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•Alice Dlourents •

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•Alice Dlourents

Limpei o balcão e vi as luzes do teto refletindo na madeira escura do bar. A clientela do dia estava interessada no restaurante, então me sobrava tempo bastante para deixar tudo no seu devido lugar. Mexia no celular respondendo algumas mensagens importantes quando fui interrompida por uma voz masculina

Olhei diretamente para um homem velho mas não tanto, com barba por fazer e um cabelo grisalho bem cortado. Sua carranca dizia que ele não estava nem um pouco satisfeito comigo naquele balcão

— desculpe, o que posso oferecer ao senhor hoje?— disse e ele revirou os olhos pedindo uísque puro.

Ele parecia estar puto comigo de verdade enquanto me olhava de cima a baixo

— essa geração precisa largar o celular um pouco e focar na vida real. Esse comportamento lhe trará péssimas gorjetas...
— ele não calava a porra da boca.

— pago meus funcionários o suficiente para eles não dependerem de gorjetas senhor— disse limpando o balcão— desculpe, guardanapo?

ele me olhou por um tempo com o senho franzido.

— Tio.— olhei para o balcão mas minha mente estava a frente, aquela voz eu reconheceria até surda.

Rafe estava me olhando com um sorriso discreto e perverso. Eu engoli em seco enfrentando um dos meus demônio cara a cara pela primeira vez depois de tanto tempo. Sangue sujo.

— você sabe o que me trazer— sua petulância me fez quase sorrir. Ele não era mal educado assim nem mesmo quando eu era realmente apenas uma garçonete

espere, esqueça. Ele me tratava bem pior.

Desviei os olhos do seu e preparei o meu uísque mais caro para Rafe. O filho do assassino.
Irônico como as coisas acontecem comigo, esse garoto me teve comigo ninguém nunca teve na vida, mas durou tão pouco que lembrar me causa gastura. Ele tinha tudo de mim, entreguei a ele sentimentos que nunca nem assumia para mim mesma. No final, quem sabe quais eram as intenções dele comigo.

Encarei por pouco tempo a conversa deles antes de atender fora do balcão. Quando ele está por perto, perco toda a força que construi ao longo dos anos. Fora de Outer Banks eu aprendi a nunca abaixar a cabeça para os meus problemas, sempre enfrentar cada um deles cara a cara sem temer nada. Mas olha só para ele, basta ouvir sua voz e tudo sai dos trilhos.

Não, ele não vai estragar tudo de novo.

O assobio do seu tio fez com que a garçonete ao meu lado olhasse na direção de ambos.

— por Deus, não o aguento mais— ela resmungou tirando seu bloco de notas do bolso. Franzi o senho para ela e aquilo foi o bastante para um desabafo vindo de sua parte.
— Ele fica me chamando a cada um minuto. Porra... Desculpa senhorita Dlourents, mil perdões mesmo, eu juro nunca mais vou abrir a minha boca estupida de novo

𖥸 Solstício de verão- Rafe Cameron 𖥸Onde histórias criam vida. Descubra agora