CAPÍTULO XVI. UM NOVO COMEÇO VINDO DE UM PONTO FINAL

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CAPÍTULO XVI. UM NOVO COMEÇO VINDO DE UM PONTO FINAL

- Pedro, vai ficar tudo bem - Edmundo sussurou trêmulo, suas mãos sujas do sangue de seu próprio irmão tremiam diante do medo e sua respiração saia tão desregulada quanto a do loiro deitado no chão - Vai ficar tudo bem - Dizer isso é quase um lembrete não para Pedro mas para si mesmo. Edmundo está tão assustado que mal consegue formular mais do que poucas palavras, seus olhos marejavam ao ver a agonia do mais velho agora caido ao chão sujo de sangue em seu estômago.
Pedro puxava o ar que restava em agonia mas qualquer um ficaria nervoso ao ver a forma como seu corpo começou a tremer levemente tentando buscar ar para respirar, tudo que Edmundo podia fazer agora era esperar Lúcia chegar e fazer o seu melhor para acalmar o irmão mesmo sendo ele o mais ansioso diante da situação.

Tudo aconteceu tão rápido que Edmundo não sabe como explicar e nem quer se lembrar como ocorreu. Ele estava animadamente conversando com Caspian de como seria a entrada em Telmar, suas irmãs e primo estavam ao longe cuidando de feridos e prendendo os inimigos que sobraram; em um piscar de olhos um dos soldados inimigos que se mantinha escondido se levantou de uma vez e tentou atacar Edmundo por ser o mais próximo e nenhum deles conseguiu pensar rápido o suficiente para defender-se, a sorte para o justo foi que seu irmão mais velho que também estava próximo reagiu rapidamente e pulou em sua frente salvando Edmundo mas se machucando no processo.

Caspian e Edmundo agiram em conjunto quando viram Pedro cair ao chão com a sua roupa dourada agora vermelha de sangue. Edmundo atacou o transformando em uma estátua completa feita de gelo e o príncipe telmarino usou sua espada para então torná-lo apenas alguns pedaços cristalinos jogados ao chão.

Neste momento eles se encontravam ao chão, Pedro caído respirando com dificuldade enquanto puxava o ar buscando mais uma chance e Edmundo estando ajoelhado ao seu lado por não querer sair do lado do irmão, Caspian foi responsável por buscar alguém responsável, mais precisamente Lúcia que poderia curá-lo mais rápido.

- Ed - Pedro chamou baixo, rouco e trêmulo, a voz saindo quase em um fio.

- Não fale até Caspian chegar com ajuda - A essa altura os olhos de Edmundo já estavam brilhantes em lágrimas que ameaçavam cair mas ele não as deixaria, precisa passar conforto para Pedro e não seria chorando que faria isso.

Graças aos deuses que Caspian chegou rápido trazendo consigo Susana, Eustáquio e Lúcia que não tardou em pegar o seu suco mágico e colocar algumas gotas na boca de Pedro; eles não esperaram ficar parados e falar palavras de conforto quando poderiam agir rápido. Mas não pareceu fazer efeito, Pedro ainda respirava com dificuldade e os que estavam em volta se amontaram em volta do rei mais velho, não ao ponto de sufoca-lo mais ainda sim deixando a situação mais desesperadora.

Edmundo nunca pensou em como seria perder o seu irmão; foram anos em brigas, reclamações e até mesmo pegadinhas que deixavam Pedro de cabelo em pé. Mas então acontece isso e de repente vem a tona a imagem de como seria perder um de seus irmãos, Edmundo quis chorar mais que tudo mas ainda sim mantém sua esperança viva.

Agora que ele tem o desejo de viver ao lado deles, não será agora que será abandonado por um mal do destino.

- E-eu sinto muito - Pedro murmurou abafado, agora não mais Edmundo estava com os olhos marejados como Susana e Lúcia choravam lágrimas de dor, Caspian e Eustáquio mantinham-se em pé observando tudo também segurando as lágrimas do jeito deles - Eu poderia ter sido um irmão melhor_

- Não, você é um bom irmão - Edmundo o interrompeu e Susana completou.

- O melhor.

- Eu_- Respirou fundo - Quero que vocês sejam felizes, e Caspian - voltou-se para o telmarino - lembre-se da promessa que me fez.

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