[Narrado por Eric Lluv]
OUVIMOS A VOZ DE TAMARA que soa pelo labirinto. Ela nos encontra e olha a destruição ao redor.
— Vocês estão bem?
Assentimos. Um monte de guardas de Aurora espalha-se pelo labirinto.
— Joseph está ferido, e fugiu — digo, para os guardas.
Tamara me olha, com o peso no olhar.
— Eric, ah...
— O que aconteceu?
— Sua mãe.
Minha respiração pesa.
— O que aconteceu, Tam?
— Ela está bem, Eric. Mas...
— Mas, o quê?
— Venha comigo.
Ando o mais rápido que consigo e vejo as paredes da igreja enegrecidas pelo fogo. Parte da vegetação ao redor ainda chamusca. Alguns guardas de vermelho estão presos, ainda deitados no chão, e bloqueadores os rodeiam. Entro na igreja e alguns guardas afastam-se de minha mãe deitada sobre um dos bancos.
— Eric!
Corro na direção dela e vejo a queimadura que cobre todo o seu braço esquerdo. Alguns médicos jogam umas coisas sobre a ferida escura.
— Mãe, ah...
— Está tudo bem, meu amor. — Ela toca minha mão com sua mão direita. — E como você e ele estão? — Ben aproxima-se e ela olha para ele. — Desculpe-me, Benjamim!
Ben sorri.
— Então isso é uma coisa de família?
— O quê?
— Nada, mãe — digo, rápido. — Como a senhora está?
— Estou bem, meu querido. Luna está presa e tudo está controlado. Onde está Joseph?
— Ele fugiu — digo. Ela faz uma careta que deve ser de dor.
— Vossa Majestade. — Ouço a voz aproximando-se atrás de mim. — Que bom que a senhora está bem!
Viro-me e vejo o rosto branco do General Frost.
— Como você tem coragem? — digo.
— Não entendi, Vossa Alteza.
— Filho, o que...
— GUARDAS! — grito. Minha mãe olha para mim. — Levem-no.
Os guardas aproximam-se do General Frost.
— O que está havendo?
— Ele faz parte de tudo isso, mãe.
— Minha rainha...
Minha mãe olha para o velho branco e não hesita:
— Levem-no!
***
O sol nasce em Montero, espalhando uma luz pálida sobre as montanhas geladas.
Não encontraram Joseph, mas a rainha Luna permanece presa nas masmorras do palácio. Será levada para a cidade de Aurora quando voltarmos para a Capital. As notícias das Terras Altas chegaram de manhã: Pedro Santos, Victor Sierra e os guardas que estavam com eles conseguiram expulsar os soldados de Victoria de lá. O reino de Aurora está salvo por enquanto. Por isso, agora, caminho, depois de os médicos passarem um monte de coisas nos machucados do meu rosto e em algumas queimaduras que apareceram no meu corpo, na direção da saída do palácio. Vejo Ben parado à porta.
— Oi!
— Olá!
Ele me abraça.
— Você realmente vai ficar bem?
— Sim, tenho um exército inteiro para me proteger — digo. Ele sorri.
— Mas não tem alguém com uma pontaria tão boa quanto a minha com flecha.
Sorrio.
— E você?
— Ah, sim. — Ele diz. — Tenho o filho das Terras Altas comigo. Nada vai acontecer.
Enrique aproxima-se. Eles estão partindo para as Terras Altas. Enrique para ficar a par do que aconteceu lá e Ben porque, simplesmente, ele mora lá. Ele precisa ver sua família.
— Assim que as coisas melhorarem lá em Aurora, eu vou te ver.
— Não demore muito, pois posso não estar disponível sempre.
Ele diz, sorri e me dá um beijo.
— Tchau!
Enrique acena e eles partem.
***
A viagem de volta para Aurora, em circunstâncias diferentes, é tão silenciosa quanto a que nós viemos. Cochilo boa parte do caminho e quando chegamos ao castelo, passo o restante da noite dormindo um sono tão pesado que, ainda, até duvido que esteja realmente acontecendo.
No dia seguinte, minha mãe me chama à sala do Trono.
— Mãe... — digo enquanto entro na sala. Ela está olhando para o retrato do meu pai na parede.
— Olá, Eric!
— Você me chamou?
— Ah, sim, eu queria discutir com você uma coisa.
— Ah... — balbucio alguma coisa, mas não sai nada inteligível.
Ela vira-se para mim, vejo seu braço esquerdo repleto de faixas brancas.
— Irei renunciar. — Ela diz, como se dissesse que está frio.
— Mãe...
— Eric, eu estava falando sério quando eu te disse que quero ser uma mãe melhor para você.
— Mas, mãe, você não precisa renunciar por isso.
— Eu também estava falando sério quando eu disse que, na realidade, eu só queria provar para todos que eu conseguiria. — Ela sorri para mim. — E eu provei, e não tenho mais nada o que provar para ninguém.
— Mas, então, o que vai ser...
— Eric. — Ela me interrompe. — É sobre isso que quero discutir.
Eu olho para ela assustado.
— Mãe, eu não consigo.
Ela sorri e pega na minha mão.
— Apenas pense sobre isso.
Vejo ela saindo da sala, me deixando sozinho aqui, junto ao trono.
***
Galerinha, o que estão achando? Diz aí :)
(AVISO: A CONTINUAÇÃO DESSA HISTÓRIA CHAMA-SE A PROFECIA DO PLEBEU E ESTÁ SENDO ATUALIZADA SEMANALMENTE)
https://www.wattpad.com/story/366712262-a-profecia-do-plebeu-livro-2-a-can%C3%A7%C3%A3o-do-rei?utm_source=web&utm_medium=twitter&utm_content=share_myworks&wp_uname=leojrodrigues
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Canção do Rei [Concluída]
FantasyE se os contos de fadas fossem diferentes? "A felicidade está sempre a um passo de distância, basta apenas que tenhamos coragem de dar um passo a frente" O príncipe Eric Lluv descobriu há pouco tempo que herdou os poderes destrutivos do pai e agora...