Capítulo 3 - O bendito baile de noivado

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[Narrado por Eric Lluv]

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[Narrado por Eric Lluv]

PRECIOSOS SEGUNDOS SE PASSAM ENQUANTO tudo o que vejo são seus olhos negros, até que ela se move, se vira e anda na direção da porta do salão.

— Mãe...

Ela para apenas para dizer:

— Desculpe-me, Eric.

E quando ela sai, sinto um vazio tão grande que parece que vou desmaiar a qualquer momento.

***

O desmaio não vem e percebo que o tempo passou sem que eu me desse conta. Já é noite e os pais de Enrique já devem ter chegado, o baile de noivado está prestes a começar e eu ainda estou aqui paralisado. Eu me olho rapidamente no espelho e percebo que perdi toda a vitalidade que eu tinha adquirido momentaneamente.

— Sua mãe já está fazendo o discurso para apresentar vocês dois.

Assinto. O discurso provavelmente diz o quanto ela e Victor Sierra estão felizes em celebrar e fortalecer a união de Aurora com as Terras Altas. Respiro fundo.

— O que aconteceu lá? — Tamara sussurra, enquanto esperamos para fazermos nossa entrada triunfal.

— Talvez eu seja deserdado. — Respondo também sussurrando, não para que Enrique não ouça, mas para que ninguém mais além de nós três ouça.

Seguro a mão quente e aconchegante de Enrique.

— Você morreu há quanto tempo, Mi Amor? — Ele pergunta. Desde quando ficamos sabendo que íamos nos casar, passamos a nos chamar de "Mi Amor".

Sorrio. Minhas mãos têm a fama de serem frias.

— Há alguns minutos, quando disse para minha mãe que eu preferiria ter morrido quando nasci a isso.

— Ui — Tamara faz uma careta — Pegou pesado.

— Pois é, mas ela saiu de lá e perdi a oportunidade de pedir desculpas.

— Mas...

— Sim, eu sei que parte é verdade, mas queria ter pedido desculpas por exagerar.

— Por isso ela desceu visivelmente abalada — Enrique diz, e penso que se minha mãe pareceu abalada para alguém que não fosse eu, Tamara, Pedro Santos ou Lilian, o que eu disse realmente teve um efeito forte nela, o que me faz sentir ainda mais mal por tudo. Enrique aperta a minha mão e diz — Ei, com "isso" você está se referindo a mim?

— Claro, Mi Amor! — Digo e sorrio.

— Ridículo.

— Silêncio, jovenzinhos. — Lilian diz, desconcentrando-se do discurso que, com o aturdimento, nem consegui ouvir — Vamos, está na hora.

— Boa sorte — Tamara diz e percebo que ela não disse isso apenas para mim. Enrique acena para ela primeiro que eu.

Olho para ele sem poder raciocinar sobre o que acabou de acontecer e começamos a descer as escadas na direção da nobreza de Aurora. A música pomposa do salão me invade. A cada passo que dou, minhas pernas parecem mais bambas (o que sempre acontece nos eventos importantes) e aperto a mão de Enrique, que retribui o aperto. Estou aqui com você, imagino ele dizendo e eu assentindo logo depois.

A Canção do Rei [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora