Hidden Feeling - ADAPTAÇÃO

Capítulo 30

É claro que minha intenção não era ter algo naquela noite com ela, tipo uma rapidinha no banheiro, por que eu não queria voltar a ter nenhum contato sexual com ela novamente. Soraya me magoou muito, foi minha primeira decepção amorosa, quando ela disse que eu não valia o esforço de deixar a popularidade e seu namorado frouxo, eu me senti a pessoa mais insignificante do mundo. Ainda sentia uma pontada no coração quando lembrava das suas palavras. Eu só queria jogar na cara dela que eu era ótima, que qualquer pessoa iria querer ficar comigo. Quando avistei a construção do Pub deixei minha moto na frente, e vesti minha melhor expressão neutra. Leila tinha combinado de passar na casa de Janja com o motorista para virem juntas, eu preferi vir com minha bebê é claro. Até porque sabia que elas oito horas já estariam aqui, e eu queria chegar o mais atrasada possível. Não foi difícil achar a mesa onde eles estavam, era a última, bem no fundo, estavam Damares e Eduardo sentados lado a lado, assim como Soraya e Cesar, já Michele estava sentada junto a Janja. Riam e conversavam alheias a tudo ao redor. O namorado de Michele estava esquecido do outro lado da mesa enquanto conversava com Cesar e Leila sobre algo animado. Tentei não expressar que estava babando pela Soraya, ela estava bem no canto esquerdo da mesa, com a cadeira na direção da parede, estava com uma jaqueta jeans e uma blusa que tinha um decote bem profundo, estava com o cabelo preso em um coque alto com algumas mechas moldando o rosto, ela estava um perigo. Como se seus olhos fossem atraídos para mim, ela me olhou, arregalando um pouco os olhos e abrindo a boca, me olhou de cima a baixo mordendo os lábios, sendo acompanhada pelos olhares dela e sorrindo internamente, eu caminhei até a mesa.

— Boa noite — cumprimentei.

— Eaí — o namorado de Michele acenou sendo acompanhado por Cesar.

— Achamos que você não ia vir mais, Tebet! — Eduardo disse gesticulando com a mão, abri a boca para responder, mas não pude.

— Uau! — Janja disse e sem vergonha nenhuma me deu um tapa na bunda me fazendo lhe olhar indignada — Você está gostosa! Pena que só tem gente velha aqui além da gente — riu.

— Senta-se aqui, Sisa! — Leila indicou o lugar ao seu lado, que eu logo me sentei. — Por que demorou tanto?

— Dormi e perdi o horário — menti. — Mas enfim o que está rolando?

— A Damares está completamente bêbada — Jair, o namorado de Michele comentou. — Olha só a cara dela! — Damares estava olhando para um ponto fixo da parede enquanto segurava um copo com força o tomando. — Daqui a pouco ela começa a chorar!

— Mas o Cesar também está um pouco viajado — Leila zombou o garoto ao seu lado, ele somente revirou os olhos lhe mostrando o dedo do meio.

— Aqui nessa mesa, a próxima Damares será você, Leila, pelo jeito que está bebendo!

— Não viaja.

— Espere, como vocês estão bebendo? — Perguntei, já que para beber em Miami, a pessoa tem que ser maior de 21 anos.

— Com a boca! — Jair disse e em seguida arrotou alto recebendo um tapa na testa de Michele que estava mais perto dele, Damares caiu na gargalhada assim como Eduardo.

Estranhando o silêncio de Soraya que não tinha falado nada desde que cheguei, lhe olhei, a encontrando me observando um tanto aérea.

— Vocês não deviam nem poder entrar aqui — ignorando o rapaz que já estava visivelmente alcoolizado disse. — Não é? — Soraya piscou algumas vezes, voltando a si e dando um sorrisinho amarelo.

— Algumas notas resolvem esse pequeno detalhe, frequentamos aqui desde que entramos no ensino médio — Soraya esclareceu tomando um grande gole da sua cerveja.

— Certo — comentei.

— Não vai tomar nada, Sisa? — Soraya me olhava atentamente. — Vou pedir uma cerveja para você.

— Pode ser, obrigada — sorri fraco, ela acenou para alguém as minhas costas e ergueu sua garrafa de cerveja.

Eu tentei ao máximo não olhar para o belo decote dela, mas foi um pouco difícil, eles não me obedeciam, a pele dela era tão macia, foi impossível não me lembrar de quando eu os chupava seus seios, os deixando marcados enquanto ela segurava o lençol com força e gemia meu nome...

— Para de secar a loirona — Leila sussurrou no meu ouvido, me fazendo ficar branca e desviar os olhos rapidamente.

— Eu não estava — falei rapidamente, por sorte, uma garota chegou nesse exato momento com uma cerveja e me entrou sorrindo, eu retribui o mesmo e tomei metade da garrafa com líquido amargo em um gole.

— Está com sede ela — ouvi Cesar dizer e me forcei a não revirar os olhos, ele era um cara legal até, mas por ele estar namorando com Soraya, isso me fazia querer bater nele.

— Soraya também deve estar — ouvi Leila sussurrar para mim, tirando com minha cara, nesse exato momento fiz uma careta. — De tanto que é secada.

— Não vejo motivo para isso — devolvi.

Engatamos em uma conversa divertida sobre os micos que Eduardo tinha pagado quando entrou no time de futebol, cerveja ia e vinha, na minha terceira, resolvi maneirar já que mesmo minha casa sendo perto, eu iria de moto então não podia beber muito.

— Vou no banheiro rapidinho! — Alertei já me virando e esbarrando com a garçonete ruiva.

— Céus me desculpe! — ela falou constrangida.

— Não foi nada... — Olhei o crachá que estava pendurado no seu pescoço com seu nome. — Anne?

— Isso — sorriu.

— VAI DEMORAR MUITO?! — Ouvi a voz rouca de Soraya sair um pouco irritada, e eu já imaginava o motivo... E isso me fez querer provocar, definitivamente eu não estava em mim hoje.

— Me desculpe novamente! — Ela pediu e correu até a mesa do pessoal, eu lancei um olhar na sua direção, de cima a baixo, fingindo estar a secando para deixar Soraya com raiva pois sabia como ela era possessiva.

Quando levantei o olhar, encontrei Soraya vermelha de raiva me fuzilando.

Não que eu quisesse voltar a ter algo com ela... Mas a deixar com ciúmes seria divertido.