12 - Consumida

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Roseanne Park

Consumida.

É a sensação quando seus dedos enroscam em meu cabelo. A boca me tomando sem deixar espaço para fuga.

Ter o poder de dizer o que eu quero, tocar alguém por escolha e não por ser considerada um objeto nas mãos de alguém é inigualável.

No início, o que ela disse era verdade, claro. Quando beijei sua bochecha, eu estava jogando. Colocando em prática a sedução inocente que Jennie me ensinou.

Só que no momento em que senti sua pele contra os meus lábios, meu interior se agitou. A maneira calculada, pesando cada gesto ou palavra na qual tenho vivido nos últimos três anos, completamente esquecida.

Eu me transformei em fogo em suas mãos. O coração batendo tão descompassado que temi que ela pudesse escutar.

Ao contrário das vezes em que fui beijada antes, o dela não é desajeitado. Enquanto seus dedos acariciam meu cabelo, seu corpo inteiro se comunica com o meu. Cada músculo demonstrando seu desejo.

Lalisa me assusta e excita ao mesmo tempo, mas essa apreensão não tem a ver com o medo. Eu sei muito sobre sentir medo. Nunca relaxar ao dormir e ficar atenta aos menores ruídos. Não é disso que se trata, mas da resposta da minha pele quando ela me toca.

Eu não conheço nada sobre ela e ainda assim, confio que parará se eu pedir.

Quão estupido isso pode ser, após tudo o que passei?

Sobrecarregada, tento me afastar, mas não permite.

— Ainda não.

A língua quente torna a me invadir, causando uma febre tão intensa que uma espécie de dor se instala no meio das minhas coxas. Eu me entrego, ansiosa e excitada. Desejando e pensando em fugir. Precisando de mais dela e sabendo que deveria empurrá-la para longe.

Antes que eu entenda o que está fazendo, ela anda comigo e só quando sinto a aspereza contra a pele é que percebo que estou, agora, imprensada entre seu corpo e uma árvore.

— Boca gostosa. — Murmura e eu solto um gemido em resposta. — Use sua língua também. Eu quero sentir você me lambendo.

— Oh, meu Deus...

Seus quadris se movem, me deixando senti-la. Ela está dura e saber que sou eu quem faz isso com essa mulher poderosa, me rouba qualquer contenção. Separo as coxas um pouquinho e ela rosna em resposta, como se estivesse satisfeita.

A pegada aumentando a intensidade.

Em um único beijo, Lalisa me transformou em um ser mole e ardente.

— Porra, você é tão receptiva, menina.

Uma de suas mãos desce da minha cintura e pousa em minha bunda como uma garra.

Ela está se esfregando contra mim e eu não sei por quanto tempo mais conseguirei me manter em pé.

De repente, para de me tocar e se afasta.

Automaticamente, eu a puxo de volta. Abro os olhos e vejo o que talvez seja sua ideia de sorriso, um erguer imperceptível do canto direito de sua boca. Aquilo me chateia.

Eu baixei a guarda e ela está rindo de mim.

Solto-a e cruzo os braços na frente do meu corpo.

Ela torna a vir para perto, mas não me toca. Uma mão de cada lado da árvore.

— Shhhhhh, minha gatinha selvagem. Está vindo alguém.

Como para confirmar, ouvimos uma tosse.

Eu morro de vergonha e sem parar para pensar, escondo meu rosto em seu peito.

CHAELISA: Proteção na máfia? (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora