Me chame de Cristopher

012

Andei apressada até o banheiro e assim que cheguei me tranquei em uma cabine, aqui mesmo eu desabei.

Então ele queria que eu não viesse para cá, para poder trazer ela!

Mordi os lábios com força triste e enraivada, até que eu ouvi alguns passos se aproximando e logo a voz de Cristopher foi ouvida;

——— Saia já dessa cabine, Carmélia! —— ele mandou e eu continuei calada. —— eu estou mandando você sair, porra!—— ouvi um barulho alto e logo a porta estremeceu, indicando que ele estava a chutando.

——— P-por que você está assim? —— perguntei amedrontada.

——— Só saia de dentro dessa porra. —— com as mãos trêmulas as levei até a tranca da porta, mas logo me afastei ao ver que ele tinha quebrado com o chute. Apenas puxei a porta, o vendo parado em minha frente com os braços cruzados, o maxilar trancado e com os olhos transbordando fúria.

——— Cristopher.. —— sussurrei ainda com medo. Ele me puxou pelo braço e saiu me arrastando para fora da festa, uma vez ou outra eu tropeçava pela sua rapidez e por ter tantas pessoas tumultuadas. —— Cris eu sei andar. —— afirmei tentando faze-lo soltar meu braço. —— Cristopher para, você está me machucando! —— falei assim que seu aperto ficou mais forte, meus olhos marejaram pela dor e pela forma que ele estava me tratando.

Ele abriu a porta do carro e me jogou dentro dele com agressividade, nessa hora eu não consegui segurar as lágrimas, elas começaram a transbordar sem pausa.

Cristopher deu a volta e se sentou, ligou o carro e começou a dirigir.

——— Por que fez isso? —— perguntei com a voz trêmula.

——— Eu falei para você não vir para esse caralho, porra Carmélia! —— gritou segurando o volante com força. ——— e se alguém tivesse tentando algo contra você?! E se alguém te abusasse? E se você tivesse se metido em alguma briga? Aprenda a me obedecer Carmélia! —— cada vez ele gritava mais e aumentava a velocidade do carro me deixando assustada.

——— Cristopher vá devagar! —— pedi amedrontada.

——— Porra Carmélia, pare de ser teimosa! —— gritou e esmurrou o volante.

——— C-cristopher se acalme, são vários "e se" mas não aconteceu nada! —— afirmei ainda com medo.

——— Não aconteceu nada?! Você estava com um garoto Carmélia! Acha que vai me fazer de bobo? —— perguntou com raiva, meu rosto estava molhado com as lágrimas, mas a máscara escondia.