CAPÍTULO II. DANÇA DOS CÉUS

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CAPÍTULO II. DANÇA DOS CÉUS

Na manhã seguinte Edmundo acordou se sentindo mais irritado que o normal e tudo isso por culpa desse calor insuportável presente em Telmar, o local não é como Nárnia ou sequer como a parte narniana do seu reino. Assim que Edmundo chegou em Telmar seus olhos acompanharam a maneira sofrida do reino, as nuvens que deveriam ser azuis são acinzentadas como se tivesse uma maldição em volta do local, diferente de Nárnia onde todo o céu é azul mesmo que pela parte das montanhas ainda seja um pouco menos mas Edmundo fez o possível para que seu céu fosse o mais amigável possível. Além de ter nuvens escuras os Telmarinos são sérios, assustadores - com exceção do príncipe que parece alguém simpático até demais -, o lugar estava coberto de soldados e guardas fazendo com que Edmundo precisava explicar que os seus acompanhantes eram grifos e não monstros prontos para matar.

Edmundo bufou e se levantou da cama vendo que ainda estava cedo demais para se levantar, ele não conseguia mais dormir depois de acordar com aquele calor infernal. Sem muita pressa e até se sentindo um pouco cansado Edmundo caminhou até a porta do seu quarto e buscou a mínima informação de onde ficava a biblioteca do castelo.

Desde o momento em que ele chegou conseguiu reunir algumas informações sobre Nárnia com alguns de seus livros - que nem tanta informação assim -, a melhor resposta seria procurar em livros telmarinos.

Edmundo não é tão bobo quanto pensa e lendo alguns livros ele teve uma leve ideia do porque o rei Telmarino quis propor esse casamento entre Susana e seu filho. Telmarinos tem medo do mar e com Caspian - herdeiro ao trono - se casando com alguém capaz de abrir as ondas para eles, então vai ser mais fácil para Telmar conseguir novos reinos, eles terão mais poder já que o oceano ocupa maior parte do planeta, foi uma jogada inteligente mas Edmundo estará lá para impedir qualquer gracinha que eles tentem fazer fora que sua irmã não aceitaria fazer algo deste tipo, invadir outros reinos não é o tipo de coisa correta que Susana admira.

O rei narniano também pensou um pouco sobre o príncipe Caspian, ele é um belo rapaz admitiu, tem uma pele bronzeada, cabelos sedosos e um sorriso brilhante e ao mesmo tempo irritante, Edmundo não sabe dizer o que sentiu ao ver aquele sorriso mas ele sabe que sentiu algo, no momento o rei prefere escolher o ódio, ele sentiu ódio.

Quando já leu o suficiente foi que Edmundo olhou para a janela da biblioteca e notou já estar claro e com certeza hora do café da manhã, sem nenhuma pressa ele se levantou e foi em direção ao salão vendo que chegou um pouco cedo demais, aproveitou para comer um pouco em silêncio e voltar a leitura.

Esse tempo sozinho por Telmar deixou Edmundo curioso para descobrir mais da história e aparência do reino e castelo que com certeza é diferente do seu ou o de Cair Paravel. O castelo de Telmar tem paredes escuras e parece apertar até deixar a pessoa sem ar, Edmundo sente que falta luz pois tudo é fechado, sem muitas janelas a vista e somente umas três que o rei conseguiu identificar durante sua caminhada.

Enquanto passeava ele também notou alguns olhares nada discretos dos que estavam a sua volta, guardas que estavam em seus postos pareciam ficar em alerta sempre que Edmundo se aproximava e assim as suas costas falavam o quanto ele é frio e assustador; mulheres que trabalhavam - Edmundo nem sabe dizer se Telmar tem trabalhores, servos ou escravos - também não escondiam o quanto ficavam abismadas ao vê-lo caminhando livremente pelo castelo como se Edmundo fosse algum ser sujo e nojento que sequer deveria pisar os pés ali.

Não é surpresa, a história que está escondida entre Nárnia e Telmar é muito maior do que apenas uma simples desavença, foram guerras e tentativas de roubar suas terras, grande parte culpa dos telmarinos mas nenhum deles admitiria por puro orgulho, se sentindo fracos por ter perdido para Nárnia que na visão deles é um reino "nojento" então eles tentaram fazer o melhor para lidar com o orgulho que foi colocar Nárnia como a errada da história, isso tudo foi o que o rei Edmundo analisou lendo os livros sobre seu reino que encontrou nas bibliotecas de Telmar.

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