Olhos castanhos

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Por Raíssa:

Acordei com o som estridente do despertador em meus ouvidos. Abri os olhos meio atordoada, tentando entender por que o relógio marcava 5h30 da manhã. Desliguei o alarme. Lembrei, hoje começam as aulas.
Fiquei parada sentada na cama por uns minutos até tomar coragem de levantar.

Lá fora o sol começava a aparecer. A luz vinda da sacada iluminava o quarto extremamente bagunçado. A TV ainda ligada na Netflix, que fiquei a madrugada assistindo, a escrivaninha repleta de papéis e livros empilhados, meu armário cheio de roupas caindo. É, deu para perceber que eu não sou muito organizada.

Levantei e andei em direção ao banheiro, cambaleando e tropeçando nos móveis. Fitei meu rosto no espelho. Cabelos castanhos bagunçados, olhos inchados, boca seca. Minha aparência não era das melhores.

Tomei um banho gelado para acordar e sai revigorada. Procurei no meio da bagunça meu uniforme. Calças jeans preta, blusa azul escuro com detalhes em branco com o brasão da escola e meu bom e velho All star.

No meu aniversário de treze anos meus pais o me deram. Lembro que sempre pedia a eles toda vez que passávamos em frente a uma loja de sapatos. Mas até então nunca havia ganhado. Foi o melhor presente da minha vida. E o uso até hoje, três anos depois.

Deixei meu longo cabelo castanho escuro solto mesmo e decidi ir de cara limpa. Peguei minha mochila e meus fones em cima da escrivaninha. Música é tudo para mim, então nunca ando sem eles.

Desci as escadas e atravessei a sala até a cozinha, onde minha mãe estava sentada à mesa com os olhos vidrados no notebook. Ela é médica de um dos maiores hospitais de Buenos Aires, então trabalhava muito, mesmo estando em casa.

- Oi, bom dia - eu disse, abraçando-a de lado e dando um beijo em sua bochecha.

- Bom dia, meu amor. Dormiu bem? - seu rosto parecia bem cansado e era nítido as noites sem dormir direito.

- Sim, mas parece que você nem tanto. - sentei e coloquei um pouco de café em uma xícara.

- É, tenho tido muitos pacientes ultimamente, mas não se preocupe, querida, estou bem. - ela tirou a atenção da tela e olhou para mim.

- Assim espero, ok senhorita, Fernanda? - brinquei.

- Pode deixar - consegui tirar um breve, mas belo sorriso de seu rosto.

- E papai, onde está? Já saiu? - perguntei.

- Sim. Teve uma emergência de última hora.

Às vezes eu me incomodava com o fato da vida deles ser tão corrida, mas eu sempre entendi que era por um bom motivo. Eu sou filha de dois heróis que salvam vidas e tenho orgulho disso.

- Bom, eu tenho que ir também.Tenho plantão hoje. E seu pai chega à noite. Vai ficar bem?- ela levantou, pegando algumas pastas da mesa.

- Sim. Vou ficar bem. - assenti.

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