8 - Kóchetchka

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Lalisa Manoban

Moscou - Rússia

Inquietude.

Eu desconheço essa sensação. Minha vida é toda baseada em estratégias. Sei o que quero e minha mente trabalha em linha reta em prol de achar o caminho para conseguir. Mas hoje, não pude esperar o dia clarear para voltar aos Estados Unidos. Havia uma necessidade pulsante de encontrar a garota que se tornou um enigma para mim.

Precisei vir a Moscou e conferir a ameaça ao meu avô. Bambam anda cansado e isso pode, em algum nível, gerar descuidos perigosos.

Reunimos todos os seus capitães. O Pakhan, assim como eu, gosta de olho no olho e eu precisava verificar pessoalmente se há algum traidor entre nós.

Sou uma boa leitora de pessoas, mas principalmente, tenho um faro excepcional para o medo. Não é a primeira vez que sofremos uma ameaça. Longe disso. Em todas as outras, no entanto, precisei de poucos dias para descobrir de onde partia. Dessa vez, o problema não parece de tão fácil solução e começo a considerar que talvez haja mais do que um dos capitães envolvidos.

O problema é que os homens da Irmandade são especialistas em mentir e por hora, tudo o que pudemos fazer foi aumentar a segurança em torno do meu avô. Ele se recusa a sair da Rússia, assim, providenciei para que a vigilância sobre a elite da Organização seja mais acurada. Eu não tenho dúvida de que, quem quer que esteja tramando apressar o fim do Pakhan, é alguém com poder dentro da Irmandade.

Mal me acomodo no avião e meu celular toca.

Dmitri.

— Tudo feito.

— Onde ela está?

— Onde você ordenou, mas há algo que deve saber. Nova Iorque se transformou em uma maldita fogueira. Woojin acionou uma busca por ela, o que só confirma sua intuição. Em algum nível, a menina não é apenas mais uma para eles.

— Estou indo para aí.

[...]

Gatlinburg - Tennessee

No dia seguinte

A mansão escondida no meio das montanhas do Tennessee encontra-se quase totalmente às escuras. Após a verificação habitual, desabilito o alarme com a certeza de que Dmitri está me observando pelas câmeras.

Ando até o escritório e sem cumprimentá-lo, pergunto.

— Em qual quarto ela está?

— No terceiro andar.

Sei por que a colocou ali. Seria impossível fugir.

— Desligue as câmeras dos aposentos dela.

O canto de sua boca se levanta.

— Como sabe que a estava observando?

— Porque você é um maldito pervertido.

Ele não nega. Há alguma coisa obscura nas preferências do homem.

— Tem certeza de que deseja que eu as desligue?

— Ela não é uma prisioneira.

— Não, somente uma convidada involuntária.

— Desligue. Não haverá um segundo aviso.

Seu sorriso aumenta como se uma questão engraçada passasse por sua cabeça, mas ele faz o que eu mando.

CHAELISA: Proteção na máfia? (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora