Alice DlourentsAcordei e vi o relógio ao meu lado, eram exatas 14:00 da tarde. Dormi mais do que eu desejava e ainda assim me sinto cansada. Entrei na cozinha e ele não estava dentro de casa, dado ao fato de seu quarto estar aberto e vazio e a casa estar silenciosa
eu estava me sentindo mal.
Quando chequei o celular pela última vez Rafe tinha me mandando algumas mensagens. Não cheguei a responder nenhuma sequer.
Não por falta de querer, e sim por falta de forças.Me sentei no sofá com um prato com duas fatias de bolo e liguei a televisão. Pensei em mandar mensagem para o JJ mas não quero ainda, não vou me rastejar por ele. Quero que ele entenda o quanto me machucou também.
meu telefone logo tocou
— oi, hum... poderia me explicar por que o JJ se mudou para cá?— Jhon B perguntou do outro lado da linha
ele se mudou para o castelo?? Aquele merdinha se mudou para a casa do Jhon B?
— por que ele é um chorão do caralho. Faça bom proveito que ele é todo seu— desliguei o telefone extremamente irritada. Que filho da puta, fugir deve ser bem mais fácil né.
voltei a olhar para a Televisão e meu celular apitava a cada segundo. Coloquei ele no silencioso antes que eu o empurrasse contra a parede e o transformasse em cinco. Minha paciência estava acabada
A casa estava silenciosa repleta apenas pelo barulho da animação, mas a porta da sala recebeu algumas batidas fortes e eu até me assustei quando levantei do sofá.
— Alice, Alice porra abre a porta— o barulho aumentava ainda mais.
— que merda é essa Rafe?— perguntei e ele estava com Sara logo atrás — o que está fazendo aqui
— por que você não responde o telefone?— ele estava preocupado ao extremo segurando meus braços em suas mãos
— eu não sei... eu...— não encontrei respostas. Ele me abraçou tão forte que eu até perdi um pouco do ar. Que merda é essa?
— o que houve?— perguntei em um sussurro para eleeu estava começando a ficar muito preocupada agora
— sua avó...— ele disse me segurando nos braços
— o que?
Ele não respondia
— porra Rafe, o que tem a Dayse?— perguntei e ele olhou para Sara.
Peguei meu celular na maior correria e fui até a janela da sala que dava para a garagem enquanto o telefone chamava sem me dar nenhum retorno
— Ali...
— atende... por favor.
— vamos para o hospital— Sara disse parcialmente calma olhando para o seu celular— esquece o telefone
— por que hospital?— perguntei a Rafe mas ele se mantinha cabisbaixo— Porra Rafe, me responde
— calça os sapatos— ele disse e eu fiz exatamente o que escutei— vamos para o hospital
calcei os sapatos e vesti um casaco de couro preto.
Chegamos no hospital e eu acompanhei os irmãos repleta de ansiedade e nervosismo. Por que diabos estamos aqui? o que houve com ela?
Tagarelei em busca de respostas por muito tempo mas ambos se mantinham em silêncio. Apreensiva resolvi apenas ir na onda, qua nos levou até a porta branca de um dos quartos— ela não pode receber visitas agor....— não terminei de escutar a enfermeira, apenas entrei no quarto enquanto ela me seguia.
o quarto estava escuro e meu olhos logo lacrimejaram. Ela estava completamente machucada, seus olhos fechados e bochechas cortadas. Respirando por meio de uma porra de maquina
que porra é essa?
— merda Dayse, o que aconteceu com você?
— perguntei para uma mão gelada e inconsciente em minha frente e apoiei minha cabeça em seu peito. — não me deixa sozinha, por favor, por favor, por favor— ei, Ali, você não pode...— Rafe disse entrando na sala calmamente, mas foi interrompido por uma série de apitos e barulhos desesperadores e luzes piscando vindo dos computadores
Eram as máquinas
Meu olhar voltou para ela, parada e calma com seus olhos fechados e seu visual elegante até mesmo em cima de uma maca. A sala estava cheia de barulhos e logo em seguida eu só pude sentir meu corpo ser despejado para fora do quarto.
Eu não lutei para sair.
Apenas sai dali de dentro. Ela não vai me deixar, ela não vai por que isso não é real.
Não é real
Tudo vai ficar bem
me sentei na cadeira na frente da sala e enquanto Rafe me segurava. Médicos e enfermeiras entravam e saiam correndo, mas meu mundo estava mudo, parado.
— Cade ela?— Um zumbido atravessou meu tímpano mas eu não consegui nem mover meu olhar. Apenas olhando para aquele chão branco e limpo.— Me deixa ver ela
JJ.
— Liz— ele se ajoelhou na frente dos meus joelhos— Liz, o que houve com ela? hum?
Olhei para ele e o nó na minha garganta estava me atrapalhando de respirar. Lágrimas começaram a se alojar nos meus olhos e ele segurou meu rosto.
— O que aconteceu Liz?— ele gritou
inaudível, balancei a cabeça em negação
— senhor Cameron?— o médico chamou por Rafe e ele se despediu do meu lado com um olhar reconfortante
— Por que estão chamando por ele porra? Nós somos a família dela— JJ gritava atraindo toda a atenção do corredor para nós
ele não entende que isso não importa?
— Liz por que estão chamando por ele?— ele perguntou
— eu não sei porra— gritei com o loiro em minha frente totalmente irritada agora— JJ...
Me levantei para espiar atras da porta naquele corredor deserto e escuro. O vidro da porta não me proporcionava nenhum vislumbre de nada, apenas de mais um corredor assustador.Quando olhei mais atentamente me afastei da porta para o médico abri-la. Ele parou e me olhou com pena, eu estava tão inconsciente do mundo lá fora que nem ao menos virava os olhos para olhar as pessoas que falavam comigo. Meu olho pesava no rosto e meu corpo estava paralisado.
— não!
minhas pernas perderam as forças e eu estava praticamente implorando para o homem em minha frente
— não por favor, não. Por favor Doutor volta para lá— empurrei seu peito contra a porta— volta e tenta, por favor
Minhas mãos foram puxadas antes que eu empurrasse o médico mais uma vez.
O nó na minha garganta se alastrou por todo o meu corpo. O chão frio tocou meu corpo e eu não conseguia levantar. Eu não queria levantareu perdi.
Não tinha mais nada que eu pudesse fazer. Eu perdi.
ela se foi.
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𖥸 Solstício de verão- Rafe Cameron 𖥸
RomanceSer uma pogue irritadinha e com uma família desestruturada trás a Alice uma enorme falta de confiança nas pessoas. E Rafe tenta acabar com isso da "melhor" maneira possível