2- a testemunha

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Parecia ter passado um furacão no local. Garrafas e latas para todos os lados, lixo, algumas peças de roupa e umas pessoas desacordadas no chão. Um tanto caótico.

— Eu avisei. Você não vai achar nada aí. — afirmo.

— É o que vamos ver. — diz, enquanto dá uma checada em volta.

— Com licença? — o rapaz pergunta, saindo de uma porta que até o momento não existia. A pigmentação era a mesma da parede, por isso parecia ser imperceptível.

— Ah não. — falo baixo, enquanto desvio o olhar.

— Adrien? — Alya pergunta, e para meu choque, eles se conhecem. Era só o que me faltava.

— Alya! Caramba, quanto tempo! — ele exclama, com empolgação.

— Vocês se conhecem? — pergunto, confusa.

— Ele é o melhor amigo do Nino. — responde. Nino é o namorado de Alya, que estão juntos quase um ano.

Alya me olha, esperando que eu me apresente, também. Acontece que não captei o olhar na hora, e ficou um silêncio constrangedor.

— Ah, me chamo Marinette. — sorrio sem graça.

— A famosa Marinette! Alya fala de você o tempo inteiro. Como posso ajudar?

— Você viu o noticiário de ontem? — ela pergunta.

— Ah sim, vi.

— Que bom! Marinette me disse que passou por aqui ontem, e teme que estava sendo perseguida por ele. Você viu alguém por aqui, além dela? — a feição de Adrien muda.

— Eu adoraria ajudar. — ele segura o riso. Maldito. — Mas não poderia ter visto nada, de qualquer forma. — Adrien me olha, divertido.

Ah, mas eu acabaria com ele agora mesmo.

— Minha nossa... — Alya me olha também, boquiaberta. — Foi você quem ela usou para despistar? — ela ri.

— Eu mereço... — suspiro.

— Sim, fui vítima disso. — Adrien ri, também. reviro os olhos.

— Já que ele não pode nos ajudar, podemos ir embora, não? — olho para Alya, que agora se concentrava em achar o celular que tocava.

— Que? — pergunta, distraída. — Ah, desculpa, preciso atender isso. É o meu chefe. — ela diz, quando desbloqueia a tela do aparelho.

— Ótimo. — respondo irônica, enquanto a observo caminhar. — Já que estamos aqui, por que não me conta o que aconteceu na praça?

— Mas você estava lá também. — ele responde, quando volta o olhar para mim.

— Sim, mas tinha fechado os olhos.

— Ah, sim. Por que não vamos até lá, para conversar sobre?

— Podemos ir a outro lugar? E prometo não ter que despistar ninguém agora... você sabe.

— Sem problemas. — ele ri. Mando mensagem para Alya avisando onde estou indo.

— Tudo começou quando ouvi você da Place des Vosges. — começa, enquanto caminhamos. — Não dava para ver nada com muita clareza. Ainda processando o que havia acabado de acontecer, chamo uns amigos meus para irem comigo à praça, até mesmo porque você tinha dito estar sendo perseguida.

— Mas quando chegou, viu alguém além? — pergunto.

— Sim, mas não nitidamente. Ele usava uma máscara, acho. Quando o vi, procurei por você na hora, e quando achei, corri. Meus amigos estavam bêbados, e só ouviram a parte do sequestrador. Então começaram a tacar coisas na direção do homem, que corria para fora de lá. Depois que você foi embora, não o vi mais.

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