49: Ele viajou

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Obito olhava para o loiro. Ele estava muito estranho. Na madrugada, acordou diversas vezes de um pesadelo, quase sempre assustando o moreno, já que levantava de repente em um pulo.

Murmurava coisas estranhas e sua aparência não estava nada normal, estava suando frio. Obito cansou de perguntar o que havia acontecido, apenas o abraçou, vendo ele começar a chorar de novo.

Mas claro que nada era sempre às mil maravilhas, precisavam ir para a escola. Deidara correu pela casa toda, se negando a sair dali, e Obito correu atrás dele tentando o levar para tomar banho e vestir o uniforme.

- NÃO OBITO, ME DEIXA EM PAZ, EU NÃO QUERO IR - se debatia no braços do moreno.

- Fica calmo senpai - Obito falou cansado.

- NÃO, EU NÃO QUERO IR. AQUELE INFERNO EU NÃO SUPORTO AQUELE LUGAR, ME SOLTAAAAA, CADÊ O ROBERT? - gritava, chorando que nem um bebê fazendo birra.

- Deidara... - o chamou com raiva, o vendo parar instantaneamente, suspirou ao sentir o olhar choroso em sua direção - Eu quero que você fique calmo e relaxe, sabe que temos que ir para a escola. Então pare de gritar assim, se não as pessoas vão achar que eu estou te machucando, e como eu já falei, o Robert viajou para resolver algumas coisas suas e você não viu porque estava dormindo - explicou tudo olhando seriamente para o loiro.

Sim, Robert viajou. Essa foi a única desculpa que realmente se encaixava no que acontecia, era isso que Obito pensava, mas no fundo sabia que só falou aqui porque não conseguia pensar em uma desculpa melhor. Deidara ainda era um criancinha fofinha, saber do que realmente fez, não estava em nenhuma cogitação de dar tudo certo, e Obito sabia disso.

- V-você tá bravo? Tá bravo comigo? - lágrimas começaram a descer pelas bochechas gordinhas e rosinhas do loiro.

- Não, não senpai. Eu não tô bravo, pare de chorar - abraçou rapidamente o loiro, o sentindo soluçar de tanto que estava chorando.

Com muita luta e choro, os dois se encontravam no carro. Deidara emburrado e Obito cansado. O moreno não reclamava da birra do loiro, já que, aliás, não tinha coisa melhor do que ficar com Deidara no braços. Nunca se sentiu tao feliz na vida.

- Senhor Deidara, eu poderia lhe pedir uma coisa? - Line perguntou de repente, tendo a atenção dos outros dois que estavam no carro.

- Claro - respondeu a mulher.

- Sabe a minha filha que eu te falei que é muito sua fã, eu gostaria de perguntar se o senhor deixa eu um dia a trazer para sua casa para ela te conhecer, porque desde que ela soube eu eu trabalhava para o senhor, não me deixou em paz por um segundo perguntando como era conviver com o senhor e como o senhor era presencialmente, e outras coisas... O senhor deixa? - perguntou apreensiva.

- Ah... Mais é claro que sim, falando em fãs, você me deu uma ideia boa - sorriu contente, assim como Line que agradeceu.

Obito só observava aquela conversa, sua cara estava fechada. Tinha esquecido das pragas que Deidara chamava de fãs. Mal sabia o coitado do moreno o que vinha logo em seguida.

Chegando na escola, desceram do carro indo em direção a sala para guardarem a mochila.

- Obito, sabe qual é a ideia que eu tive? - perguntou de repente, tendo toda atenção do moreno.

- Não, qual foi a ideia senpai? - perguntou curioso, olhando para o loiro.

Deidara achava aquilo tão sensacional no moreno. Ele sempre prestava atenção no que falava, mesmo que isso fosse o básico que todos tinham que fazer, aquilo aquecia o coração do loiro. Realmente, era um puta problemático mentalmente.

Um Verdadeiro Inferno  - Tobidei -Onde histórias criam vida. Descubra agora