porteiro Inácio me cumprimenta e logo se oferece para me ajudar a carregar as compras — Deixa que eu ajudo com isso.

O senhor de meia idade quer me fazer uma gentileza mas nego.

— Não, não... eu sei que as suas costas ainda não melhoraram. Eu dou conta. Não está tão pesado assim.

Ele se apressa e segura o botão do elevador que já está com as portas abertas.

— Obrigada! — Devolvo um sorriso — Mais tarde vou fazer pizza, vou trazer um pedaço aqui para o senhor.

Ele concorda fazendo um aceno com a cabeça se animando.

— Maravilha... vou esperar.

Inácio me lembra muito o meu avô, na verdade uma versão mais simpática e falante. Adoro conversar com ele, fiz amizade logo no primeiro dia que me mudei para este edifício, e não demorei muito a conhecer todas as famílias nos andares abaixo do penúltimo, que é onde eu moro.

— Ah... segura o elevador para mim. — Uma voz feminina pede quando as portas começam a se fechar. — Marina corre na velocidade que seus saltos permitem.

Inácio evita que as portas se fechem e logo Marina já está subindo comigo em direção aos andares mais altos.

— Como está a sua gata? — Já puxo conversa. — Quero um dos filhotes quando eles forem maiores.

— Tem certeza? Não são puros. Ela pegou cria de um gato preto que mora no quinto.

— O piolho?

É... eu sei até o nome dos animais de estimação dos meus vizinhos. E não, eu não sou fofoqueira. Sou comunicativa, um traço da minha profissão. Repórter. Minha futura profissão. Daqui a exatos onze meses. Assim que eu terminar minha graduação.

— Nem sei o nome do gato. Só sei que ele é daquela moça que casou com o Léo. — Replica com certa mágoa.

— A Jussara? Ela é uma figura, muito louca. Morro de rir com ela.

— Isso porque você é amiga de todo mundo, mas quando eu fui falar com ela pra reclamar que o gato dela atacou a minha penélope... humpf — desdenhou... — Não quero nem lembrar pra não me irritar. Eu ganho dinheiro cruzando a penélope com gatos que tenham pedigree, sabe que ela não é qualquer gata da rua, eu gasto com ração importada, cuidados veterinários... você não faz ideia...

— Eu fico com os gatinhos Mari, não estressa. — Larguei as sacolas no chão do elevador e abri minha bolsa , vasculhei a procura da carteira. — Aqui... — entreguei a ela duas notas de cem. — Eu sei que esses gatos são caros então você vai me vendendo parcelado e eu vou pagando a ração da penélope até eles desmamarem, pode ser?

Marina olhou para o dinheiro que eu colocava na mão dela e suspirou.

— Não Poli, você não tem nada com isso. Nem posso vender aqueles pretinhos porque eles não são puros.

Eu ri e revirei os olhos.

— Vai...aceita. Não estou nem aí para a raça deles. Pega isso e compra as coisas para a Penélope, depois eu passo lá no seu apartamento para ver os gatinhos.

Meu Malvado favorito -Onde histórias criam vida. Descubra agora