Capítulo 7

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Capítulo 7


Poliana


Assino meu cartão ponto e já vou para o banheiro trocar minhas roupas pelo uniforme do restaurante.

— Dá para acreditar nisso? — Deise reclama do uniforme para mim. Vejo a roupa que ela está usando, talvez o dono esteja querendo atrair clientes mais pela pele amostra das garçonetes do que pela qualidade da comida.

Deise está usando uma regata toda justa branca, bem na área do busto uma estampa de fogo, o shorts curto preto e vermelho, comprido o suficiente para tapar a bunda.

— Credo... Chega a ser ofensivo

Ela ri.

— Isso porque você não viu a parte de trás. — Se vira de costas e me mostra.

"Prove e se apaixone" Estampado em letras garrafais branca e no short a palavra "PEPPERS" bem na bunda.

Bufei.

— Que coisa ridícula. Qual era o problema com os uniformes antigos?

Deise deu de ombros e voltou a se virar para mim.

— Sei lá.

Começo a me vestir e minha colega se distrai mexendo no celular.

— Menos conversa e mais trabalho. — Vagner, o gerente repreende a nós duas. — Deise, já tem clientes à espera de serem atendidos, vamos vamos — Ele bate palmas a apressando.

— Vagner esse uniforme é inapropriado. — Digo assim que saio do banheiro já vestindo as roupas minúsculas.

— Não seja dramática. É jovial e despojado. A rede está querendo expandir o público.

— É vulgar e ofensivo. Fogo nos peitos? "Prove e se apaixone?" Que tipo de público estão querendo atrair? Presidiários e marinheiros?

O humor dele vai mudando assim como o meu.

— Já vi você saindo com a Deise, e usando roupas mais provocantes que essas. Vocês não sentiam calor com o uniforme antigo? Pois bem... agora tem menos tecido, ou seja vocês vão trabalhar mais frescas. Agora abra aquele sorriso lindo e largo que você tem e ilumine os dias dos nossos clientes.

— Você só pode estar brincando ao usar isso como argumento.

— Poli... — Deise volta correndo e me puxa interrompendo minha explosão. — Aquele cara que só gosta de ser atendido por você. Meu estômago revira só de saber quem me espera.

Bufei.

— Ainda tinha umas poucas e boas pra dizer responder.

— É, me agradeça depois. Eu já vi você explodindo, e não ia ser nada bonito. O uniforme é ridículo mas o salário é bom.

Deise é minha prima e foi graças a ela que consegui a vaga. Afinal de contas os boletos não esperariam eu me formar e começar a ganhar como uma jornalista bem sucedida, então aceitava os empregos que vinham.

— Só aceito ser atendido pela senhorita do sorriso mais largo. — Ele anunciou quando viu me aproximando de sua mesa.

— Bom dia senhor Torloni, o que vai ser hoje? — Disse um tanto sério.

Eu não iria ficar distribuindo sorrisos só porque o idiota do meu gerente quer.

— Já passamos por isso querida, prefiro que me chame de André.

De acordo com minha prima André Torloni é dono da maior construtora da cidade, e vez ou outra ele aparece no restaurante e pede para ser atendido por mim, pede tudo o que há de mais caro no cardápio e depois vai embora deixando uma gorjeta gorda sobre a mesa.

Meu Malvado favorito -Onde histórias criam vida. Descubra agora