CAPÍTULO VII. CONFIE EM MIM

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CAPÍTULO VII. CONFIE EM MIM

- Vamos meu Rei, confie em mim - Caspian suplicou com um olhar angustiado em sua direção, Edmundo olhou bem em seus olhos percebendo como eles transmitem gentileza - Confie em mim pelo menos uma vez e prometo não decepciona-lo.

Olhar para Caspian ao mesmo tempo que o príncipe suplica com sua voz aveludada o fez sentir náuseas no estômago, é como se existisse uma tempestade de gelo se formando em seu interior e Edmundo não pudesse lutar contra por medo de piorar a situação, Caspian o deixa confortável e transmite calor, algo que Edmundo nunca teve a chance de sentir porque ele sempre foi frio como o inverno e sombrio como os cantos mais escuros de Nárnia.

Esse foi um dos motivos pelo qual Edmundo sente-se tão confuso perto de Caspian, se sente tão confortável ao mesmo tempo que tem essa raiva de não entender seu próprio interior porque Edmundo realmente não entendia, não tem como ele identificar um sentimento que nunca teve, invés de se sentir curioso sentiu raiva por não saber descrevê-lo, por não saber do que se trata esse sentimento bom e estranho que não deveria estar crescendo em alguém como ele.

Edmundo suspirou quando Caspian abaixou seu olhar sem uma resposta, ele se sentiu mais culpado ainda ao ver essa expressão decepcionada cobrir o seu rosto. Outro suspiro fundo e Edmundo se virou de costas, seu casaco de pelos falso cinza quase voando com a velocidade.

- Me siga - Edmundo ordenou mas usando um tom de voz neutra e baixo, ele começou a caminhar sem ter ideia que o príncipe seguiria seu pedido, ele fez.

Edmundo levou Caspian através de alguns grifos e lobos, o palácio era grande o suficiente para ter muitos desses guardando as portas e a proteção do seu Rei. Eles passaram por Fenrir que os encarou seriamente. Fenrir é um dos maiores lobos guardiões do castelo, dono de um pelo negro brilhante e uma expressão nada amigável.

O rei narniano se lembra com carinho quando conheceu Fenrir pela primeira vez, ele foi cuidado como um dos seus mais fiéis amigos pois Edmundo o viu nascer, viu seus pais morrendo para salvá-lo e então fez a promessa que cuidaria daquele filhote com a sua vida, alguns outros lobos ajudando na criação ensinando o filhote coisas importantes de ser um lobo. Para a surpresa de todos Fenrir cresceu tão enorme quanto seus pais que eram maiores que outros, ele cresceu saudável e bondoso mas tem seu espírito de lobo rebelde quando necessário, Edmundo ainda continuou cuidando dele como seu filhote mesmo que não fosse mais um bebê.

Eles seguiram subindo as escadas do palácio e pelas paredes de gelo até chegarem em uma porta específica, essa guardada por um enome animal de asas de águia, corpo de leão e uma cabeça semelhante a humana mas não sendo.

- Majestade - o lamassu disse assim que Edmundo parou em sua frente, Caspian logo atrás dele sem dizer uma palavra - Deseja visitar os céus hoje? - Seu tom de voz foi firme e suave, seus olhos acompanhavam Caspian mas ele não demonstrou nenhuma atitude ruim.

Dizem que esses seres, lamassus, tem uma incrível habilidade de julgar o caráter e coração das pessoas e exatamente por isso está analisando Caspian tão meticulosamente. Felizmente o ser não reagiu de forma negativa, isso significa que o príncipe não significa um inimigo.

- Pretendo apenas dar uma olhada - Edmundo respondeu seriamente.

O ser saiu da frente da porta ao qual ele guardava, alguns iriam questionar o do porque esta porta é tão protegida afinal um lamassu é grande o suficiente para guardar portões mais importantes como os que ficam a frente do castelo, Edmundo por outro lado sabe da importância que este lugar tem.

Edmundo não precisou tocar na porta ou dizer uma palavra, bastou ele assoprar de leve e a porta automaticamente se abriu com o toque do ar de seu guardião, o ser ao lado observando cada movimento dos dois, assim que Edmundo entrou porta a dentro Caspian também o fez e então a porta se fechou em um baque alto.

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