Capítulo 4

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Capítulo 4


Nathaniel


Um pouco antes...

Dois policiais bateram a minha porta, o primeiro eu reconheci no mesmo instante. Ele estava ao lado da vizinha doida do andar debaixo, na noite em que eles apareceram em meu apartamento sem serem convidados ele não estava fardado e ela trazia nas mãos uma bandeja com biscoitos. Ridículos. Os dois. Abomino pessoas que não sabem cuidar da porra da própria vida. Quantos sinais a namorada desse cara iria precisar receber para entender que eu não estava nem um pouco preocupado em fazer amizade com ela?! Para o meu azar o policial que recebeu ao meu chamado tinha que ser o namorado da Poli Pocket.

— Bom dia senhor Petrov, recebemos o seu chamado.

— Quero ser atendido por outros policiais, qualquer um que não tenha relacionamento com o motivo do chamado. — Respondi direto sabendo que ele tentaria aliviar a situação da namorada intrometida.

— Senhor Petrov — A moça mais jovem interveio na conversa. — O senhor quer prestar queixa formal? Caso afirmativo podemos ir até a delegacia agora e dar início nos procedimentos, vamos precisar de algumas horas do seu tempo, mas acredito que até o final da manhã o seu problema com a vizinha já será resolvido.

Desdenhei da estimativa da moça, se ela disse que levaria algumas horas, eu provavelmente teria que passar o dia lá, respondendo perguntas, preenchendo formulários, e meu tempo é precioso demais para se desperdiçado com esses dois patetas.

Ele olhou para a colega como se ela estivesse apressada demais para darmos início a toda a burocracia legal.

— A Poliana fez uso de uma medicação forte, ela já está em casa, mais calma. Já conversei com ela sobre não perturbá-lo mais. Ela teve um episódio de sonambulismo por conta da medicação, não acredito que seja o caso de levar o caso as autoridades. Ela saiu andando no meio da madrugada de pijama curto, descalça. O cachorro deve ter aproveitado para escapar nesse momento. Não acredito que seja o caso de levar o caso as autoridades.

Desdenhei outra vez dos dois.

— Essa é sua opinião imparcial? Não devo seguir adiante porque a sua namorada abusou dos remédios? Essa mulher invadiu minha casa três vezes! Na primeira estava nadando quase nua na minha piscina!

— O senhor está no seu direito de registrar o ocorrido. Se quiser pode nos acompanhar na viatura ou ir em seu próprio veículo, como preferir. Na delegacia daremos início a parte burocrática.

Pensei nas consequências de ir até a delegacia, isso não seria nada bom para meus negócios. Por isso decidi rápido.

— Não tenho tempo a perder com isso, esta história já roubou demais de minha atenção. E você . — Me dirigi a ele — Mantenha sua namorada no lugar. Que não haja uma próxima vez ou não serei tão indulgente.

— Sim, senhor. — Respondeu aliviado. — Tenha um bom dia.

— Assim eu espero . — Repliquei e fechei a porta.

Horas mais tarde fiz uma pausa na leitura dos números e fui até o terraço para fumar. Fiquei olhando para a piscina. Andei com o cigarro aceso pendendo da boca, notei que as plantas do jardim estavam todas floridas e bem cuidadas. Dei uma tragada e soltei a fumaça para cima. Pelo visto, além de cuidar da piscina, ela cuidava do jardim.

— Maluca... — Rosnei baixo me irritando só por lembrar dela. Mais tarde me livraria das flores e de todas as plantas estúpidas.

Meu celular vibrou. Era meu sócio.

Meu Malvado favorito -Onde histórias criam vida. Descubra agora