-Olá! - disse o garoto quando o pai abriu a porta do apartamento do namorado.
-A-Yuan! O que você tá fazendo aqui? - perguntou dando espaço para o garoto entrar.
-Amanhã é feriado, eu não tenho aula. Mamãe me mandou para cá para ajudar vocês. - disse com um sorriso fofo - Ela disse para te entregar isso também. - ele estendeu-lhe uma sacola de papel com uma caixinha dentro.
-Oh… Obrigado. - disse pegando a sacola para ver que dentro continha o remédio solicitado - Eu acho que não é um bom momento para você ficar por aqui, A-Yuan.
-Por que não?
-Você sabe… O Lan Zhan está se recuperando e tudo mais…
-Tá bom, mas eu vim pra ajudar! - reforçou - Eu posso cozinhar ou arrumar as coisas enquanto você cuida dele. Vocês não vão me expulsar, né? - ele fez uma carinha de cachorrinho sem dono.
-Claro que não… - respondeu depois de um suspiro - Venha falar com o Lan Zhan. - disse chamando o menino até a porta do quarto do namorado - Olha só quem veio te ver! - disse mostrando o garoto.
-Yuan! - festejou o Lan fechando o livro que lia para dar atenção ao garoto.
-Você está melhor? - perguntou indo até ele.
-Estou. Seu pai está fazendo um bom trabalho.
-Ah, ele faz quando quer. - brincou.-Ei!
-Mas converse com ele, ele precisa descansar.
-Lan Zhan, pare de colocar coisas na cabeça do garoto.
-E precisa? Dá pra ver nos três palmos de olheiras na sua cara. - respondeu o menino - Tá parecendo que tem 40 anos.
-Quer parar com isso? Eu vou contar para sua mãe que você está sendo mal-criado!
-Você quem me criou, oras.
-Seu… Bandidinho. Anda, se vai dormir aqui, vai organizar o quarto. - o menino riu e foi fazer o que ele mandou - Desculpe, Lan Zhan, eu não imaginava que a Qing iria mandá-lo para cá.
-Eu já disse, ele pode vir sempre que quiser.
-Eu pensei que talvez você não quisesse visitas por enquanto.
-Yuan não é visita. - disse simplesmente.
-Ah, não? - perguntou malicioso, queria ouvi-lo dizer, nunca se cansava - O que ele é então?
-Da família. - um sorriso enorme se abriu no rosto alheio.
-Eu sinto que posso derreter sempre que você diz isso.
-Mas é verdade. - Wei Ying deu um beijo no namorado e continuou - Ele vai nos ajudar com as coisas da casa hoje e amanhã. Não se preocupe, ele só vai fazer o que já está acostumado a fazer.
-Meu irmão também virá amanhã.
-É? O que ele vem fazer?
-Ele vai me levar e me trazer de volta do hospital. Você pode ficar em casa um pouco e descansar.
-De jeito nenhum! Eu disse que iria te acompanhar e eu vou!
-Wei Ying. Está tudo bem. Você ainda vai cuidar de mim quando eu voltar, só aproveite para descansar um pouco, está bem? Por favor.
-Não é justo… E se algo acontecer com você enquanto você estiver lá e eu não?
-Nada vai acontecer. Já passei por isso antes. Vou precisar de você quando eu voltar para casa, então você tem que estar bem. - tudo era um simples jogo mental para que seu amado descansasse.
-Você realmente não me quer lá, né?
-Não é isso, Wei Ying. - ele estendeu uma das mãos para que o outro a pegasse - Você tem trabalhado muito duro e eu preciso que você recupere um pouco de energia. - ele acariciava com o polegar a mão alheia - Nunca mais dormiu até tarde ou tirou um cochilo após o almoço. Então amanhã, enquanto eu estiver no hospital com meu irmão, quero que faça isso.
-Vai me ligar imediatamente se algo acontecer?
-Sim. Pode deixar, peço para meu irmão te ligar.
-Tudo bem, vou fazer o que você quer.
Naquela noite, o casal jantou no quarto como sempre, porém, dessa vez, eles tinham a presença de Yuan para animar as coisas.
Após o jantar, pai e filho foram lavar a louça.
-Pode deixar, pai! Eu lavo tudo e arrumo a cozinha. Vá cuidar do tio Zhan e se deitar.
-Sabe que eu comecei a achar estranho você o chamando de tio? - perguntou com uma rápida risada de nariz, ele parecia extremamente mais fraco e cansado, se apoiou na bancada da pia e continuou a falar, fingindo que estava tudo bem - Parece que eu tô namorando o Wen Ning. - ele riu sem humor.
-Pai, você tá bem?
-Tô sim. Eu só preciso sentar, rapidinho… - ele buscou uma das cadeiras da cozinha para se sentar, mas antes que pudesse fazer, tudo girou e ele apagou.
-Pai! Pai!! - o menino tentou não gritar muito alto para Lan Zhan não ouvir, ele sacudiu o homem, mas o mesmo não acordou, a respiração estava lenta e profunda.
Mais que depressa, Yuan sacou o celular de seu bolso e ligou para a mãe, desesperado.
-Atende mãe, atende, atende, atende. - caixa postal - Droga! - logo ele ligou para a madrasta, depois de chamar até quase cair, ela atendeu - Mamãe! Que bom que você atendeu.
-O que aconteceu, garoto?
-Minha mãe está com você?
-Ela tem plantão de madrugada, está dormindo agora.
-Meu pai desmaiou, eu não sei o que fazer.
-Ele deu algum sinal antes? Parecia estranho?
-Sim, ele parecia estar passando mal, mas disse que estava bem…
-Quando ele não diz, né? - ela suspirou - Ele está respirando? Bateu a cabeça?
-Tá respirando, não bateu, caiu por cima do braço.
-Menos mal… Tô indo aí. Continua no telefone comigo. - o garoto pôde ouvir a madrasta dando a partida no carro - Yuan… Você entregou a ele o medicamento que a Qing enviou?
-Sim, entreguei.
-Sabe dizer se ele tomou?
-Eu não vi.
-Procura a caixa, veja se tem algum faltando.
O menino se levantou do chão e procurou pela cozinha e nas coisas do pai, a caixa estava claramente escondida no fundo de um armário da cozinha.
-Tem 4 comprimidos faltando.
-Esse imbecil tá querendo se matar?! - Yuan ouviu ela batendo com força em algo dentro do carro, parecia ser no volante, ele se assustou, será que seu pai estava mesmo querendo se matar de novo? - Yuan, provavelmente ele tomou uma super dosagem da medicação, vira ele de lado como te ensinamos para caso ele vomite.
-Ele vai morrer?
-Não, com 4 comprimidos não. Mas não podemos confiar nesse idiota. Lan Zhan viu que ele desmaiou?
-Não, estamos na cozinha e ele está no quarto.
-Certo, vamos resolver isso, não se preocupe, ok? Ele vai ficar bem. Estou chegando, abre a porta para mim.
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Na Mesma Página [concluída]
FanfictionSinopse: Wei Ying e Lan Zhan se conhecem de um jeito pouco convencional e em circunstâncias não muito felizes. Ambos são adultos, com bagagens pesadas para carregar. Um lento relacionamento se desenvolve em meio a várias dificuldades que ambos preci...