Capítulo 3

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Capítulo 3


Poliana


Quis gritar mas meus lábios não se abriram. Não consegui mover nenhum músculo. Meu coração se acelerou no peito. Apertei os olhos que parecia ser o único controle ao qual meu corpo respondia. Fiquei com eles assim, apertados. Acorda, acorda, acorda. Quando abri novamente o quarto já estava iluminado com a luz que entrava pelas janelas que ocupavam toda a parede. O dia já estava raiando. Graças a Deus, a sensação de paralisia já tinha terminado.

— Credo. — Consegui dizer ao me sentar na cama.

Saí da cama e fui para o banheiro. Abri a portinha do espelho e peguei os comprimidos.

— Maldito Zolpidem. — Descartei no vaso os comprimidos e joguei a embalagem na lata do lixo.

Lavei o rosto e escovei os dentes, penteei os cabelos e por alguns segundos olhei para o meu reflexo. Já estava há quase três semanas com o cabelo na cor castanha. Já estava na hora de mudar de novo. Mais tarde marcaria um horário para mudar a cor. Já tinha pintado de tantas, vermelho, preto, cortado chanel, as pontas azuis, todo cor de rosa, mechas neon, ia deixar na mão da minha cabeleireira Dete.

Fui para a sala e alimento o Wesley e o safadão com ração e troquei seu potinho de água. Usei uma vassourinha e limpei a gaiola ampla dos dois.

— Vão correr na roda seus gordos. Lilo está contaminando vocês com a preguiça, não é Lilo?

Olhei para o sofá esperando encontrar meu cão, seu lugar estava vazio.

— Lilo? — Assobiei o chamando, já estranhando ele não estar em seu lugar de costume. Ele nunca acorda cedo.

Procuro por todo o apartamento mas à medida que vou passando pelos cômodos não o encontro em lugar nenhum.

— Lilo? — Procuro mais um pouco. Nada

Assobio de novo.

— Vem tá na hora de dar uma corrida comigo! — Pego sua guia que tem uma pequena sinetinha que chacoalha. E mais uma vez nada! Lembro do sonho que tive e corro para a porta. Ela está destrancada. Me recordo muito bem também de ter girado a chave duas vezes depois que o carrancudo do andar de cima veio me dar uma bronca.

Não penso duas vezes e saio em direção ao andar de cima. Aperto o botão do elevador. Olho para o mostrador eletrônico em números vermelhos "" Aff... ele sobe devagar... "" Não tenho paciência para esperar. Subo as escadas pisando firme.

Se esse cara pegou o meu cachorro...Ah... ele vai ouvir poucas e boas... Se ele fez alguma coisa com o Lilo... Deus me ajude, porque hoje eu vou presa. Já estou batendo na porta dele com a mão fechada em punho. Bato forte.

Quem ele está pensando que é?! Entrou no meu apartamento, e roubou o meu Lilo. Bato na porta com violência e ela é aberta.

O moreno alto já não está mais de pijama, ele usa uma camisa branca social que não terminou de ser abotoada, e vejo um pedaço de seu peito , uma corrente dourada pende sobre pelos escuros, e ao redor do gigante há uma nuvem de fumaça. Ele me olha sem paciência, ele está fumando. Arghhh... odeio cheiro de cigarro. claro que ele teria esse hábito detestável.

— Cadê meu cachorro. Liloooo?! — Chamo em voz alta e tento olhar por trás do homem que tem porte atlético e mal consigo ver porque ele quase que bloqueia toda a porta.

Ele bufa e dá uma tragada soltando uma fumaça branca por seus lábios grossos.

— Não sei do que você está falando. — Seu tom desinteressado me enfurece ainda mais.

Meu Malvado favorito -Onde histórias criam vida. Descubra agora