Capítulo 39

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-Olá! - disse o garoto quando o pai abriu a porta do apartamento do namorado.

-A-Yuan! O que você tá fazendo aqui? - perguntou dando espaço para o garoto entrar.

-Amanhã é feriado, eu não tenho aula. Mamãe me mandou para cá para ajudar vocês. - disse com um sorriso fofo - Ela disse para te entregar isso também. - ele estendeu-lhe uma sacola de papel com uma caixinha dentro.

-Oh… Obrigado. - disse pegando a sacola para ver que dentro continha o remédio solicitado - Eu acho que não é um bom momento para você ficar por aqui, A-Yuan.

-Por que não?

-Você sabe… O Lan Zhan está se recuperando e tudo mais…

-Tá bom, mas eu vim pra ajudar! - reforçou - Eu posso cozinhar ou arrumar as coisas enquanto você cuida dele. Vocês não vão me expulsar, né? - ele fez uma carinha de cachorrinho sem dono.

-Claro que não… - respondeu depois de um suspiro - Venha falar com o Lan Zhan. - disse chamando o menino até a porta do quarto do namorado - Olha só quem veio te ver! - disse mostrando o garoto.

-Yuan! - festejou o Lan fechando o livro que lia para dar atenção ao garoto.

-Você está melhor? - perguntou indo até ele.

-Estou. Seu pai está fazendo um bom trabalho.

-Ah, ele faz quando quer. - brincou.

-Ei!

-Mas converse com ele, ele precisa descansar.

-Lan Zhan, pare de colocar coisas na cabeça do garoto.

-E precisa? Dá pra ver nos três palmos de olheiras na sua cara. - respondeu o menino - Tá parecendo que tem 40 anos.

-Quer parar com isso? Eu vou contar para sua mãe que você está sendo mal-criado!

-Você quem me criou, oras.

-Seu… Bandidinho. Anda, se vai dormir aqui, vai organizar o quarto.  - o menino riu e foi fazer o que ele mandou - Desculpe, Lan Zhan, eu não imaginava que a Qing iria mandá-lo para cá.

-Eu já disse, ele pode vir sempre que quiser.

-Eu pensei que talvez você não quisesse visitas por enquanto.

-Yuan não é visita. - disse simplesmente.

-Ah, não? - perguntou malicioso, queria ouvi-lo dizer, nunca se cansava - O que ele é então?

-Da família. - um sorriso enorme se abriu no rosto alheio.

-Eu sinto que posso derreter sempre que você diz isso.

-Mas é verdade. - Wei Ying deu um beijo no namorado e continuou - Ele vai nos ajudar com as coisas da casa hoje e amanhã. Não se preocupe, ele só vai fazer o que já está acostumado a fazer.

-Meu irmão também virá amanhã.

-É? O que ele vem fazer?

-Ele vai me levar e me trazer de volta do hospital. Você pode ficar em casa um pouco e descansar.

-De jeito nenhum! Eu disse que iria te acompanhar e eu vou!

-Wei Ying. Está tudo bem. Você ainda vai cuidar de mim quando eu voltar, só aproveite para descansar um pouco, está bem? Por favor.

-Não é justo… E se algo acontecer com você enquanto você estiver lá e eu não?

-Nada vai acontecer. Já passei por isso antes. Vou precisar de você quando eu voltar para casa, então você tem que estar bem. - tudo era um simples jogo mental para que seu amado descansasse.

-Você realmente não me quer lá, né?

-Não é isso, Wei Ying. - ele estendeu uma das mãos para que o outro a pegasse - Você tem trabalhado muito duro e eu preciso que você recupere um pouco de energia. - ele acariciava com o polegar a mão alheia - Nunca mais dormiu até tarde ou tirou um cochilo após o almoço. Então amanhã, enquanto eu estiver no hospital com meu irmão, quero que faça isso.

-Vai me ligar imediatamente se algo acontecer?

-Sim. Pode deixar, peço para meu irmão te ligar.

-Tudo bem, vou fazer o que você quer.

Naquela noite, o casal jantou no quarto como sempre, porém, dessa vez, eles tinham a presença de Yuan para animar as coisas.

Após o jantar, pai e filho foram lavar a louça.

-Pode deixar, pai! Eu lavo tudo e arrumo a cozinha. Vá cuidar do tio Zhan e se deitar.

-Sabe que eu comecei a achar estranho você o chamando de tio? - perguntou com uma rápida risada de nariz, ele parecia extremamente mais fraco e cansado, se apoiou na bancada da pia e continuou a falar, fingindo que estava tudo bem - Parece que eu tô namorando o Wen Ning. - ele riu sem humor.

-Pai, você tá bem?

-Tô sim. Eu só preciso sentar, rapidinho… - ele buscou uma das cadeiras da cozinha para se sentar, mas antes que pudesse fazer, tudo girou e ele apagou.

-Pai! Pai!! - o menino tentou não gritar muito alto para Lan Zhan não ouvir, ele sacudiu o homem, mas o mesmo não acordou, a respiração estava lenta e profunda.

Mais que depressa, Yuan sacou o celular de seu bolso e ligou para a mãe, desesperado.

-Atende mãe, atende, atende, atende. - caixa postal - Droga! - logo ele ligou para a madrasta, depois de chamar até quase cair, ela atendeu - Mamãe! Que bom que você atendeu.

-O que aconteceu, garoto?

-Minha mãe está com você?

-Ela tem plantão de madrugada, está dormindo agora.

-Meu pai desmaiou, eu não sei o que fazer.

-Ele deu algum sinal antes? Parecia estranho?

-Sim, ele parecia estar passando mal, mas disse que estava bem…

-Quando ele não diz, né? - ela suspirou - Ele está respirando? Bateu a cabeça?

-Tá respirando, não bateu, caiu por cima do braço.

-Menos mal… Tô indo aí. Continua no telefone comigo. - o garoto pôde ouvir a madrasta dando a partida no carro - Yuan… Você entregou a ele o medicamento que a Qing enviou?

-Sim, entreguei.

-Sabe dizer se ele tomou?

-Eu não vi.

-Procura a caixa, veja se tem algum faltando.

O menino se levantou do chão e procurou pela cozinha e nas coisas do pai, a caixa estava claramente escondida no fundo de um armário da cozinha.

-Tem 4 comprimidos faltando.

-Esse imbecil tá querendo se matar?! - Yuan ouviu ela batendo com força em algo dentro do carro, parecia ser no volante, ele se assustou, será que seu pai estava mesmo querendo se matar de novo? - Yuan, provavelmente ele tomou uma super dosagem da medicação, vira ele de lado como te ensinamos para caso ele vomite.

-Ele vai morrer?

-Não, com 4 comprimidos não. Mas não podemos confiar nesse idiota. Lan Zhan viu que ele desmaiou?

-Não, estamos na cozinha e ele está no quarto.

-Certo, vamos resolver isso, não se preocupe, ok? Ele vai ficar bem. Estou chegando, abre a porta para mim.

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