Capítulo 32

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Um mural? Estou neste mural? Fiquei me perguntando sobre isso enquanto adentrávamos a área gourmet da casa. O cheiro de comida caseira no ar me distraiu a ponto de deixar essa questão para depois, até porque não era possível averiguar o tal mural naquele momento. Se na cidade o sinal de internet já era ruim, ali era ainda pior.

— Bem-vindos! Sintam-se em casa! — disse a mãe de Maxsuel, cumprimentando-nos. Ela era notavelmente bonita, de estatura pequena, pele clara, cabelos castanhos compridos e ondulados, e olhos castanhos expressivos. Ao lado dela, duas crianças idênticas pareciam ansiosas para pegar a comida. Já com o prato na mão, um deles pegou uma batata no garfo. — Meninos, tenham educação! Cumprimentem nossas visitas primeiro!

— Oi, gente! — disse um dos meninos.

— Olá! — disse o segundo gêmeo. Ambos aparentavam ter cerca de dez anos e estavam vestidos com roupas idênticas. Até mesmo seus cabelos castanhos curtos tinham o mesmo corte.

— Me chamo Sophie — disse a mãe de Maxsuel, diretamente para mim, oferecendo um aperto de mão. — Você deve ser a Eliza. Meus dois caçulas se chamam David e Dante.

Ela apontou o indicador para cada menino enquanto falava o nome deles. Atentei-me ao máximo para não os confundir depois.

— Muito prazer em conhecê-los — disse-lhe, retribuindo o aperto. — E muito obrigada por nos receber!

— Que isso, vocês já são de casa! Só faltava conhecer você. Fico feliz que tenham vindo!

— Eliza, a musa do grupo, a garota bonita! — disse Dante, aproximando-se de mim. — Meu irmão estava certo, você é bonita mesmo.

— Você é talentosa e inteligente também? — dessa vez foi o David. Embora idênticos, era possível distingui-los pelo cheiro, que em um era mais forte e frutado do que no outro. — Meu irmão vive falando de você!

— Ah, vocês dois! — Maxsuel pegou os dois pela orelha e arrastou-os consigo. — Vocês gostam mesmo de me infernizar.

— Quer dizer que sou bonita, inteligente e talentosa? — deixei escapar um riso sereno. Os gêmeos tinham-no dedurado na cara dura. Dava para ver que essa personalidade descontraída era de família.

— Ninguém nega isso — dessa vez foi Nicolas quem interveio. Percebi que o restante do grupo acenou positivamente em concordância e senti meu rosto esquentar de vergonha. Ainda era estranho para eu chamar a atenção como Eliza.

— Ficou toda vermelhinha. Que adorável! — disse Sophie. Parece que hoje todos decidiram pegar pesado comigo.

Servi minha comida em silêncio e observei-os interagirem entre si. Pareciam tão entrosados uns com os outros que me senti deslocada. Eu não sabia bem como entrar na conversa, então fiquei apenas ouvindo enquanto comia e respondendo sucintamente quando perguntavam algo para mim.

— Pode repetir! Tem muita comida ainda. — disse-me Sophie quando me levantei para levar o prato até a pia.

— Estou satisfeita, obrigada! A comida estava deliciosa, principalmente o frango. Seu tempero de ervas é incrível.

— Que bom que gostou! Espero que tenha guardado um espaço na sua barriga para a sobremesa!

Os gêmeos já tinham terminado de comer há mais tempo, mas permaneceram inquietos à mesa. Quando Sophie disse isso, pareceu ter dado o consentimento que esperavam para correrem até a geladeira. Cada um voltou trazendo uma bandeja na mão, cada uma com taças recheadas, uma com manjar branco com calda de ameixa e a outra com mousse de framboesa. Podia dizer o que era não só pela aparência, mas também pelo cheiro. Curiosamente, os gêmeos se colocaram perto de mim, um à minha direita e o outro à esquerda.

Destino: O herdeiro Alfa (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora