Jogo de mentiras

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Raíssa:

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Raíssa:

O barulho do despertador soou alto, irritando meus ouvidos. 6:00 da manhã. Dormi apenas três horas.

Levantei sentindo todos os meus músculos doerem. Parecia que um caminhão tinha passado por cima de mim. Os acontecimentos da noite passada eram como um borrão na minha cabeça. Ouvi o celular vibrar na mesinha ao lado da minha cama. No visor uma mensagem de Diego dizia:
Bom dia, Bela, adormecida. Sei que ainda é cedo, mas não consegui dormir nada essa noite.

Sorri instantaneamente. Depois que saímos da praça, Diego veio me deixar em casa. E nos despedimos com um abraço apertado que durou quase uma eternidade. De toda forma, nenhum dos dois queria que aquele momento acabasse

Oi. Não posso dizer o mesmo. Dormi feito uma pedra. Tudo certo para nossa grande encenação hoje? - respondi.

Chegamos à conclusão de que seria melhor não nos falarmos na escola ainda, já que não queremos ser descobertos. Por isso vamos encenar uma briga de mentira bem próximo de Thomaz, assim descartamos qualquer dúvida que eles tenham em relação a isso.

Deixei o celular de lado na cama e tratei de me arrumar. Vesti o uniforme azul escuro da escola e prendi parte do meu cabelo para trás. Passei um pouco de maquiagem para esconder minha cara de sono e logo estava pronta, descendo as escadas.

Claro. Te encontro no local certo como combinamos. Não esqueça, não podemos dar nenhuma pista de que estamos numa boa. - Diego lembrou.

Joguei a mochila em cima da bancada sem ânimo. A ideia de fingir indiferença não me parecia tão simples, quando na verdade, não paro de pensar nele um só segundo.

Combinado então. Te vejo na escola. - despedi-me. Esse plano precisa dá certo.

Comi meu café da manhã apressadamente, engolindo em minutos uma tigela de cereal. Saí correndo para pegar o primeiro ônibus.

Cheguei na escola a procura de Pedro e Gabi, mas não encontrei nenhum dos dois. Abri o armário em busca do livro de geografia, minha primeira aula. O procurei em meio a toda aquela bagunça. Chicletes, pontas de lápis, papéis rasgados. Em meio a tudo tirei meu exemplar de Orgulho e preconceito, que Thomaz havia me dado. Parece até que foi à séculos atrás. O fitei em mãos por um momento, até senti a raiva surgir dentro de mim. O apertei com tanta força que suas folhas foram ficando amassadas. Por fim, o joguei novamente dentro do armário. Encontrei meu livro ao fundo, debaixo de tantas apostilas. O segurei firme, aliviada. Atrás de mim escutei assovios. Thomaz e seus amigos passavam dizendo gracinhas e fazendo brincadeiras bobas.

- Vocês não têm mais o que fazer não? - gritei para o grupo de cinco.

- Viram só, e ainda é bravinha. - Marcos debochou. Risadinhas soaram.

- Bravinha assim fica ainda mais linda. - um dos outros que não conheço direito disse mais atrás. Senti minhas bochechas arderem.

- Deixa a menina. - Thomaz disse. Mas não no sentido de me defender. Ele também se divertia muito com a situação. Ele piscou para mim enquanto o grupo se distanciava em meio a gargalhadas. Fiz cara de nojo.

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