Destino: O herdeiro Alfa (Em Revisão)

Capítulo 17

Minhas pálpebras pareciam insuportavelmente pesadas, implorando por um sono que eu não podia me dar ao luxo de ter. Nesse meio tempo, a bateria do meu celular já tinha acabado e, caso William não aparecesse, eu não poderia mais pedir socorro a ninguém. Será que fiz a escolha certa ao ter ligado para ele?

Rastejei alguns centímetros para frente, forçando a ferida a voltar a doer. A dor era a única coisa que ainda me mantinha acordada. O vento começara a ficar gelado, sinal de que a tarde em breve daria lugar a outra noite fria e escura.

Quando meus olhos começaram a se fechar novamente, ouvi passos se aproximando em alta velocidade. Quando dei por mim, um imenso lobo com coloração de um castanho avermelhado estava diante de mim. Meu coração batia muito rápido, acordando-me completamente do torpor em que me encontrava anteriormente. Um misto de sentimentos e reações fazia meu estômago borbulhar de ansiedade.

Elevei meu olhar e quando os olhos de nossos lobos se encontraram, ele deixou cair no chão uma bolsa que carregava na boca. O cheiro dele na forma de lobo era ainda mais forte, deixando-me em êxtase por causa dessa maldita ligação que me unia a ele.

O lobo começou a me rondar enquanto assumia novamente forma humana. Fechei meus olhos para evitar vê-lo nu e esperei que se pronunciasse. Inesperadamente, sua mão agarrou minha pata ferida e a puxou para cima, fazendo-me uivar de dor. Acabei abrindo os olhos para encará-lo e rosnei para ele para mostrar meu descontentamento.

O lobo começou a me rondar enquanto assumia novamente forma humana. Fechei meus olhos para evitar vê-lo nu e esperei que se pronunciasse. Inesperadamente, sua mão agarrou minha pata ferida e a puxou para cima, fazendo-me uivar de dor. Acabei por abrir os olhos para encará-lo e rosnei para ele, mostrando meu descontentamento.

— Não se mexa! — ordenou. Seus olhos pareciam serenos e pacientes, muito diferentes do habitual William que eu conhecia. — Preciso ver suas feridas para saber qual remédio te dar.

Eu não tinha muitas opções. Obedeci e virei de lado para que ele pudesse visualizar melhor as áreas em que fui golpeada. Acabei observando-o com mais atenção. Diferente do que imaginei, ele não estava nu. Usava uma bermuda que ia até os joelhos, de coloração idêntica ao seu pelo, algo sobre o qual apenas ouvira falar. Tudo o que sei sobre essa vestimenta é que é costurada por alfaiates sagrados usando o pelo do próprio lobo. Ela desaparece na transformação e reaparece sempre que o lobo retoma a forma humana, sendo algo exclusivo da elite dos lobos.

— Vou precisar que volte à forma humana para tomar os medicamentos.

"De jeito nenhum!", pensei comigo mesmo, rosnando para ele.

— Não trouxe comprimidos suficientes para a sua forma de lobo. — explicou-se.

Intensifiquei meu rosnado. Se eu tivesse forças para vestir minhas roupas, poderia considerar sua proposta. Ele respirou fundo e foi até sua bolsa, pegando um tecido preto. Abrindo o tecido, esticou-o sobre minha forma de lobo, cobrindo a maior parte do meu corpo, e depois se afastou alguns passos, ficando de pé de costas para mim. Após essa demonstração de bom senso, não tive escolha senão voltar à forma humana, enrolando-me como pude na capa.

— Você sabe usar isso? — ouvi sua voz ecoar ainda sem se virar. Seus olhos miravam meu arco pendurado na árvore.

— Digamos que minhas habilidades dão para o gasto — respondi com a voz fraca e rouca. Isso o fez virar-se imediatamente. Com movimentos rápidos, ele me puxou para seus braços e terminou de me envolver com o tecido. Depois, sacou alguns comprimidos específicos entre os vários remédios que trouxera e os colocou em minha boca. Percebendo minha dificuldade em engolir, tirou da bolsa um pequeno cantil de água e o levou à minha boca. Ele estava realmente preparado para me socorrer, o que me comoveu de certa forma.