7- o jardim

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Começo a caminhar pela chuva. Vejo um carro se aproximando, e desbloqueio o celular rapidamente. Até que vejo uma resposta de Adrien:

Fique onde está; vou te buscar para sairmos.

E então ele sai do carro. Vai até mim, e corro em seu encontro.

— Parabéns, Marin!! Aposto que foi óti- — o interrompo, grudando nossos lábios. O beijo mais intensamente do que nunca, sorrindo. Ponho uma mão em seu rosto, que está molhando por conta da chuva.

— Está chovendo. — rio. Ele apenas me olha, perplexo.

— Não diga. E oque eu disse sobre me avisar antes? — brinca. O observo me olhar.

— Eu acho que realmente gosto de você. — confesso, séria. Olhar para ele estava ficando cada vez mais difícil por conta da chuva, as gotas escorriam em meu rosto gelado.

— Eu também gosto de você. Mesmo. — Adrien sorri de volta. Segura meu rosto, de forma delicada, e me beija novamente. — Vamos entrar? Está caindo o mundo aqui fora!

— Igual na vez que te beijei pela primeira vez. Lembra? — pergunto.

— Como esquecer. — ri fraco. — Você está romântica hoje, Marin. O que aconteceu?

— Não ferra, se não vai passar rapidinho.

— Caladinho. — diz, rindo, e entramos no carro.

Sentamos nos bancos do veículo e ele começa a dirigir. Percebo seu olhar em minha direção, então o olho também.

— O que foi? — indago.

— Nada, só to pensando.

— Pensando no- O sinal está fechado!! — corto minha frase, ao vê-lo passar direto pela luz vermelha. É, acho que ficou olhando por tempo demais.

Ele freia bruscamente, e ri sem graça.

— Foi mal.

— Espera para me admirar depois. — brinco. —Não vou a lugar nenhum.

Ele beija o topo da minha cabeça e sorri fraco.

— Inclusive, para onde estamos indo?

— Você vai ver quando chegarmos. Mas não é longe, prometo. — ele diz.

Fico revezando entre olhar para o lado de fora e ele. Ah céus, não acredito que isso está acontecendo. Estou apaixonada por ele? Ai, credo.

Novamente, quando deixei isso acontecer? Estava tudo saindo do controle. Vivia minha vida, sozinha — tirando Alya —, com meu trabalho e meu apartamento. Já não basta ter sido perseguida, o que já é repentino o suficiente.

— No que está pensando? — pergunta. Acho que olhei para ele por tempo demais.

— Eu realmente gosto de você. Estranho, né? Foi tudo tão do nada, e rápido... — confesso, de maneira genuína. Ele sorri.

— Ia comentar que é impossível não se apaixonar por mim, mas vi que você está falando sério.

— Ei, ninguém aqui falou de se apaixonar. — ele olha para mim. — Em nenhum momento!

— Claro. — Adrien ri, baixo. Após um tempo, para o carro em um lugar que nunca havia visto antes. — Chegamos. — eu olho em volta, confusa.

— E onde estamos, afinal? — pergunto.

— Vem. — é apenas o que ele diz, enquanto sai do carro. Por impulso, saio também e o sigo.

Quando olho direito o lugar, fico boquiaberta. É um jardim, com longos caminhos de pedras, cheio de flores em volta. Crisântemos, hortênsias, violetas, begônias, e algumas outras que não consegui identificar. Com a chuva, o lugar ficou surpreendentemente mais bonito.

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