3: Eu nem mesmo estou bêbado.

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 S/n estava agindo diferente desde quando cheguei no escritório. Ela havia me perguntado sobre o contrato, se eu havia lido com cuidado. Eu tinha problemas de comunicação, então não soube desenvolver a conversa, sempre que estávamos sozinhos eu não tinha esse poder de conversar que as outras pessoas tinham. Por isso que sempre estávamos dentro do carro em silêncio enquanto eu movia o cubo mágico que já havia montado 679 vezes.

- Não sei resolver esse problema. - Sn comentou. - O cubo, eu nunca consegui monta-lo.

- Não é montar, é organizar.

- Claro, organizar. - Eu fui estranho?

- Posso ensinar. - Ela sorriu.

- Eu adoraria aprender. - Sorri de volta, ela estava feliz como eu?

Chegamos ao local, era uma casa bem simples no subúrbio de Seul. Descemos do carro e o cheiro forte de frutos do mar vinha da feira na rua. Entramos em uma pequena loja de mariscos. Tentei não me desconcentrar porque aquele cheiro era bem forte, mas não me incomodava tanto mas, me distraía do que eu precisava fazer. S/n me entregou uma máscara descartável preta, parecia que ela lia meus pensamentos.

O cara que iríamos entrevistar era filho da vítima do desabamento do prédio.

- Sungmin-shi? - S/n falou com o atendente.

- Sim sou eu.

- Somos a repórter S/n e esse é meu colega Jungkook, falamos com o senhor por telefone.

- A claro entrem, minha esposa fez chá para nós.

Entramos na pequena casa. Havia três crianças brincando na sala e uma mulher que parecia ter a mesma faixa de idade do seu marido. após sermos bem recebidos as perguntas começaram. Sn às fazia enquanto eu digitava tudo.

- Os seus pais foram vítimas do desabamento?

- Sim, alguns meses antes sabíamos que o prédio ia ser abandonado, porém nunca nos deram o motivo. - Falou Sungmin que segurava a mão da esposa. - Conheci Taeri na mesma situação, a mãe e irmã dela morreram no desabamento do prédio.

- Podem me contar como aconteceu? - S/n perguntou.

- Eu trabalhava de babá na casa de uma senhora rica, quando recebi uma ligação que o prédio havia desabado. Corri para a minha casa, porém muitas pessoas ficaram soterradas, uma delas foi a minha irmã, minha mãe quase escapou, mas morreu assim que chegou no hospital. - Aquelas histórias eram tristes, mas em suas feições não pareciam estar tristes, pareciam...

- Poderíamos estar tristes, mas tivemos raiva, um ódio que cresce dia após dia. - Sungmin falou.

- Não receberam nada do prefeito?

- Uma pequena indenização para encontrarmos outro lugar para morar, e depois criou a escola para as crianças que ficaram órfãs. Para os filhos crescidos e os que sobreviveram um pouco de dinheiro que não durou nem por um mês. - Sungmin parecia estar com raiva.

- E o que acha do filho do ex-prefeito assumir a prefeitura de Seul? - S/n parecia querer mais do ódio de Sungmin.

- Nunca votaria, o pai e o filho são dois assassinos e devem pagar pelo que fizeram.

Quando a entrevista terminou já era bem tarde, tínhamos muito conteúdo. S/n passou a mão no pescoço parecia cansada ou só com dor mesmo. Depois que tirei as fotos, entramos no carro.

- Muito triste o que aconteceu com as famílias. E as crianças órfãs isso é muito triste. - Antes de ligar o carro s/n olhou para mim. - Você bebe?

Embarrassed.Onde histórias criam vida. Descubra agora