Um Verdadeiro Inferno - Tobidei -

15: Que tédio

Ele parecia nervoso em me ter por perto, parecia estar em uma luta constante com sigo mesmo.

- Não quer fazer comigo? Está incomodado com a minha presença? - mesmo que eu saiba que não, eu perguntei, só para o ver ficar ainda mais vermelho e nervoso.

- N-n-nao...... É isso. - ele abaixa a cabeça.

- Se não é isso, por que está assim? - eu segurava um sorriso, estava adorando aquilo.

Não sabia que era tão satisfatório, ver a pessoa que te ama loucamente, em uma luta constante para tentar ficar ao seu lado. Ele não sabia se me olhava, olhava para o roteiro ou respirava.

Ele estava totalmente nervoso.

- Eu... Só estou um pouco mal, mas logo passa - ele me olha mais logo desvia o olhar.

- Sério? Então você está com febre, já que está totalmente vermelho. Deixa eu ver - coloco minha mão em sua testa e o vejo ficar mais corado ainda.

Tiro minha mão de sua testa e olhei em direção ao alto barulho de algo batendo na mesa.

- Alunos, como eu já falei o que vocês tem para fazer, eu irei dar cinco minutos para decidirem as coisas e logo passarei o filme do trabalho pães vocês- a professora se senta em sua cadeira.

- E-então, onde você quer fazer o trabalho? - ele pergunta sem olhar para mim.

- Pode ser na sua casa? - pergunto vidrado nele.

Ele pareceu suspirar fundo, e logo olhou para mim. Seu olhar parecia normal, mas seu rosto ainda estava um pouco corado.

- Pode ser, irei lhe passar o endereço - ele pega uma caneta, e começa a escrever no papel.

Logo o rasgando e me entregando. Agradeço e volto ao meu lugar.

Esse garoto realmente gosta de mim, ele facilmente poderia ser confundido com uma pimenta malagueta.

...

Ah, será que o senpai me achou estranho?

Com toda certeza.

Sério isso? Mas eu não tenho nenhuma culpa.

Talvez não, mas você viu como ele nos olhou? Ele estava tão lindinho.

Sim, ele tocou na gente, acho que vou pedir à professora para eu sair. Eu não estou bem não.

A mão dele é tão quentinha... Uma coisa que o Tobi reparou agora...

O que?

A gente é o Victor e o senpai é o nosso noivo cadáver, isso quer dizer que vamos fazer o trabalho com o senpai.

Eu sei disso, mas eu ainda não estou acreditando.

Será que a mamãe vai gostar?

Claro que vai, ela gosta de ver a gente feliz.

Saio de meus pensamentos e vejo a professora se levantando para colocar o filme.

Enquanto isso eu vou lendo o roteiro para ver o que acontece na história.

Fico em choque quando vejo que terá que ter beijo, eu tenho que beijar o senpai?

Agora sim eu não estou bem mesmo, eu quase fiquei duro só dele ter tocado na minha testa, imagina o que aconteceria se eu o beijasse.

Isso não vai dar certo.

Olho para o senpai e vejo ele concentrado no papel a sua frente. Seus lindos cabelos caiam sobre seus olhos e ele logo tirava, fazendo uma cara irritada. Tão lindo.

Ele com o uniforme é magnífico, usava uma saia preta que é dada a todos os ômegas, que no caso que fica linda nele. Uma camiseta de botão branca e um blazer preto com alguns detalhes dourados, uma gravata preta também. E uma meia preta que ia até o meio de suas coxas.

Essas meias do senpai já me fizeram ter vários pensamentos impuros, imaginando ele de pernas abertas, todo nu e com essas meias. Me deixa com tanto tesão.

Saio dos meus pensamentos quando vejo tudo ficando escuro e a professora colocando o filme.

Na sala já havia uma televisão, então ficava bem mais fácil.

O filme começa e eu tento me concentrar.

...

O filme já estava quase acabando, eu estava em um tédio total.

Se essa aula que a professora não escreveu nada e só passou um filme, está sendo chata, não quero nem pensar nas outras.

Esse filme é irritante, eu não gostei nem um pouco. Parece que é um musical, toda hora é uma música. Não aguento mais.

Olho para o moreno que estava na fileira do meio, ele era o penúltimo. Ele estava prestando atenção, isso é bom, porque ele será minha salvação.

Eu não prestei atenção em nada, eu não sei nem qual é o nome do protagonista. Eu queria fazer outra coisa, como tentar decorar minhas falas, mas como está tudo escuro, não tem como.

Será que se eu fingir um mal estar e desmaiar eu saio dessa merda logo? Eu não aguento mais olhar para essa mesma parede.

Que vontade de ir para casa, eu não devia ter vindo. Isso é tão cansativo.

Mas pensando por outro lado, pelo menos eu vi o alfa de novo. Falando nisso, nem o nome dele eu sei.

Mas por que ter visto ele de novo me deixou tão feliz?

Uma coisa que eu notei, é que duas certas pessoas não estão aqui. Será que morreram? Seria uma glorificação para o mundo se isso tivesse acontecido.

Vingança... É isso que eu mais quero, mas me pergunto como eu posso fazer isso.

Já foi fácil fazer ele perder a conta e ser levado para a delegacia, ele mesmo provou o quanto é tóxico.

Eu queria o colocar na cadeia, mas não, ele merece uma coisa muito pior que isso.

A Miki.... Ela, sinceramente eu nunca entendi. Uma hora foi minha amiga e outra hora me apunhalou pelas costas.

Ela me via sofrendo e nunca nem tentou ajudar, ficava era se divertindo vendo aquilo.

O que eu posso fazer para a atingir? Me lembro que uma coisa que ela não gostava era que fosse chamada de qualquer coisa que envolva prostituição.

Como a mãe dela era uma, ela tem vergonha disso, e fica com raiva quando a chamam de vadia, vagabunda, meretriz, puta...

As pessoas estão a xingando assim, acho que foi por isso que ela não apareceu.

Reviro meus assim que vejo que começou outra música, eu não estou suportando mais.

A ideia de tacar o foda-se e sair gritando, nunca fez tanto sentido.

Que filme demorado é esse? Já se passaram trinta minutos que essa merda começou e parece que não está nem no meio.

Por isso eu não gosto de filme, no hospital sempre que colocavam algum, eu dormia no primeiro minuto de tanto tédio que eu sentia.

Só assisto o filme pulando ele todo, se me perguntarem o que eu entendi, eu me finjo de sonso.

Se fosse eu assistindo essa merda, eu já teria terminado. Na verdade eu nem teria colocado para ver, achei muito desinteressante.

Que tédio.

Tédio.

Tédio.

Tédio.

Tédio.

Tédio.

Tédio.

Tédio.

Tédio.

Será que eu posso ir ao banheiro?