Capítulo 115

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— Eliza, me desculpe! — A voz de William soou trêmula e rouca. — Sinto muito pelo que passou, de verdade! Abre por favor! Precisamos conversar!

Ele fora insistente, mas não lhe dei ouvidos, nem a ele e nem as demais presenças que vieram depois. Todos queriam me convencer de uma única coisa: abrir a porta! Eu não abriria mão do meu refúgio seguro. Eu só precisava ficar aqui até Lohan vir me buscar. Sim, eu tinha certeza que ele me salvaria desse cretino.

Olhei ao meu redor, piscando os olhos diversas vezes para ter certeza que eu não estava sonhando. Eu estava dentro do boxe do chuveiro. Meus dedos estavam enrugados parecendo que eu estava a um bom tempo debaixo da água, mas não conseguia me lembrar de como cheguei nessa situação.

"Foi outra crise!" — Me disse Lisa. Ela estava muito insegura. A crise começou logo depois que repeti a mim mesma que precisava me limpar. Sentia-me suja depois de ter sido tocada pelo cretino.

Eu estava atordoada, pois não me lembrava nem de quando liguei o chuveiro. Diferente das outras crises que tive, não houve qualquer ruído ou som na minha cabeça. Foi uma crise silenciosa e eu não fazia ideia de quanto tempo estava assim debaixo da água.

— Eliza, sou eu. Abre a porta! — Uma voz familiar me chamou do lado de fora. Dessa vez era Lorraine. Fechei o registro e caminhei tremendo até a porta.

— Você está sozinha? — Perguntei com certa dificuldade. Minha voz estava rouca.

— Estou! Por favor, abre! Estão todos preocupados com você! — Todos quem? Eu não estava raciocinando direito, mas ainda assim girei a chave. Lorraine abriu imediatamente a porta, mas ficou perplexa quando me viu.

— Minha nossa! — Disse ela arrancando o travesseiro enxarcado da minha mão. Ela me ajudou a tirar minhas roupas molhadas e me cobriu com uma toalha seca.
Senti meu corpo vacilar de fraqueza enquanto ela me enxugava.

— Não achei que o William fosse esse tipo de homem. Parece que eu não o conhecia tão bem. — Lorraine parecia irritada. Ela me ajudou a me vestir, me guiou até a cama me fazendo sentar e me cobriu com um cobertor. Só me senti melhor depois de um tempo me aquecendo.

— Por que está aqui? — Perguntei a ela.

— William me chamou. — Disse ela com a voz baixa. — Ele me contou mais ou menos o que aconteceu e me pediu para ajudá-la.

— E o que ele te disse?

— Ele disse que perdeu o controle e que você se assustou e se trancou no banheiro. Como ele não conseguia te convencer a abrir a porta, chamou a Marta para tentar conversar com você. Como você não apareceu para o café e nem para o almoço, Caroline começou a fazer muitas perguntas e o alfa acabou sabendo da história também. Quando William me chamou, Annie já estava sabendo de parte da história pela Marta e me implorou que não saísse do seu lado até ela chegar. Como pode ver, a comoção foi bem grande.

— Entendi. — Me deixei cair de lado sonolenta, não sei se pelo estresse pelo qual passei ou se foi por ter pulado as primeiras refeições, mas eu me sentia completamente sem forças. Lorraine não me deixou dormir. Ela me fez me sentar de novo e começou a pentear meus cabelos.

— Com licença! — Disse Marta entrando com uma bandeja de alimentos. Logo atrás dela estava a Annie. Assim que ela me viu, veio correndo e me abraçou com força.

— Como você está? — Annie parecia mais atribulada do que eu. Sorri ligeiramente para ela.

— Bem melhor agora que vocês estão comigo.

— Coma um pouco. — Disse Marta se aproximando também e se sentando do meu lado. Me deixei ser paparicada e cuidada por elas. Isso fez com que eu me sentisse quentinha por dentro. Assim que terminei de comer, Marta levou a bandeja vazia embora e fiquei sozinha com minhas amigas. Confortada por elas adormeci.

Destino: O herdeiro Alfa (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora