Capítulo 21

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Olá leitores, como vcs ceis tão? Oq tão achandl da história?
Deixo aqui um aviso de gatilho pesado pra esse capítulo, se você é sensível, não leia, terá descrições gráficas.

Dito isso, boa leitura aos que continuarão.

...

Quando o filme acabou, estava perto do horário de almoço, Lan Zhan perguntou o que os outros queriam comer e decidiram pedir um delivery, comeram juntos e o dia correu normalmente, por vezes, Wei Ying parecia distante, mas logo voltava à realidade, dava um sorriso e continuava a conversar. Lan Zhan sentia que algo não estava certo, porém sempre que tentava perguntar o que havia de errado, o outro mudava de assunto, foi no cair da noite que Wei Ying começou a arrumar suas coisas para voltar para casa.

-Por que não dormem aqui?

-Tenho que levar A-Yuan de volta para a casa da Qing, amanhã ele tem aula. - respondeu colocando as próteses.

-Não deveria usá-las, vai machucar mais.

-Isso é besteira, Lan Zhan. Depois passa. Posso deixar minha cadeira aqui?

-Pode. Você virá amanhã?

-Sim. - respondeu sem olhá-lo, concentrado no que estava fazendo.

-Wei Ying. Por favor, me diga o que aconteceu.

-Lan Zhan, já falei, não aconteceu nada. - respondeu ainda sentado na cama alheia, ele pegou seu rosto entre as mãos e o encarou - Está tudo bem. Eu só preciso levar A-Yuan de volta, senão ele vai perder aula amanhã e a Qing vai me matar. - brincou - A gente se vê amanhã. Durma bem, tá? - ele abraçou apertado o namorado - Lan Zhan, obrigado por ser meu namorado. Eu nunca pensei que alguém fosse me aceitar depois de tudo. Ainda mais alguém tão bonito e incrível como você. Eu não canso de dizer isso. Você é perfeito! Mesmo sendo esse chato mandão, parece um sonho que se tornou realidade.

-Wei Ying, você está estranho.

-Oras, um homem não pode dizer o quanto seu namorado é magnífico? Não pense demais, Lan Zhan. - ele o beijou de novo e se levantou - A-Yuan, já está pronto?!

-Estou! - respondeu do lado de fora do quarto.

-Já vou. Se cuida, Lan Zhan. - ele deu um beijo na testa do namorado e saiu.

Lan Zhan ainda tentou impedi-lo, mas não teve jeito, ficou apreensivo sem saber o que poderia fazer a seguir, não tinha o contato de Wen Qing, mas tinha da enfermeira Luo, então decidiu enviar uma mensagem para ela.

Wei Ying chegou ao apartamento da Wen e nem subiu, se despediu do filho ali mesmo na portaria.

-Seja um bom garoto e comporte-se hein! Não deixe sua mãe brava e agrade sua madrasta de vez em quando.

-Pai, tá falando como se eu fosse passar dias aqui. - ele riu confuso - Depois de amanhã eu vou para a sua casa! A gente pode fazer uma noite de jogatina, porque na quarta é feriado, eu não vou ter aula.

-Olha só! Eu nem me lembrava. Se eu tiver livre, vamos fazer sim, talvez eu tenha que trabalhar até tarde na terça.

-Ow… Tudo bem, me avise.

-Aviso sim. - ele deu um beijo na testa do garoto e ele entrou no prédio.

O condomínio do Wei não era tão longe dali, ele decidiu ignorar as feridas doendo em suas pernas e foi andando, já era noite, mas naquela parte da cidade havia tantas luzes que não dava para ver as estrelas, a lua era somente um filete minguante, prestes a sumir por completo, ele passou por um parquinho vazio, lembrava que levou muito seu filho para brincar ali quando este era apenas uma criança, de fato, Wei Ying tinha memórias muito boas de sua vida.

Apesar de tudo ter desandado tanto nos últimos dois anos, ele tinha pessoas às quais amava muito e não queria que elas sofressem, não queria acabar causando mais problemas.

Ele sabia o que tinha que fazer e havia chegado a hora, levar aquilo para frente não daria em nada bom.

Ele continuou caminhando até chegar em casa, pegou o elevador, abriu a porta, entrou, fechou a porta atrás de si, pegou uma garrafa de vinho meio cheia, arrancou a rolha com os dentes e bebeu como se fosse água, ainda segurando o vinho, pegou um canivete no quarto, depois entrou no banheiro e tirou sua roupa, ficando apenas de cueca, tirou as próteses e se arrastou brevemente até o box.

Uma mão na garrafa e outra no canivete.

-Você é tão patético, Wei Ying… Quantas vezes já tentou fazer isso e deu errado?! Que tipo de pessoa se joga nos trilhos do metrô e não morre?! Quão azarado você pode ser…? - ele perguntava a si mesmo, deu mais um gole na bebida antes de continuar - Seus pais morreram… Metade da sua família adotiva morreu… Pessoas se machucaram… E nada pode ser só coincidência… Você… Você realmente traz mau agouro consigo. É claro. A senhora Yu sempre esteve certa… - ele deu uma risada amarga e sorveu um longo gole mais uma vez.

Abriu o canivete e ficou brincando com ele, abrindo e fechando, abrindo e fechando…

-Rídiculo… Ridículo… Você é ridículo, Wei Ying! - ele abriu o canivete e fez um profundo corte numa das coxas - Você quem deveria ter morrido no lugar da YanLi! - o líquido vermelho minava de dentro de sua carne e ele fez outro corte profundo ao lado daquele, a dor o fez grunhir, mas ele não parou - Não… Você nunca deveria ter ido morar com os Jiang… Você tinha que ter morrido no lugar dos seus pais! - dessa vez ele cortou um dos pulsos, um corte profundo ao longo do antebraço - Por que você é assim…? - ele bebeu mais um gole - Por que…? Você não podia ser normal…? Wei Ying… Se você fosse normal… As pessoas poderiam ser felizes… Você poderia ser feliz… - ele bebeu o último gole e dessa vez enfiou o canivete na outra coxa, teve que respirar fundo para puxar a lâmina de volta e o sangue começou a brotar do furo que havia sido menor, porém, mais profundo - Morra logo. Só morra logo, por favor… Acabe com isso. Por favor, por favor…

Ele ergueu o canivete novamente, a mão trêmula, perdendo a força gradativamente enquanto seu box ficava alagado de vermelho, antes que a arma chegasse ao pescoço, ela caiu de sua mão, sem força alguma, ele olhou os próprios dedos, embaçados, pareciam ter se multiplicado.

-Droga… já estou bêbado assim…? - ele pensou - Já fui mais forte para bebida…

Sua cabeça tombou na parede e ele apagou.

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