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Capítulo 22

-Oh, chegou cedo! - comentou a Wen vendo o garoto entrar em casa - Como foi na casa do namorado do seu pai?

-Foi legal, eles são muito fofos juntos, mamãe. O tio Zhan cuida muito bem do papai, eu já tinha visto antes, mas não sei, tinha alguma coisa diferente, parece que cada dia que passa eles estão mais apaixonadinhos, é muito fofo!

-O Wei Ying é um coração mole mesmo. - ela sorriu - Onde ele está? - perguntou estranhando, geralmente o Wei subia para falar com ela ou até mesmo jantar junto.

-Foi embora, ele estava meio estranho, na verdade. Tinha recebido uma mensagem da senhora Yu, mas depois disse que era do tio Cheng avisando que estava sem celular.

-Que esquisito… Vou ligar para ele. - ela pegou o celular e ligou, caixa postal - Está desligado.

-Será que descarregou?

-Filho, você tem o número do Lan Zhan?

-Tenho. - ele pegou o celular e passou o número para a mãe que logo ligou para ele.

…

Wei Ying passeava pelas ruas de seu bairro quando avistou um bar que não conhecia ainda, nunca tinha visto. Algo naquele lugar lhe chamava atenção, então ele decidiu entrar.

O lugar estava vazio, havia somente uma mesa e duas cadeiras, em uma das cadeiras estava sentada uma mulher, de costas para ele, cabelos longos, ondulados em um tom escuro de castanho, ele conhecia aquela silhueta, mas não poderia ser.

Ele andou vagarosamente, seus passos ecoando no chão de madeira.

Quando chegou perto o bastante foi que ele realmente teve certeza, seus joelhos fraquejaram e ele caiu no chão, então que ele percebeu que não usava próteses, aquelas eram suas pernas de verdade, não tinha como aquilo ser real.

-A-Ying! O que está fazendo no chão? Levante-se! - ela o puxou para cima, ele percebeu que ela não tinha o barrigão com o qual a viu pela última vez.

-Que tipo de sonho é este?

-Sonho? - ela riu - Não é sonho, bobinho.

-Mas… Minhas pernas… Você… Seu bebê…

-A-Ying, sente-se. - ela indicou a cadeira à sua frente - Como você tem passado?

-Bem. - ele sorriu meio torto - Estou bem, mas e você?!

-Sh… Não minta para sua jiejie. - ela pegou as mãos dele e as acariciou - Tenho observado você todos os dias, sabia? A mamãe, o papai, e o A-Cheng também. Mas você é quem mais me preocupa. - ela mantinha um sorriso amistoso.

-A-Li… Você não precisa fazer isso. Eu que causei tudo isso. É minha culpa.

-Culpa pelo que, A-Ying? Não escute o que as pessoas dizem. Mamãe é muito cruel, ela não sabe o que diz, vai ter muitas perdas ainda na vida até que caia a ficha.

-Você, A-Ling, ZiXuan… A-Cheng…

-Não, não. Nosso tempo acabou, mas não quer dizer que tenha havido um culpado. Vamos cumprir nosso ciclo e retornar à Terra depois.

-Não é justo, A-Li… Não é. Todo mundo estaria mais feliz se tivesse sido eu no seu lugar.

-Quem estaria feliz? Eu estaria infeliz. Seu filho seria órfão. Meu filho está comigo, ele não é órfão, os pais dele estão aqui agora.

-Se aqui é o outro lado, então eu morri?

-Tecnicamente, sim. Mas na prática, ainda não. - ela acariciou seu rosto e ele pôde sentir aquele toque quente de novo - Será que não está claro que não é sua hora ainda, meu amor?